AS GANADARIAS QUE VI LIDAR EM 2016
Uma verdade sempre repetida e que, um ano mais, aqui fica: sem o toiro de raça brava de lide não havia tauromaquia. Não haveria esta paixão desatada por esse animal único que permite as paixões e discussões acesas acerca de uma lide, de um ferro, de uma pega. E mais ainda quando a esse animal, no final de uma lide, pelas suas excepcionais condições de bravura, lhe é concedido o direito a voltar ao campo e a padrear na ganadaria que, um dia, quatro anos atrás, o vira nascer.
Existem encastes que permitem um maior brilho ou uma melhor expressão artística aos executantes, sejam eles cavaleiros sejam eles matadores de toiros. Todos sabemos das preferências das figuras e que estes, de certa forma, ajudam a que os ganadeiros moldem os toiros ao que são as exigências do toureio actual. Um produto que só se poderá ver nas arenas 3, 4, 5 anos depois. E até lá muita coisa pode ter mudado.
Escolha-se o toiro para o essencial, para o toureio. Mas sem nunca esquecer as especificidades do toureio a cavalo e do toureio a pé. As empresas e as figuras sabem bem o que melhores resultados artísticos proporciona em cada modalidade. E por isso os escolhem sabendo que, por vezes, também, isso faz com que a emoção e o risco pareçam diminuídos. O que não é verdade.
O toiro que investe com o focinho a roçar a arena, que repete essas humilhadas investidas, por ambos os pitóns, sempre na busca da muleta que lhe colocam por diante, terá de ser bravo e com muita classe. O que aconteceu por diversas vezes na temporada de 2016.
O ano de 2016, nas corridas onde estive presente, teve alguns toiros de nota elevada, com trapio, toiros bravos, encastados, com raça e levarem emoção ás praças onde foram lidados. E se dissermos que a generalidade desses toiros foram lidados a pé, onde a exigência no comportamento e na resistência é muito maior do que a do toureio a cavalo, então teremos alguns toiros de quem os ganadeiros muito se devem orgulhar.