GRANDE TRIUNFO DE “CUQUI” NA CORRIDA DE MATADORES EM VILA FRANCA
Praça de Toiros Palha Blanco – Vila Franca de Xira – 02/10/21 – Corrida de Toiros
Director: João Cantinho – Veterinário: Tenório Guerra
Matadores: António João Ferreira, Nuno Casquinha, “Cuqui”, João Diogo Fera
Ganadaria: Oliveiras Irmãos
GRANDE TRIUNFO DE “CUQUI” NA CORRIDA DE MATADORES EM VILA FRANCA
Ousar montar e levar por diante uma corrida só com matadores e 8 toiros é obra e merece o nosso aplauso para a empresa Tauroleve que a levou por diante. Não correspondeu na totalidade o grande público e a lotação ficou-se por cerca de 1/3 do total. Pena porque podiam ter assistido, como nós, a duas grandes faenas de “Cuqui”, num momento extraordinário e a provar que os toureiros de arte também podem com toiros menos aptos a esse toureio de duende e a uma outra boa faena a cargo de António João Ferreira (no 5º da noite), enquanto Nuno Casquinha não teve hipóteses com o seu lote e Diogo Fera deixou uma pálida imagem.
Comecemos então pelo triunfador da noite o matador Joaquim Ribeiro “Cuqui”. Decisão e entrega, arte e valor, temple a rodos, assim podemos resumir as duas grandes actuações do matador moitense, desde que recebeu o seu primeiro com uma larga cambiada de joelhos e depois no toureio fundamental à verónica, que fez soar os primeiros olés, verónicas que repetiu mas de joelho flectido a receber o seu segundo. Com a muleta, a sua classe impôs-se, embebendo as investidas com a pança da muleta, bem desenhados os passes por ambos os pitóns, destacando nas séries ao natural que voltaram a fazer soar os olés na Palha Blanco. No seu segundo repetiu a dose com a muleta, em faena muito bem construída e com enorme mérito nos naturais, sacando ao máximo as investidas ao toiro que acabou por se entregar ao poderio da muleta de “Cuqui” que deu aplaudida volta ao redondel.
Abriu praça António João Ferreira frente a um toiro de aparatosa cornamenta e com o qual esteve bem de capote por verónicas e chicuelinas e com uma faena de muleta de razoável corte onde houve alguns bons passes por ambos os pitóns. Inspirou-se frente ao quinto com verónicas e larga de remate e uma faena de muleta com intensidade, em especial uma série pelo lado direito rematada com um largo passe em redondo e uns quantos naturais de muito boa nota. Faena bem construída, sacando o máximo que pode a um toiro que cumpriu, António João Ferreira também foi premiado com volta à arena.
Nuno Casquinha não teve sorte no sorteio pois os seus toiros mansos e difíceis não lhe deram grandes opções. Lanceou a fixar o toiro com uma boa meia verónica de remate e deixou dois pares de bandarilhas sem grande destaque. O toiro não quis e o toureiro viu-se obrigado a abreviar com a muleta onde deixou alguns passes soltos. O seu segundo, sem classe e manso sem dar hipóteses permitiu-lhe algumas verónicas mas nada com a muleta. Ficaram as intenções do toureiro…
Em quarto lugar apresentou-se em Vila Franca como matador de toiros João Diogo Fera. E esta apresentação ficou-se pelas intenções pois se os toiros foram mansotes (o sobrero que saiu por invalidez do titular em 8º lugar era de aparatosa cornamenta), a verdade é que Fera não mostrou grandes argumentos nem se impôs, como devia e era esperado, perante as dificuldades patenteadas pelos toiros. Algum que outro passe solto, a colocar-se na cara dos toiros e a mandar, souberam a pouco e Vila Franca e o seu público mostraram a sua exigência. Não foi a sua noite, outras melhores seguramente virão.
O curro de Oliveiras Irmãos foi díspar de tipo e quanto a comportamento, sobre o manso, pior o lote de Casquinha, teve nos segundos de Ferreira e de Cuqui os que melhor corresponderam. Injustificada e claramente sem critério a chamada do ganadeiro após a lide do 6º. Os tais critérios de bravura!...
Dirigiu o espectáculo João Cantinho, mal ao colocar o lenço azul já no final da volta de Cuqui (merecidíssima) no 6º da ordem e na concessão e música a João Diogo Fera na lide do sobrero. Uma vez mais a exigência do público travou estas duas situações. Foi assessorado pelo veterinário Tenório Guerra.
Texto: António Lúcio
Fotos: em breve