Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

HOJE TOUREIO EU...

OPORTUNISMO DE UNS E SEM VERGONHA DE OUTROS…

16.10.21 | António Lúcio / Barreira de Sombra

101021 caldas 2.jpg

Cada vez que leio algumas coisas que vêm deste Governo sob pressão de outros para viabilizar não sabemos muito bem o quê, a não ser que querem a todo o custo sufocar a festa brava, e a reacção dos toureiros, ganadeiros e empresários, penso que não vale a pena continuar enquanto aficionado responsável a escrever o que penso sobre tudo isto porque tudo o que dizemos e escrevemos cai em saco roto… e ainda corremos o risco de ser condenados por delito de opinião.

Mas a verdade, caros amigos, é que isto só acontece por total inacção dos principais actores e a quem mais o futuro da festa deveria interessar, porque dela vivem e muitas famílias deles dependem e continuam a achar como dizem os espanhóis que«no passa nada»… Sinceramente que estas atitudes, a mim, me incomodam.

Onde é que teremos de fazer ouvir a nossa voz se a comunicação social geral está completamente refém do Governo e das associações anto-taurinas e outras? Em Portugal não está regulamentada a actividade de lobbying que tantos efeitos poderia provocar nos corredores do Poder!

Compramos páginas nos jornais para fazer publicidade à festa brava? Não! Conseguimos pagar anúncios/publicidade nas televisões? Também não! Criamos um bilhete família para que estas vão aos toiros? Não! Fazemos o quê então? Falamos mal de uns e de outros nas redes sociais e pouco mais.

Não temos voz no Parlamento. Por muito que digam o contrário, essa é mais uma triste realidade. Uns quantos deputados estão do nosso lado mas, feitas as contas, não têm poder para mudar as decisões do vendido Costa ao Bloco e ao PAN para continuar no poder e garantir um tacho na Europa… Sem vergonha vendeu por 4 votos (e não sabe se o PAN aprova o orçamento!...) o direito dos pais poderem ensinar os filhos, dos jovens poderem escolher a sua profissão futura, violando clara e reiteradamente direitos constitucionalmente protegidos. Triste sina a deste País!

Por este caminho de proibições – e triste consolo virem responsáveis da Protoiro dizer que não é uma proibição de que os jovens de menos de 16 anos possam ir ao toiros mas que forem acompanhados podem fazê-lo – quando menos esperarmos sairá outro decreto-lei que proibirá as corridas como no tempo de D.Maria… E a petição que por aí circula, é mais uma que acabará por não ter nenhum efeito prático.

Então onde é que poderemos fazer-nos ouvir e atrair as atenções das televisões e grandes jornais? Como já aconteceu em alguns pontos da geografia taurina mundial: NAS RUAS!!!

Sim, pensem bem: temos cerca de 80 ganadeiros com todo o pessoal que toma conta das suas vacadas, muitos com jogos de cabrestos: cerca de 40 cavaleiros, seis ou sete matadores de toiros, mais de 40 bandarilheiros, várias escolas taurinas, mais de 40 grupos de forcados com cerca de 40 elementos ou mais cada grupo, dezenas de campinos, dezenas de criadores de cavalos, dezenas de tertúlias e clubes taurinos, músicos, escritores, pintores, médicos, políticos, deputados, bandas de música com enorme reportório de música taurina… milhares de aficionados e de pessoas que não querem que alguém, sem vergonha e sem respeito algum pelos outros venha, um dia destes a decretar o final da festa brava só porque isso lhe garante o lugar e o tacho.

Temos de tomar uma decisão de força, sair do Campo Pequeno, a principal praça de toiros do país, em direcção ao Terreiro do Paço e, se necessário até à Assembleia da República , vestidos como manda a tradição para cada classe, cavalos e cabrestos pelas avenidas de Lisboa, bandas a tocar, numa manifestação séria e responsável para exigir o respeito que esta tradição cultural merece. A nossa atitude tem de ser forte, de mostrar a nossa força e a nossa importância.

Talvez assim, Costa e seus acólitos percebam que por um voto não pode valer tudo e que tem dos nos respeitar!

Texto: António Lúcio

Foto: Margarida Pedroso