ACADÉMICOS DE COIMBRA DEBUTAM EM GRANDE NO CAMPO PEQUENO
TEMPORADA LISBOETA TERMINA EM ALTA
Praça de Toiros do Campo Pequeno – 01/10/21 – Corrida de Toiros
Director: Fábio Costa – Veterinário: Jorge Moreira da Silva
Cavaleiros: Luís Rouxinol, Pablo Hermoso de Mendoza, João Moura Caetano
Forcados Amadores de Arronches, Monforte e Académicos de Coimbra
Ganadaria: Charrua
ACADÉMICOS DE COIMBRA DEBUTAM EM GRANDE NO CAMPO PEQUENO
TEMPORADA LISBOETA TERMINA EM ALTA
A derradeira corrida do abono lisboeta 2021 terminou em grande ambiente, de euforia poderia dizer-se, com a última pega da corrida, uma pega de enorme mérito e valor a cargo de João Tavares dos Académicos de Coimbra (que debutaram em Lisboa), carregando forte , recuando bem e fechando-se como uma lapa na cara do toiro que deu alguns derrotes e o grupo soube ajudar em bloco, levantando o público das bancadas e vindo com total mérito a vencer o troféu em disputa para a melhor pega.
Mas já antes disso, o público que quase esgotou a lotação disponível, havia vibrado com a arte e maestria de Pablo, com a raça de Rouxinol e o duende de Caetano, cada um com uma lide muito acima da média e para as quais contribuíram os bem apresentados toiros de Charrua, uns com mais mobilidade que outros, colaboradores que foram com os seus lidadores e com o ganadeiro a ser chamado 2 vezes à arena.
Luís Rouxinol esteve igual a si mesmo. Um toureiro de raça que procura sempre o triunfo. A sua primeira lide foi de muito valor, com boa brega, deixando o toiro bem colocado, cravando bem a ferragem e recreando-se nos remates. No seu segundo, um sobrero porque o seu 1º toiro saiu com problemas e foi devolvido, assinou um bom triunfo nos curtos com o Douro, um cavalo que permite uma proximidade muito grande ao toiro e tem uma grande expressividade nos remates. Actuação de grande nível rematada com um bom par de bandarilhas com o toiro nos tércios e um de palmo. Foi premiado com volta, real, á arena.
Pablo Hermoso de Mendoza viu o seu primeiro ser devolvido aos currais por manifesta falta de força na minha modesta opinião e lidou o que seria o seu segundo de forma magistral, com enorme temple, souplesse, um mérito enorme para a forma comos e colca na cara dos toiros, onde tudo é serenidade e sem gestos bruscos. Uma maravilha para os olhos, um regalo para quem ama a arte. Foi um toiro nobre e suave que serviu na perfeição a esta interpretação do toureio. Se os ladeios e remates foram de enorme valor, a ferragem curta não o foi menos. Sublime digo eu. Deu volta à arena com o público de pé. No seu segundo, outro sobrero, voltou a mostrar toda a real dimensão do seu toureio, a capacidade das montadas, um conceito de lide total. A ferragem foi deixada sem mácula e na brega e nos remates viram-se todos os recursos de que o navarro dispõe.
João Moura Caetano esteve francamente bem no seu primeiro, com bons momentos de brega, deixando o toiro viajar de largo nos compridos, deixados com cambiadas e uma série de curtos de muito boa nota com destaque para o terceiro. Encerrou corrida com uma lide onde o duende e magia foram nota dominante. Bem estruturada a lide, com momentos em que esteve sensacional na brega e na cravagem da ferragem curta, gostando-se e agradando ao público que não regateou as ovações. Terminou em grande plano.
Valentes pegas de caras a cargo do debutante Grupo de Forcados Amadores Académicos de Coimbra. Uma prestação de grande nível tanto dos forcados de cara como das ajudas com o público de pé na segunda e última pega deste grupo e que venceu o prémio em disputa para a melhor pega, a cargo de João Tavares, com o público de pé a aplaudir, e a pega ao terceiro toiro coube ao forcado Francisco Gonçalves, muito bem ao primeiro intento e com alguns derrotes na viagem. Pelos Amadores de Arronches foram forcados de cara Luís Marques, bem à 1ª e Rodrigo Abreu apenas à 5ª e a sesgo conseguiu consumar. Finalmente, pelos Amadores de Monforte João Falcão à 3ª e Vítor Carreiras numa dura cara à 2ª foram os escolhidos para as duas pegas que cabiam ao Grupo.
Dirigiu o espectáculo Fábio Costa assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva perante casa praticamente cheia dentro do limite imposto pela DGS.
E assim nos despedimos do Campo Pequeno até ao próximo ano.
Texto: António Lúcio
Fotos: em breve