Esta temporada ficará marcada, seguramente, pelos adiamentos e cancelamentos de espectáculos tauromáquicos devido às condições climatéricas do início de temporada e, também, porque algums empresas parecem ter começado a entender que, em determinadas datas não tradicionais e sem um evento forte por detrás, é arriscar demasiado.

Não vem mal algum ao mundo quando estas decisões são tomadas de forma clara e sem deixar margem para dúvidas. Os contratos de exploração das praças são de valores elevados porque os candidatos querem mais uma praça e parece não importar o preço a pagar. Só que depois, contas feitas, perde-se dinheiro numa  e noutra e há que arrepiar caminho. Pois é, não adianta inventar muito porque já tudo foi inventado e algumas coisas não resultam mesmo e o povo quer é espectáculos baratos ou de borla se possível e têm sido mal habituados pelas edilidades com concertos musicais durante uma semana inteira e sempre de borla, ou seja, grátis. Pagar 30 ou 40 euros por cabeça para ir aos toiros e ver mais do mesmo, já custa a largar.

Por isso é urgente repensar datas e locais, cartéis e preços. Sim porque o povo não vai em loucuras e ir a uma desmontável ver o mesmo cartel que numa praça de 1ª e a metade do preço pode ser uma solução para alguns. Até porque existem as festividades populares que aglutinam muita gente e, por arrasto, alguns acabam por ir ver a tourada. É uma realidade que, a par da proliferação das largadas, vulgo pamplonas, tauromaquia popular de rua, levam muito público a aderir... Há e dá que pensar.

Por isso, datas tradicionais, bons cartéis, boa publicidade e bons patrocínios... quiçá possam dar uma boa ajuda.

E já agora, que os toureiros entrem em praça para darem luta forte uns aos outros, que o público irá agradecer com a sua posterior presença nas praças onde esses toureiros actuem. Faz falta uma nova "guerra das esporas"!

António Lúcio