TAUROMAQUIA NORTE/ SUL - POR JOSÉ ANDRADE
Se cá pelo recanto, à beira mar especado, com mais ou menos ambiente, isto é, conforme o que o clima consente, a temporada vai fazendo o seu caminho, em Espanha, depois de Olivença, das Fallas em Valência e da Feira da Primavera em Sevilha, amanhã, é a vez de Madrid. São Isidro 2016 já aí está.
Do que por cá se tem acontecido, registo, que não é que seja muito animador, o que se passou na corrida de abertura da temporada no Campo Pequeno, quer em termos de público, quer ao nível artístico. Praça emblemática, foi um sinal menos, a juntar a outros menos que já este ano tinham sucedido. Convenhamos que a ‘crise’ não justifica tudo. E assim sendo, recolham-se os sinais, e tomem-se medidas correctivas, urgentes. E isso não compete aos jornalistas, nem aos comentadores. Dar noticias, tratar noticias, comentar noticias e acontecimentos, é muito diferente de ‘fabricar’ casos, montar corridas de toiros. Interpretar, não é tomar partido.
Mas, se cá os sinais são pouco animadores, por terras de Espanha, graças ao Canal Toiros, como já aqui tenho dado nota, a festa tem já outro andamento, e os motivos de interesse animam qualquer aficionado que se preze.
De tudo um pouco, nada tem faltado para dinamizar e interessar o espaço social, profissional e de negócios do mundillo. E, na defesa da festa, interessante de constatar, é o esforço conjunto que todos, empresários, artistas, aficionados, mundo universitário e cultural, têm feito. São muitos e múltiplas as iniciativas, onde cada um na sua área, cada área no seu conjunto, todos conversando e dando o braço entre todos, tudo têm feito para mostrar, que não é por mero acaso, que a festa dos toiros é a festa nacional em Espanha.
Uma Festa que, nas muitas corridas que já se realizaram em 2016, têm mostrado muitos jovens matadores, novilheiros e figuras, um leque de gente que vai deleitando com a sua entrega, arte e oficio, os aficionados que enchem os tendidos. O cartaz de ‘não há bilhetes’, não foram tão poucos a acontecer. E, se acontece que os toiros não cumprem, como era suposto deveriam cumprir, ou por terem muito peso, ou por serem vezes picados de mais, é certo que têm sido também muitos os entendidos que começaram a dizer em voz alta, aquilo que por aqui já venho transmitindo desde o inicio da temporada de 2015, é uma imperdoável imprudência, para não dizer outra coisa, obrigarem jovens novilheiros a lidar toiros com quatro e mais anos, como de novilhos se tratassem. É um castigo para os artistas, que são obrigados a aproveitar a oportunidade de mostrar figura, é um castigo para quem tem da arte de lidar toiros, um sentido responsável, estético e artístico. Repito o que já aqui disse: - lidar toiros não é um acto de tresloucada temeridade. E quem vai aos toiros, não vai assistir a um sacrifício. Por isso…
Sacrifício, por muito tolerantes que sejamos, é continuar a assistir ao impensável silêncio sobre o que se diz, e faz a nível político/legislativo, tendo como pretexto, a defesa dos animais. O tal partido dos ‘amigos dos animais’, o PAN(deireta), persiste em fazer crer que somos todos irracionais, isto é, o cão, o gato e o periquito, tem o mesmo valor social que o género humano. À falta de outro modo menos expedito de justificar os ‘apoios’ e os ‘interesses’ de quem servem, a seita, desunha-se em criar ‘factos’, inventar ‘atrocidades’, apontar ‘malfeitorias’, coisas sem nexo, sem sentido, imagens e falácias, que puxam à vitimização e ao sentimento. Em nome da liberdade de ser e estar, numa sociedade civilizada, moderna, ocidental, consentimos que um punhado de ‘excêntricos’, diga e pugne, exigindo que mandemos às malvas a tradição, os costumes e a cultura. - Como diria aquele senhor que esteve na prisão de Évora: - ‘porreiro pá’.
Por hoje é tudo. Do Norte com um abraço
José Andrade