PRAÇA PORTÁTIL…UMA QUESTÃO A PENSAR !!!, POR Joaquim Filipe Mesquita
Sou um aficionado de longa data. Na minha opinião, por vezes banalizamos e não damos a devida importância às Praças Portáteis (PP) mas elas têm um forte cariz e um relevo enorme na difusão e divulgação da Tauromaquia, por este país fora.
Como facilmente se percebe, é natural o gosto por ir às praças tradicionais, sejam de 1ª, 2ª ou 3ª, já que são edifícios bonitos e antigos, com história e memórias, em cidades rendidas a esta secular tradição, e que têm melhores condições para a prática do toureio e para os aficionados.
À falta destas, as PP surgem como única alternativa. Uma vez comprados os bilhetes e já sentados na bancada, num primeiro momento, o ambiente envolvente, de certa forma desilude, por contraste à grande festa vivida em praças tradicionais.
Contudo, mal soa a banda ou a charanga e os cavaleiros, forcados e bandarilheiros começam a fazer as cortesias, logo nos abstraímos e ansiamos pelo grande espetáculo que vai começar dentro da arena. O momento é único e a emoção fica ao rubro!
Sai o 1º toiro e faz-se silêncio. Ele está muito perto do público, pode-se ver, com detalhe, a sua grandeza e imponência; também sentimos a valentia do cavaleiro e do seu cavalo, que interagem como um só, com aquele grande animal; a trincheira é pequena e nela estão os forcados que se preparam para a pega.
Se me perguntarem se quero ir para umas galerias / andanadas em las Ventas ou para um camarote no Campo Pequeno, digo abertamente que prefiro talvez estar sentado numa bancada de uma qualquer PP, pela proximidade que sei que vou sentir com todos os protagonistas da grande festa.
Desculpem-me a minha sinceridade, mas é o que eu sinto. Vivemos um momento particularmente complexo, no qual se avizinham tremendas dificuldades, sejam económicas, sociais e/ou financeiras, bem como politicas. Aqui, infelizmente, assistimos ao abuso de poder por parte de algumas autarquias que não respeitam a Lei e a tradição, que são apologistas do “politicamente correcto” e que mandam fechar ou demolir praças da velha-guarda (Póvoa de Varzim e Viana do Castelo). Por tal, afirmo, sem hesitar que: os eleitores dessa e de outras localidades devem punir os políticos que não respeitem a História e o Patrimonio cultural e artistico das suas cidades e que compactuam com movimentos anti-taurinos em absoluto desrespeito por aquilo que é o passado de um povo.
Por isso insisto que, as PP têm um papel fulcral e fundamental na divulgação da tauromaquia, dado que a sua versatibilidade permite recriar a festa dos toiros em inúmeros locais do nosso país, desde que haja genuina vontade e competência da parte dos empresários taurinos,autraquias que promovem e associação de festas , em escolher um cartel adequado ao plafond / orçamento e na selecção de um bom curro, que garanta a transmissão de bravura de casta em nome de um bom espectáculo.
Devemos pois apoiar as PP, dado que permite a muita gente nova, apreciar uma corrida e vivenciar uma experiência única na vida, repleta de alegria e peripécias, convívio e aplausos, piropos e palpites, num ambiente ímpar.
Uma nota ainda sobre o seguinte: na eventualidade de ser precisa assistência médica e à falta de enfermaria para prestar os cuidados imediatos, contamos obviamente com a colaboração dos Bombeiros Locais (já contactados) e do Hospital mais próximo.
O futuro da grande festa dos toiros depende de todos nós! Eu sou do Norte, da cidade do Porto e dava tudo por ver uma corrida por cá e se for numa PP, venha ela, que eu lá estarei . Olé !
Abraço,
Joaquim Filipe Mesquita
Porto 26/04/2020
Foto: facebook de Joaquim Filipe Mesquita