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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

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ANTÓNIO RIBEIRO TELLES - A VERDADE DO TOUREIO Á PORTUGUESA IMPÔS-SE EM VILA FRANCA

10.10.18 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros “Palha Blanco” – Vila Franca de Xira – 09/10/18 – Corrida de Toiros

Director: Pedro Reinhardt – Veterinário: José M. Lourenço – Lotação: Esgotada

Cavaleiros: António Ribeiro Telles, Diego Ventura

Forcados Amadores de Vila Franca

Ganadarias: Prudêncio, Palha, Maria Guiomar Moura

IMG_5690.JPGA VERDADE DO TOUREIO Á PORTUGUESA IMPÔS-SE EM VILA FRANCA

 

Noite de confronto aberto entre Telles e Ventura, entre o toureio clássico e puro á portuguesa e o rejoneio  mais depurado, de despedida de um grande forcado e cabo do Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca e de triunfo da tauromaquia com a lotação da “Palha Blanco” completamente esgotada e um grande ambiente. Uma corrida de toiros onde a seriedade e a competição imperaram, com claro triunfo do toureio clássico e puro à portuguesa a cargo de um Mestre consagrado, de seu nome António Ribeiro Telles.

 

E esta foi a noite da consagração da maestria de um dos maiores clássicos do toureio equestre á portuguesa, em noite de apoteose total. António Telles ofereceu-nos momentos inolvidáveis quer na forma como lidou – preparações, desenho das sortes e remates – sem concessões ao facilitismo, quer no entendimento dos toiros que teve por diante e das suas condições de lide, e ainda na forma como se recreou em alguns momentos ora com a máxima segurança a parar-se na cara do toiro após algumas cravagens, ora com arte na forma como usou a garupa da montada como se de um capote ou muleta se tratasse. A abordagem frontal, os ferros ao estribo, dois curtos de inegável valor, valentia  e poder, faltando palavras para adjectivas as 3 grandes actuações de António Ribeiro Telles. Indiscutivelmente o expoente máximo do toureio a cavalo á portuguesa. Quatro voltas à arena, duas delas no quinto da noite e chamada especial aos médios dizem bem do que o público se entregou ao magistério do cavaleiro da Torrinha.

 

Diego Ventura apresentou-se em Vila Franca embalado por uma grande temporada com êxitos significativos. Não teve sorte com os seus dois primeiros toiros, onde nem sempre as coisas lhe saíram bem apesar do seu notório empenho no confronto/competição. E quando as coisas não saem bem, Vila Franca manifesta-se e não perdoa. Não perdoou as demasiadas intervenções dos subalternos e alguns ferros e toques que aconteceram. As duas primeiras lides de Ventura ficam marcadas por alguns bons momentos na brega e nos remates e dois ferros curtos de boa nota. No que encerrou praça sacou dos seus galões e da sua raça para uma actuação que empolgou e levou o público ao rubro com a sua brega a ladear e os remates após bons ferros dando primazia à investida do toiro. No final deixou 2 pares de bandarilhas montando o Dólar, sem cabeçada, e aí o público saltou dos seus assentos e exigiu mais um, que foi um palmito. Grande momento de Ventura.

 

Noite de glória para os Amadores de Vila Franca. Não é todos os dias que se coloca um ponto final numa carreira brilhante como foi a de Ricardo Castelo enquanto forcado e enquanto cabo dos Forcados Amadores de Vila Franca. Uma grande pega de caras a abrir praça, volta emotiva com estrondosa ovação após ter entregue a jaqueta de cabo a Vasco Pereira. Obrigado Ricardo Castelo por tantos e tão grandes momentos. Vasco Pereira foi desfeiteado algumas vezes pelo segundo da noite mas consumou, mais em curto, com eficácia ao quarto ou quinto intento. Seguiram-se Francisco Faria bem à 1ª, David Moreira também à 1ª, Márcio Francisco à 2, e Rui Godinho à primeira, sempre com muita coesão nas ajudas.

 

Por ordem de saída, lidaram-se toiros de Prudêncio (bom o primeiro e manso o segundo), Palha (mansote o primeiro e a cumprir o 2º) e Maria Guiomar Moura (cumpriram os dois).

 

A direcção de corrida esteve a cargo de Pedro Reinhardt, assessorado pelo veterinário José Manuel Lourenço.

Texto e foto: António Lúcio