BOA NOVILHADA EM VILA FRANCA E TROFÉU VICTOR MENDES ENTREGUE A JOÃO D'ALVA
Praça de Toiros “Palha Blanco” – Vila Franca de Xira – 24/06/17 – Novilhada
Director: Rogério Jóia – Veterinário: José M. Lourenço - Lotação: ¼ casa
Novilheiros: Juan Pedro Llaguno, Carlos Dominguez, João D’Alva, Alvaro Pasalacqua
Ganadarias: São Torcato (1º e 2º), Falé Filipe (3º e 4º)
Terminou mais uma edição do Ciclo Internacional de Novilhadas organizado pela Escola de Toureio José Falcão de Vila Franca de Xira, contando com a dinâmica do Maestro Vítor Mendes e empenho também das diversas Escolas participantes e dos ganadeiros que cederam reses para estes espectáculos, não esquecendo a empresa de Paulo Pessoa de Carvalho. O sucesso da iniciativa foi sublinhado no final pelo Maestro Vítor Mendes antes da entrega do prémio ao novilheiro mais destacado, distinção que premiou o labor de João D’Alva que o recebeu das mãos de Vítor Mendes, Morenito de Maracay e El Soro, figuras do toureio que estiveram presentes e deram prestígio à novilhada, sendo muito aplaudidos pelo público.
Houve forte competição entre os quatro novilheiros que fizeram o paseíllo em Vila Franca e onde se respeitou um minuto de silêncio em memória de Ivan Fandiño e de Pedro Cardoso. A presença de duas figuras que fizeram furor nos anos 80 do século passado, José Nelo “Morenito de Maracay” – enorme nos seus pares ao quiebro – e o sempre lutador Vicente Ruiz “El Soro”, ao lado de Vítor Mendes, despoletaram a competição entre os mais novos que tudo fizeram para o triunfo.
Juan Pedro Llaguno (México) abriu praça com um enraçado erale de São Torcato que teve muita mobilidade. Bem no capote com verónicas e chicuelinas, cravou um bom par de bandarilhas, o 2º. Com bons modos toureiros, mostrou ter bom critério e bom conceito de lide para desenhar boas tandas por ambos os pitóns numa faena de boa nota. Abandonou a praça logo após a lide por ter de se deslocar para Bilbao.
Em segundo lugar actuou Carlos Dominguez (Badajoz) que teve de se enfrentar a um erale São Torcato de investidas complicadas e irregulares. Recebeu com decisão com uma larga cambiada de joelhos e verónicas com pouca expressão. Esteve em novilheiro, arriscando, pisando terrenos de compromisso e lidando sobretudo pelo lado esquerdo, por onde eram menos complicadas as investidas, Muitas vezes, e principalmente pelo lado direito, o erale parava-se no meio do muletazo dificultabdo o labor do jovem novilheiro.
João D’Alva (Vila Franca) foi à porta de curros receber com uma larga cambiada de joelhos o seu erale, de Falé Filipe e que cumpriu, a que se seguiram outras duas, verónicas e gaoneras, rematando com outra larga cambiada de joelhos, recebendo forte ovação. Bandarilhou com acerto e construiu uma faena que foi de mais a menos. Começou bem, por baixo, sujeitando bem o erale. Alternou entre séries pelo lado direito e outras ao natural que foram de boa nota, correndo bem a mão, dando distância no primeiro muletazo. Depois teve alguns passes de menor impacto, rematando com passes de joelhos e manoletinas.
Um bom erale de Falé Filipe tocou ao jovem Alvaro Pasalacqua (Málaga) que o recebeu com algumas verónicas. Bom conceito de toureio, perfumado, com boas maneiras, metido na cintura e nos rins para prolongar os passes. Começou com passes joelho flectido metendo o erale na muleta por ambos os pitóns. Com suavidade embarcou-o de largo nos muletazos de bela expressão por ambos os pitóns, Templou, mandou, entendeu bem as distâncias, sofreu uma voltareta mas voltou a lidar e rematou com uma boa série de derechazos.
Bom espectáculo, jovens a entregarem-se em busca do triunfo, público participativo e que deu um bom ambiente à “Palha Blanco”. Na direcção do espectáculo esteve Rogério Jóia assessorado pelo veterinário José Manuel Lourenço.
No final, na entrega do prémio a João D’Alva, o público não arredou pé e tributou fortes ovações aos jovens toureiros e às figuras de há 30/35 anos atrás Morenito de Maracay, El Soro e Vítor Mendes.