Praça de Toiros do Campo Pequeno – 29/02/2020 – Festival Taurino

Director: Fábio Costa – Veterinário: Hugo Rosa – Lotação: 80%

Cavaleiros: António Telles, Ana Batista, Francisco Palha, Luís Rouxinol Jr

Forcados: Santarém e Lisboa

Matadores: Nuno Casquinha, Juanito

Ganadarias: David Ribeiro Telles e Calejo Pires (2º e 3º)

A tarde, no que ao festival taurino diz respeito, foi de forte competição e registou grandes momentos de toureio. Se no toureio a cavalo António Telles abriu praça e mostrou que vinha para triunfar e com Francisco Palha a aproveitar de forma superior o bravo toiro de Ribeiro Telles que lhe tocou e valeu volta á arena do ganadeiro, no toureio a pé Nuno Casquinha triunfou forte com uma faena de muleta muito bem construída e que lhe valeu 2 voltas á arena com o representante da ganadaria e Juanito voltou a estar a um elevado nível dando a volta a um novilho enraçado e com génio, numa grande faena de muleta. Grandes momentos que levaram o público ao rubro!

Ovação forte para António Telles mal entrou em praça e também no brinde ao público que quase enchia a praça. António esteve igual a si próprio, fiel ao seu conceito, medindo muito bem a lide, com a justa brega para deixar o toiro, que foi colaborador, em sorte e cravar bons ferros compridos e curtos. Uma actuação de grande nível sublinhada pelos fortes aplausos do público.

Com um toiro que no decurso da lide foi a menos e criou alguns problemas esteve bem a cavaleira de Salvaterra de Magos Ana Batista. Lidou bem, procurou os melhores terrenos e deixou dois bons curtos. Foi aplaudida durante a lide e deu volta á arena a solo.

O terceiro exemplar da tarde, de Calejo Pires, coube ao matador de toiros vilafranquense Nuno Casquinha: Lidou bem de capote por verónicas e cumpriu com acerto tércio de bandarilhas onde foi aplaudido. Soube entender muito bem as qualidades que o novilho tinha – nobreza e humilhação na investida - e foi alargando as investidas nos bons passes quer epla direita quer pela esquerda que lhe foi instrumentando. Uma faena com momentos de muita qualidade, muletazos largos e templados e no final os naturais dados com as duas mãos, numa actuação que calou fundo nos aficionados que o aplaudiram de pé ao finalizar a lide e obrigaram a 2 merecidas voltas à arena acompanhado pelo maioral da ganadaria.

Uma outra grande actuação no toureio a pé esteve a cargo de Juanito frente a um burraco de Calejo Pires enraçado e com génio e a exigir muito do toureio. Depois dos lances de capote, a faena de muleta com momentos muito intensos tanto pelo lado direito como ao natural dada a forma como o novilho investia. Não admitia dúvidas e Juanito “cuajou” uma faena de muito interesse que o tornam também merecedor do título de triunfador.

O terceiro cavaleiro foi Francisco Palha e parece ter quebrado em definitivo o enguiço no Campo Pequeno. Uma actuação de elevadíssimo nível quer na brega quer na cravagem da ferragem, iniciada que foi com uma excelente sorte de gaiola muito bem rematada. O toiro era bravo e acudia de todos os terrenos e Palha, ora deixando-o vir de largo ora atacando mais em curto logrou os melhores ferros da tarde e fez os aficionados aplaudirem fortemente. Deu volta com Manuel Telles, representante da ganadaria Ribeiro Telles a quem pertenciam os destinados ao toureio a cavalo.

Encerrou o capítulo equestre o jovem Luís Rouxinol Jr que mostrou a sua raça e decisão ao iniciar a lide com um bom ferro em sorte de gaiola. O toiro não foi fácil e a lide teve altos e baixos, com alguns bons ferros frente a um toiro de comportamento irregular. Foi aplaudido na lide e deu volta à arena.

Os Forcados Amadores de Santarém abriram praça com o forcado Salvador Ribeiro de Almeida a consumar apenas à segunda tentativa e com a outra pega de caras a cargo de António Queiróz e Melo à primeira. Pelos Amadores de Lisboa António Galamba só à 4ª tentativa conseguiu fechar-se e Tiago Silva pegou bem o último à primeira tentativa.

Na direcção do festejo esteve Fábio Costa com bom critério quer na música quer nas voltas à arena concedidas aos toureiros e ganadeiros.

Texto e foto: António Lúcio