EMOTIVA HOMENAGEM PÓSTUMA A JOAQUIM BASTINHAS, O MOMENTO MAIS SENTIDO DE UM ENTRETIDO FESTIVAL
Praça de Toiros do Campo Pequeno – 23.02.19 – Festival Taurino
Director: Manuel Gama – Veterinário: Jorge Moreira da Silva – Lotação: 80%
Cavaleiros: António Telles/João Telles; Rui Salvador/Francisco Palha; Luís Rouxinol/Filipe Gonçalves; Rui Fernandes/João Moura Jr
Selecção de Forcados ANGF
Matadores: António João Ferreira, Nuno Casquinha, Manuel Dias Gomes
Ganadarias: Passanha, David Ribeiro Teles, Calejo Pires, Falé Filipe, Prudêncio, Romão Tenório
EMOTIVA HOMENAGEM PÓSTUMA A JOAQUIM BASTINHAS, O MOMENTO MAIS SENTIDO DE UM ENTRETIDO FESTIVAL
Tarde quente em termos climatológicos e no carinho que o público demonstrou ao longo da tarde, mais fortes e sentidos no momento que os toureiros entraram em praça com uma lona onde estavam uma imagem e o nome de Joaquim Bastinhas e o público, de pé, a aplaudir com força e com os sentimentos muito á flor da pele, gente emocionada de verdade com o gesto dos toureiros que actuaram neste festival do Dia da Tauromaquia.
O festival foi entretido, com alguns momentos que se destacaram dos demais, realçando-se as actuações na série de curtos da dupla Salvador/Palha, a grande ligação de António e João Telles e a actuação de Nuno Casquinha 4º da ordem. Menos conseguida a prestação dos forcados da selecção da ANGF comandados por Pedro Espinheira.
Abriu o festival a dupla António Telles/João Telles frente um toiro de Passanha de pouca força mas que teve qualidade. Os dois Telles estiveram bem nas preparações e nos remates das sortes que foram bem executadas.
Rui Salvador e Francisco Palha lidaram um cumpridor exemplar de Ribeiro Telles e Salvador sofreu, no início da série de curtos, uma violenta queda. Encastou-se e deixou bons curtos, com Palha a deixar também curtos de muito bom nível.
Luís Rouxinol e Filipe Gonçalves não tiveram sorte com o exemplar de Prudêncio, manso e a fechar-se em tábuas. Tentaram sacar o máximo possível mas sem conseguir o desejado êxito numa actuação esforçada.
Rui Fernandes e Moura Jr lidaram um exemplar de Romão Tenório numa lide em que se entenderam bem e que foi do agrado do grande público.
Pouco acertada foi a actuação dos forcados da Selecção da ANGF principalmente no 1º toiro com uma má postura do forcado da cara Hugo Figueira (Redondo) demasiado dobrado para a frente nos cites e com o consequente desequilíbrio ao recuar, desfeiteado em 3 tentativas e só conseguindo consumar à 4ª. Márcio Chapa (T.T.Montijo) conseguiu uma boa pega à primeira tentativa. João Paulo Damásio (Montijo) só consumou á terceira tentativa e com ajudas carregadas e Manuel Pires (Ramo Grande) efetuou a pega da tarde à primeira no que encerrou praça.
Duas notas sobre esta Selecção: sendo mais de 40 os grupos associados na ANGF como é que se explica a presença de apenas 25 neste dia que se queria de união de todos os elementos da Festa Brava? Outra questão: efectividade versus brilho. Se um toiro se fechou em tábuas, sendo lidado a sesgo e se se verificou que nunca quis investir para os médios, qual o problema em pegá-lo a sesgo logo que se viu que não investia doutra maneira?
No toureio a pé, António João Ferreira lidou um exemplar de Calejo Pires que desenvolveu muito sentido, criando problemas ao parar-se após o terceiro muletazo. Faena de alinho, sem grandes motivos e onde o toureiro esteve por cima. Um novilho que enganou algumas pessoas pois se saía largo para o primeiro muletazo logo se parava rapidamente ao terceiro procurando o vulto.
Nuno Casquinha esteve em bom plano e foi o triunfador no que ao toureio a pé diz respeito. Bem no toureio á verónica, teve dois bons pares de bandarilhas (2º a quarteio e 3º a quiebro) e construiu uma faena de muleta que teve interesse por ambos os pitóns, colocando-se bem, desenhando muletazos largos e com qualidade. Em toureiro.
Finalizou a parte dedicada ao toureio a pé o matador Manuel Dias Gomes que não teve sorte com o de Falé Filipe que lhe tocou em sorteio. Aos poucos o novilho foi-se defendendo e parando-se nas investidas depois de um bonito início em que se arrancava de largo: Bem de capote, Manuel Dias Gomes esforçou-se por agradar e tentar sacar o máximo partido deste novilho mas não era possível o ansiado triunfo em Lisboa.
Na direcção do espectáculo esteve Manuel Gama assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva.
Texto e foto: António Lúcio