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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

ALBUFEIRA: DESAPARECE UM ÍCONE DA TAUROMAQUIA LUSA

11.02.21 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Pega Albufeira2 1985

Fomos confrontados, nos últimos dias, com uma notícia que há algum tempo se aguardava: a praça de toiros de Albufeira deixa de o ser e passará a ser um espaço hoteleiro e comercial, perdendo em definitivo a valência de tauromaquia. Era uma praça emblemática no nosso Algarve, a praça que mais espectáculos realizava e onde muitos toureiros iniciaram e consolidaram carreira. As suas inúmeras novilhadas e garraiadas tinham sempre muitos jovens amadores e praticantes e constituiam uma verdadeira academia. Fernando dos santos, matador de toiros nascido em Alcobaça, foi o seu criador e grande impulsionador.

Mas o Algarve, ao contrário do que alguns pensavam e outros dizem, teve uma grande quantidade de praças de toiros, entre fixas e portáteis que, nos verões levavam os aficionados que aí passavam as suas férias e muitos milhares de turistas, espanhóis, franceses, ingleses e alemães entre outros, a frequentar as diversas praças, com bilhetes a serem vendidos nas portarias dos hotéis e não só. E se no início, pela sua proximidade com Espanha, era Vila Real de Santo António com a sua praça a marcar cada temporada, depois foram Lagos, Alvor, Lagoa, Quarteira, Montegordo, Castro Marim, Portimão, Tavira, Estói e até Monchique a realizar espectáculos tauromáquicos onde muitos, como eu, tiveram a oportunidade de pegar ou lidar o seu primeiro novilho. Nos anos 70, 80 e 90 do século passado a tauromaquia conheceu uma forte expansão nesta zona do País.

Encerra-se agora um capítulo, mais um, de uma história que, devidamente conduzida e apoiada, nos permitiria ter toiros em tantas zonas do País. Não esquecemos que Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Espinho e Vinhais deixaram, no Norte do País, de dar toiros e Espinho viu a sua praça já desmantelada. Setubal continua em águas de bacalhau e ninguém sabe o que virá a acontecer...

Entretanto, da parte das associações do sector, e lá voltamos ao mesmo, nem uma sinal... Silêncio. E não é porque se canta o fado. Ninguém diz nada, porque será? Não interessa a quantidade de postos ocupados por artistas nos espectáculos que se realizavam em Albufeira? Não interessa a continuidade de uma tradição, também com uma forte componente de turismo? Andamos a fazer o quê?

Resta-nos esperar? Como sempre!!!