SALVATERRA DE MAGOS - A HISTÓRIA FAZ-SE DOS VALENTES
Praça de Toiros de Salvaterra de Magos – 30/08/19 – Corrida de Toiros
Director: Marco Cardoso – Veterinário: Jorge Moreira da Silva – Lotação: ½ casa
Cavaleiros: Manuel Telles Bastos, Luís Rouxinol Jr, António Prates, António Telles filho (amador)
Forcados Amadores de Montemor e Amadores de Lisboa
Ganadarias: Dolores Aguirre (nº 41 – 560kg; nº 30 – 605kg; nº55 – 705kg; nº 42 – 770kg; nº 36 – 720kg; nº39 – 660kg) e José P. Palha (nº96)
Porque dos fracos não reza a mesma segundo o ditado popular. E foi isso que aconteceu na noite de sexta-feira 30 de Agosto em Salvaterra. E valentes foram todos aqueles que ousaram aceitar o desafio de se colocarem por diante dos quase mastodônticos toiros da espanhola ganadaria de Dolores Aguirre, três com mais de 700 kilos. E ousando desafiar lograram vencê-lo, uns com maior reconhecimento e luzimento que outros e com 3 pegas para ficarem na história da temporada de 2019, duas do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa e uma cernelha do Grupo de Forcados Amadores de Lisboa. E triunfou claramente e sem margem para dúvidas o amador António Telles filho com um excelente novilho de José Pereira Palha (volta).
Mas comecemos por aqueles que, sempre, sofrem as maiores durezas e agruras em corridas deste tipo, com toiros duros e difíceis, que batem forte e empurram a tentar livrar-se do forcado. Sim, os Forcados foram os grandes triunfadores desta noite. Houve pegas duras, com os toiros a bater. E houve dois Grupos com força, vontade e conhecimentos, espírito de entreajuda, para levar de vencida essas brutas investidas. Lisboa venceu os troféus em disputa: Nuno Salvação Barreto para Melhor Pega e Simão Malta para Melhor Grupo.
Pelos Amadores de Montemor abriu praça Francisco Byssaia Barreto com uma boa intervenção ao primeiro intento a mandar bem na investida do toiro e a fechar-se com raça. João da Câmara lesionou-se na 3ª tentativa e foi bem dobrado pelo cabo António Vacas de Carvalho à 1ª, e depois uma cernelha de enorme mérito e a levantar o público das bancadas, com a dupla António Pena Monteiro e Francisco Godinho, enorme a aguentar os pulos do toiro que procurava fugir e desfeitear o cernelheiro. Que imagens brutais que há muitos anos não víamos.
Pelos Amadores de Lisboa Tiago Silva não foi feliz na única tentativa que efectuou e saiu lesionado sendo dobrado com eficácia à primeira por Duarte Mira. Pedro Gil foi o autor da pega da noite e de uma das pegas do ano. Aguentou uma viagem forte, derrotes violentíssimos sem nunca sair da cara do toiro que deu luta forte. Público de pé e duas voltas à arena, vencendo o prémio para a Melhor Pega. Encerrou praça João Varanda com outra enorme pega em que o toiro também bateu forte e o grupo ajudou bem.
No toureio a cavalo o triunfo claro foi do amador António Telles filho. Bom conceito de lide, a aproveitar ao máximo as boas e encastadas investidas do novilho de José Palha, consegiu deixar bons ferros curtos e teve bons apontamentos de brega. O novilho foi pegado muito bem ao primeiro intento por José Maria Marques num misto de Montemor e Lisboa.
No capítulo dos cavaleiros profissionais, Manuel Telles Bastos foi quiçá o mais regular com um primeiro toiro que carregava forte por vezes e deixou alguns bons ferros que o público soube aplaudir. No seu segundo, o tal de 770 kilos, teve bons pormenores de brega e voltou a deixar alguns bons ferros com destaque para o terceiro comprido e o terceiro curto.
Luís Rouxinol Jr cumpriu a papeleta frente ao manso segundo da noite, com alguns ferros de melhor nota e teve tarefa impossível frente ao manso de carreta que lhe tocou em segundo lugar e que chegou a fugir do cavalo por diversas vezes mas o via e ao ferro. Impossível o luzimento, andando em plano esforçado.
António Prates conseguiu deixar um bom comprido, o segundo e um bom segundo curto frente ao manso e complicado terceiro da noite. Frente ao mansarrão que encerrou praça e não dava muitas hipóteses voltou a estar esforçado e deixou de novo dois bons curtos.
Os toiros espanhóis de Dolores Aguirre, de muito peso e com 5 anos de idade, em nada ajudaram ao êxito artístico dos cavaleiros. Mansos e complicados em diversos graus para os cavaleiros, empregavam-se nos capotes e foram duros para os Forcados.
Dirigiu bem Marco Cardoso assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva.
Texto e foto: António Lúcio