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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

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OLIVENÇA: PRÉMIOS SEM CRITÉRIO PRESIDENCIAL; “JULI” E TALAVANTE NO PÓDIO, MENÇÃO HONROSA A DE JUSTO

05.03.23 | António Lúcio / Barreira de Sombra

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Praça de Toiros de Olivença – 04/03/23 – Corrida de Toiros – Lotação: cheia

Julian López “El Juli”(orelha- orelha)

Alejandro Talavante (palmas – 2 orelhas)

Emílio de Justo (palmas – palmas)

Ganadarias: Garcigrande (1º, 4º e 5º) e Domingo Hernandez (2º, 3º e 6º)

PRÉMIOS SEM CRITÉRIO PRESIDENCIAL; “JULI” E TALAVANTE NO PÓDIO, MENÇÃO HONROSA A DE JUSTO

Uma vez mais se demonstra que a falta de critério presidencial não existe apenas no nosso Portugal das toiradas. Em Olivença, o Presidente da corrida foi um mãos largas na hora de conceder troféus pois se houve bons momentos de toureio não houve faenas redondas, menos ainda na hora de matar, nem as petições foram maioritárias, esmagadoras e sem deixar margem para dúvidas. Não retirando mérito aos toureiros, que deram o litro, justificando cada cêntimo que o público pagou, não é assim que se confere seriedade a um espetáculo…

Gostei das duas actuações, poderosas e com apurado sentido de lide de Julian López “El Juli”, a comemorar os seus 25 anos de alternativa. Poderoso com o capote em ambos os toiros, Juli deu lição com a muleta, entregando-se em cada muletazo, em boas séries por ambos os pitóns, correndo bem a mão e com alguns remates poderosos, por baixo, dominando em absoluto as investidas das 2 reses que lidou. Quiçá o seu mando, o seu poderio, a forma como obriga os toiros os deixe, em muitos momentos, sem capacidade para mais, para romper mais um pouco apesar de apenas castigados com uma varita. Duas faenas pletóricas de raça e toreria, matando de estocada inteira o que abriu praça e de meia estocada traseira o seu segundo. Passeou uma orelha em cada toiro e saiu em ombros.

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Talavante é um prodígio com a mão esquerda e desenhou momentos sublimes em ambos os toiros. Bem de capote, teve uma excelsa faena de muleta frente ao quinto da ordem, iniciada de joelhos e com 2 cambiados “por la espalda” que fizeram soar olés. Em ambos os toiros, os seus naturais foram de escândalo pela sua profundidade, pela envolvência e ligação e foram do que de melhor se viu em toda a tarde. Foram momentos magníficos que o mau uso da espada travou na concessão de troféus no primeiro e que a benevolência do presidente transformou em duas orelhas no segundo após pinchazo e estocada.

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Emílio de Justo teve os dois piores toiros da tarde e mostrou o seu ofício, um bom conceito de toureio em ambos os exemplares. Esteve bem de capote e teve bons momentos com a muleta por ambos os pitóns mas os toiros não deram muitas facilidades, distraídos e sem grande vontade de investir, sacando o toureiro de todos os seus recursos e não deixando de sofrer uma feia voltareta no sexto da ordem. Escutou palmas em ambos e não acompanhou os companheiros de terna na saída em ombros.

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Não gostei, francamente, dos toiros de Garcigrande e Domingo Hernandez, se bem que o  quinto até tivesse qualidade. Pequenos, pobres de cara, oscilando entre os 457 e 512 kilos, não tiveram as habituais qualidades e não fora a qualidade dos toureiros…

Texto: Diniz Gavino

Fotos: DR