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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

TARDE EVOCATIVA DAS TOURADAS REAIS E DO CENTENÁRIO DE ALTERNATIVA DE MESTRE JOÃO BRANCO NÚNCIO PAUTADA PELO IMENSO CALOR

26.06.23 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros “Mestre João Branco Núncio” – Alcácer do Sal – 25/06/23 – Corrida de Gala à Antiga Portuguesa

Director: Maria Florindo – Veterinário: Feliciano Reis – Lotação: + de ½ (sombra cheia)

Cavaleiros: Luís Rouxinol, João Moura Caetano, Marcos Bastinhas, Emiliano Gamero, Francisco Núncio, António Núncio (praticante)

Forcados Amadores de Montemor e Lisboa

Ganadaria: Engº. Jorge Carvalho

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O imenso calor que se fez sentir na tarde de domingo, ultrapassando os 38 graus, levou a que a corrida fosse adiada para as 18h30 e, ainda assim, muita gente se terá retraído e não marcou presença pois se a sombra estava apinhada, ao sol poucos eram os resistentes. Uma tarde onde houve cortejo evocativo das touradas reais do séc. XVIII e onde também se evocou a efeméride de 100 anos de alternativa desse grande génio e revolucionário do toureio a cavalo que foi Mestre João Branco Núncio.

A corrida abriu com uma grande actuação de Luís Rouxinol que brindou ao seu apoderado Rui Bento que cumpria 35 anos de alternativa de matador de toiros. Uma lide em crescendo, com bons pormenores de brega, dois bons compridos e curtos em sortes frontais com bom desenho e boa cravagem, rematando a sua passagem pela arena alcacerense com um bom par de bandarilhas e um ferro de palmo.

Em segundo lugar actuou João Moura Caetano que teve por diante um toiro distraído e que se empregava pouco. A série de curtos é de bom nível técnico-artístico, com ligeiras batidas ao pitón contrário com destaque para 1º e 3º ferros consentindo bastante nas reuniões. Uma actuação onde esteve por cima do toiro.

Terceiro cavaleiro em praça foi Marcos Bastinhas, que foi fiel ao seu toureio, alegre, comunicativo, de empatia com o grande público. Houve boas preparações, entendeu bem o toiro que foi mansote mas não criou problemas e a fase final da lide foi de grande conectividade com o público, com um bom par de bandarilhas com o toiro nos tércios e outro pelo corredor.

A abrir a segunda metade corrida esteve o mexicano Emiliano Gamero. Um outro conceito, uma outra forma de interpretar o toureio e com alguma brega mais arrojada e alguns desplantes “mete o público no bolso”. Aconteceu de novo e apenas na fase final da sua actuação registamos 3 ferros com valor, uma deles de violino.

Francisco Núncio lidou o quinto, o mais pesado da tarde. Andou com classe, com sentido de lide, cravou bons ferros curtos numa actuação com fortes aplausos do público,

Encerrou praça António Núncio, actuação pautada por alguma irregularidade já que toureia poucas corridas. Ainda assim agradou ao público deixando alguns curtos aplaudidos.

Para as pegas da tarde saltaram à arena os Forcados Amadores de Montemor e Lisboa. Por Montemor foram caras Francisco Bissaia Barreto, João Vacas de Carvalho e Vasco Ponce, todos ao primeiro intento, enquanto por Lisboa pegaram Martin Marques e Duarte Mira ambos à primeira e Nuno Fitas à segunda.

Os toiros do Engº Jorge Carvalho estavam bem apresentados e não criaram problemas de maior aos artistas.

O espectáculo foi dirigido por Maria Florindo assessorada pelo veterinário Feliciano Reis.

Texto e foto: António Lúcio