HOJE TOUREIO EU…
Sou, por natureza, um optimista. Mas no que à actual tauromaquia portuguesa concerne, posso afirmar que sou pessimista pois não vislumbro grandes rasgos empresariais e/ou de toureiros que possam romper com o marasmo em que vivemos e onde alguns atropelos, incompreensíveis para pessoas como eu, continuam a acontecer.
A Festa para sobreviver precisa de seiva nova, precisa de máxima competição, de cartéis atractivos (acho que vi isto escrito nos últimos 20 anos onde vários sítios), de preços simpáticos para a esmagadora maioria das bolsas portuguesas, de um circuito de promoção de novos valores a cavalo e a pé…
Precisamos de ousadia por parte dos empresários, que consigam transformar uma corrida de toiros num acontecimento único.
Precisamos que os toureiros alinhem numa postura de tudo ou nada cada vez que se anunciam.
Precisamos que o toiro seja capaz de transmitir e impor seriedade e respeito a tidos quantos se lhe coloquem por diante.
Precisamos de praças cheias, de filas nas bilheteiras para adquirir os bilhetes para cada espectáculo.
Não entendo que algumas entidades organizem espectáculos em cima de outros já anunciados com antecedência e a poucos quilómetros uns dos outros. Muito mais importante do que estabelecer datas condicionantes a espectáculos de beneficência. Não faz sentido que após ter sido anunciada a primeira data de Almeirim com uma alternativa, venhamos a ser confrontados com uma organização de última hora para as vésperas em Coruche com o selo da Prótoiro, entidade que ainda não garantiu esse Dia da Tauromaquia mas…
Não entendo a forma de comunicar destas entidades que se preocupam em enviar comunicações via Whatsapp de questões suscitadas no estrangeiro quando se deveriam preocupar seriamente em procurar soluções para o problema português, não esquecendo as praças fechadas e demolidas e onde nunca mais haverá uma corrida de toiros… Parece que isso importa pouco, mas a verdade é que tem enormes repercussões.
Há dias também verifiquei que alguns dos fotógrafos portugueses postaram nas redes sociais que roubar fotos é crime e dando a entender também que estaria na calha a criação de alguma associação de classe para defesa dos seus direitos. Acho bem e acho que se devem instaurar os respectivos processos-crime para defesa dos autores das fotos.
António Lúcio