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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

GRANDE AMBIENTE NA MOITA E TRIUNFOS CLAROS DE JOÃO TELLES E JUANITO

MATADOR PORTUGUÊS VOLTA A CHAMAR A ATENÇÃO

27.02.22 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros “Daniel do Nascimento” – Moita – 26/07/22 – Festival Taurino

Director: Fábio Costa – Veterinário: Jorge Moreira da Silva

Cavaleiros: Ana Batista, João Moura Jr, João Ribeiro Telles, Salgueiro da Costa

Forcados Amadores de Montemor e Aposento da Moita

Matador: João Silva “Juanito”

Novilheiro: Filipe Martinho

Ganadarias (por ordem de lide): Vinhas, Romão Tenório, Passanha, Varela Crujo, David Ribeiro Telles, Jorge Carvalho

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O ambiente começou a aquecer com a actuação do tenor João Mendonza e uma interessante interpretação do clássico “Granada”. Mas o público estava ávido de toiros e queria ver tourear. E soube premiar os que mais se destacaram.

No toureio a cavalo o destaque maior vai para João Ribeiro Telles a um bonito toiro de Passanha que teve coisas de bravo e outras de mansote mas ao qual o cavaleiro da Torrinha soube sacar o máximo partido das coisas boas que tinha e desde os compridos que o soube aproveitar. Lidou bem, cravou bons ferros, aqueceu as bancadas e aqueles dois últimos curtos montando o Ilusionista foram de máximo valor e qualidade, fazendo com que o público aplaudisse de pé.

Portugal tem um toureiro que já movimenta as massas e que espera sempre a sua entrega e bom toureio. Chama-se “Juanito” e na Moita voltou a alardear todo o seu bom conceito de toureio, a sua entrega enorme, o não voltar a cara à luta mesmo quando o toiro não a quer. De joelhos toureou à verónica e assim iniciou também a sua faena de muleta. Com muita entrega deixou a muleta na cara do toiro, com ferro de David Ribeiro Telles, que tendia a sair solto se o não fizesse e as séries de derechazos foram impactantes e com o público a aplaudir de pé. Grande actuação, mais uma, na Moita e a deixar antever que se não o travarem vai ser um toureiro importante.

Ao jovem moitense Filipe Martinho coube um toiro de Jorge Carvalho, de imponente cornamenta e que teve um comportamento díspar. Valente o novilheiro que o recebeu com 3 largas cambiadas de joelhos e criou alvoroço nas bancadas com 4 grandes pares de bandarilhas e o público de pé a aplaudir. Com a muleta foi de mais a menos com alguns bons derechazos e agradando ao público pela sua entrega.

A corrida abriu com a lide de Ana Batista a um novilho complicadote de início, com ferro Vinhas. A cavaleira de Salvaterra sentiu algumas dificuldades de início, sofrendo dois fortes toques nos compridos. Nos curtos, e lidando mais em curto, conseguiu subir o nível deixando bons ferros.

João Moura Jr lidou um cumpridor exemplar de Romão Tenório, E fê-lo com uma boa brega, bons remates e cinco curtos de boa nota, aplaudido pelo público e deixando bom sabor.

 

Para encerrar a parte destinada ao toureio a cavalo, esteve em praça Salgueiro da Costa que lidou o piro da tarde, um manso e complicado toiro de Varela Crujo. Deixou 3 compridos sendo o segundo o melhor e a série de curtos também teve valor. Ao tentar cravar um ferro de palmo sofreu um forte encontrão em tábuas.

Os Grupos de Forcados em praça foram os Amadores de Montemor e Aposento da Moita.  Pelo Grupo de Montemor abriu praça Miguel Sampaio Ribeiro com uma boa pega à primeira e a dupla de cernelheiros António Pena Monteiro e Luís Vacas pegaram á primeira o toiro de Passanha (muito fechado de córnea), sem que o toiro se movesse depois de sentir os forcados. Pelo Aposento da Moita, com menos sorte, João Maria Duque lesionou-se na única tentativa que efectuou, sendo dobrado à 3ª por Fábio Matos e no 4º da ordem foi André Silva para a cara, concretizando com decisão á 3ª tentativa, sendo que o toiro foi muito complicado para se colocar e fixar.

O espectáculo foi bem dirigido por Fábio Costa assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva.

Segundo anunciou a organização o festival rendeu a quantia de 34347,11 euros para uma assistência de 2831 pessoas.

Texto e foto: António Lúcio