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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES, ASSIM COMO QUEM NÃO QUER A COISA...

28.11.17 | António Lúcio / Barreira de Sombra

E afinal muda o quê?

Em cada final de temporada registam-se mudanças de apoderados, mudanças de empresas à frente dos destinos de praças de toiros… Diz-se sempre que tudo termina em bem, que ficam amigos como dantes. E nas praças, as adjudicatárias esperam sempre receber um maior encaixe financeiro pelo arrendamento das suas praças por um, dois ou três anos.. E a questão impõe-se: afinal muda o quê?

Respondo perentoriamente que não muda nada! O apoderado poderá ter maior capacidade negocial para tentar colocar o artista em mais e/ou melhores cartéis mas se o artista não tiver capacidade para dar o tal passo em frente que marque a diferença e o faça saltar para «as bocas do Mundo», nem que pode mudar de apoderado… Frente ao toiro-toiro, daqueles que por vezes incomodam, que têm investidas enraçadas, que sabem marrar, assim sim se verá os que são capazes de mudar o que quer que seja. No dia em forem capazes de marcar essa diferença, de encher as praças com o simples anúncio dos seus nomes com toiros-toiros, então serão figuras e poderão mandar. Leiam a entrevista de Luís Toucinho no último número da revista Novo Burladero e entenderão ao que me refiro.

Os empresários, tal como os artistas, enfrentam cada nova temporada com expectativas renovadas e em alta. Mas, depois, com as contingências dos elevados valores monetários dos arrendamentos, acrescidos ao número de bilhetes para a entidade adjudicatária, e aos custos intrínsecos a cada espectáculo, “arrepiam” caminho e tudo volta à fórmula que permite ganhar algum ou perder pouco.

É preciso investimento na imagem, na renovação dos cartéis, no conceito de espectáulo, na redução de tempos mortos e até de lide, no aportar de emoção às bancadas, em campanhas de publicidade ousadas. Vejam-se alguns exemplos de Espanha e de França e a recuperação do número de espectadores por espectáculo e por temporada.

Os empresários têm de ser exigentes na montagem dos cartéis, por forma a que tenham interesse para o grande público. Têm de escolher toiros que o sejam em toda a acepção da palavra. E têm de promover os seus espectáculos com ousadia, com nova carteleria, acedendo a todas as redes sociais, aproveitando outdoors nas zonas dos espectáculos. E criar uma relação de proximidade com os toureiros levando a que estes participem em iniciativas nas ruas, nos largos das vilas e das cidades, «brincando ao toiro».

Mais ainda, os senhores empresários não podem andar a oferecer verbas exorbitantes pelos arrendamentos das praças e depois não conseguir montar cartéis com elevado nível porque o dinheiro tem de chegar primeiro para pagar ao “senhorio”…

Menos espectáculos e maior qualidade em todos eles, poderão permitir a revitalização da festa!!!