FOI PELA LIBERDADE… QUE FOMOS AO CAMPO PEQUENO.
Foi pela Liberdade… que fomos ao Campo Pequeno.
Não! Não foi uma romagem de saudade, uma manifestação de serôdia coragem, ou um gesto de quixotesco destemor. Se fosse necessária uma caracterização para esta deslocação ao Campo Pequeno, a Lisboa, diria que foi apenas e só, um sinal. Um sinal de alerta. Do que aí vem, aberta que foi a caixa de pandora, dos perigos do uso e abuso do poder, dos secretos desígnios de como o gosto individual pode matar o gosto colectivo, anestesiado por medo. Sim, existe Medo. E quando o mêdo é trocado pelo respeito...
Fui das cerca de setenta almas que da Póvoa de Varzim, ou arredores, se deslocaram ontem, dia 11 de Outubro, do ano da graça de 2018, sim, que isto de fazer cerca de oitocentos quilómetros, ida e volta, para assistir a uma Corrida de Gala à Antiga Portuguesa no Campo Pequeno, quando de antemão se sabia que ela seria transmitida em directo pela nossa RPT, é acto que merece esmero na redação, e empenho de registo da parte do aficionado que a tal se dispõem.
Felizmente ainda vivemos em Liberdade. Formal ou aparentemente, é certo, mas vivemos e convivemos, sem que disso grande mal venha ao mundo, a não ser… a não ser, quando aproveitando essas regras, nos querem cortar, calar a Liberdade de poder escolher, sem que essa nossa escolha seja uma ofensa contra os Usos e Costumes, a Tradição, a Lei, que a maioria dos Portugueses no Parlamento representada, assim o considere. Decisões que nos garantem que os Direitos que fazem parte das regras que regem uma sociedade Ocidental, Moderna, Europeia, onde estamos integrados, são Princípios e Valores fundacionais. Europa e Mundos onde nos vem a ‘massaroca’ que permitiu, e permite, ‘calar’ muitos ‘espíritos modernos’, ‘vanguardistas de urbana cêpa’, hoje tão ‘diferentes’ porque sim, que deixamos andem por aí, insatisfeitos, perturbados, que querem viver como profetas, exigindo que os outros, os ‘normais’, vivam com as regras da sua ‘anormalidade’. Mas vivemos, e queremos viver em Liberdade. De poder gostar ou desgostar, sem ofender, ou pisar, quem gosta ou degosta de nós. Respeitamos, e defendemos, o termos, e terem, Todos, o direito à diferença, ao gosto do diferente. Mas por nunca, permitiremos que esses, por quem lutamos, nos queiram, agora, calar, reprimir, silenciar, impor gostos. Já dizia o poeta – “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” - pois é, mas não se muda o Direito à Liberdade de poder escolher. Assim como não se reescreve a história, não se pode ‘orientar’ a Cultura, banir os Usos e Costumes, ou por Decreto, apagar a Tradição. Nem consentir que no nosso Portugal, o deixe de ser como um todo, e que nem em nome da ‘descentralização autárquica’, se torne os municípios reféns de pendores feudais.
E o que os autarcas na, e da Póvoa de Varzim, e não só, mas também, fizeram, foi querem banir os Usos e Costumes, reescrever a história da sua terra e, por golpe de mão, apagar a Tradição.
Hoje são as Festas dos Toiros, amanhã, O Tiro ao Vôo, depois as Corridas de Galgos, as Largadas de Pombos, as Rusgas dos Bairros, os Festivais Internacionais de Música, as Correntes d’Escrita… e, claro, quando todos estiverem suficientemente domesticados, amedrontados, as Procissões, e outras manifestações religiosas. Sim, esses actos pagãos, manifestações incontroladas de uma Fé, que eles não entendem, professam, nem controlam. Ou então só porque não é a da moda, a sua.
Fomos ao Campo Pequeno ver a última corrida da temporada de 2018. Com a nossa presença, deixar marcar de que na Póvoa de Varzim, e até em parte no Norte, não nos esqueceremos de Viana do Castelo, somos Portugal, somos Portugueses.
Do espetáculo em si, melhor que o nosso registo enquanto cronista e aficionado, falaram as imagens que a RTP transmitiu, e que os meios modernos permitem voltar a rever. Mas sobre ele, por certo, em outra Crónica, em breve, diremos o que gostamos, ou desgostamos… porque estivemos lá, presentes, em Liberdade, e pela Liberdade de gostar da Festas dos Toiros.
Texto e fotos: José Andrade