HOJE TOUREIO EU: TEMPOS DIFÍCEIS (MAIS AINDA) SE AVIZINHAM…
A nova e forte vaga de casos Covid que se tem vindo a verificar nos últimos dias e levado ao encerramento das entradas e saídas da Área Metropolitana de Lisboa, com alguns concelhos a recuarem nas etapas do desconfinamento – é um novo confinamento quer se queira quer não – já levou ao adiamento de muitos espectáculos como os que estavam previstos para Vila Franca no passado fim de semana e agora os 3 do Colete Encarnado, a corrida do Montijo deste sábado 3, a de Coruche de dia 10, e a ver vamos se ficamos por aqui em termos de adiamentos. Não esqueçamos que dia 9 está programada a abertura da temporada lisboeta e que poderá ficar seriamente comprometida se se mantiver esta ordem de encerramento da AML de sexta á tarde até 2ª de manhã…
Apesar da vacinação de uma parte importante da população, ainda não se chegou aos 50% de vacinados com as doses completas (que podem se ruma no caso dos recuperados de Covid ou 2 nos restantes casos); apesar de já haver certificados digitais de vacinação que permitem alguma liberdade de movimentos, a verdade é que há concelhos com elevados valores de infectados com COVID e Lisboa é um deles.
A Cultura, comos e afirma recorrentemente, é segura; existe distanciamento físico nos lugares ocupados, ao contrário por exemplo dos transportes públicos e até das viagens de avião… Não há conhecimento de surtos ocorridos nos espectáculos culturais do ano passado e deste ano. Mas o Governo é pouco sensível a isso como à sobrevivência da generalidade dos espectáculos culturais. Por isso mantém abertos todos os dias e com poucas limitações os grandes centros comerciais, os hipermercados…
Fui criado numa época em que não se trabalhava ao sábado à tarde – fechavam ás 13h- a não ser nos cafés e restaurantes, e ao domingo, dia sagrado. Durante a semana o comércio em geral encerrava portas às 19h. E a economia funcionava e ninguém ficava sem bens essenciais em casa. Provavelmente uma das soluções para evitar males maiores e um confinamento mais apertado e onde todos perdem mais, era voltar aos anos 80 em termos de horários de comércio: todos os dias encerramento às 19h; aos sábados às 13h e encerramento total ao domingo. Proibir ajuntamentos na via pública depois das 22h. Durante 15 dias poderíamos fazer uma experiência deste tipo e veríamos se tinha ou não resultados positivos já que o Governo é incapaz de na AML fazer o que se fez no primeiro grande surto em Ovar: cerca sanitária. Ninguém entra e ninguém sai a não ser por motivos ponderosos. Mas é preciso coragem para tomar uma medida desta dimensão.
Muito mais fácil é abrir e fechar portas ao fim de semana e em algumas localidades. Algumas autoridades sanitárias em face dos surtos mandaram muitos alunos para casa. É preferível assim e deviam ter essa consciência ainda que não de acordo com o Governo que funciona tipo catavento.
Na tauromaquia vivemos uma fase muito complicada, muito difícil e os tempos que se avizinham não serão fáceis, corridas adiadas umas atrás das outras, dificuldades na reprogramação para não haver coincidências de datas e de cartéis, muitos já estafados… Preços que sobem nas bilheteiras, público que não esgota o 1/3 ou 50% da lotação permitida.
Sem vacinação massiva e sem consciencialização das mentes menos receptivas ao dramatismo da situação e que não compreendem que as regras são para cumprir até à exaustão pois só assim as coisas poderão melhorar, continuaremos neste limbo: abre, fecha parcialmente, fecha completamente, reabre aos poucos… Não é solução!
Acham que vai melhorar? Eu acho que não.
António Lúcio