A TEMPORADA DE 2015 DO «BARREIRA DE SOMBRA» EM ANÁLISE
- INTRODUÇÃO
As temporadas, em todas as áreas da cultura (e não só), ficam marcadas pelos êxitos e pelos fracassos. E qualquer temporada tauromáquica não é diferente da temporada de outras áreas. Os sucessos, ou êxitos, marcam positivamente cada ano e é desses que nos dá gozo falar e escrever. Porque “dos fracos não reza a história.”
Esta temporada de 2015, para o «Barreira de Sombra» foi, em termos de números de espectáculos assistidos, idêntica à anterior, já que presenciámos 50 espectáculos, dando primazia a uns quantos que acabaram por se revelar de verdadeiros acontecimentos. Pela sua importância e pela repercussão que tiveram junto do grande público.
2015 foi também o ano em que o novo Regulamento do Espectáculo Tauromáquico esteve na sua plenitude a ser aplicado mas sem que se vislumbrassem alterações profundas e significativas na melhoria do desenrolar do espectáculo.
Nesta temporada comemorámos 28 anos de existência, 28 anos ao serviço da Festa Brava, e apesar de não termos ido a tantas corridas quanto gostaríamos e seria expectável, estivemos naquelas que elegemos como as mais importantes (motivos de saúde travaram algumas saídas). Chegados ao fim da temporada, há a sensação de termos cumprido o nosso dever, já que não importa trabalhar muito mas trabalhar bem. E tivemos algumas pessoas connosco que permitiram mais qualidade e mais informação.
Mas, e como referido no início, as temporadas ficam marcadas por êxitos e por fracassos, também, e sempre, por gestos. E esta foi uma temporada em que aos gestos se somaram êxitos, fazendo com que alguns momentos fiquem para a História da lusitana tauromaquia. Sim, porque de fracassos ou falhanços não iremos falar. Isso sim, falaremos de êxitos e gestos que marcaram, em nossa opinião, a temporada de 2015.
Não é fácil elencar todos os êxitos que marcaram a nossa temporada de 2015. Ao correr da pena, e porque foi o maior de todos aqueles que presenciámos, o triunfo e correspondente saída em ombros de Julian López El Juli no Campo Pequeno (Lisboa), na noite de 18 de Junho, é o momento marcante da temporada de 2015. Se quiser escolher um triunfo significativo no toureio a cavalo, de todos quantos vi em 2015 ficar-me-ei com António Telles nas Caldas da Rainha na tarde de 15 de Agosto.
E em termos de pegas de caras, ficamo-nos pelas de Marcelo Lóia (ABV Alcochete) e de António Goes (Santarém), ambas no Campo Pequeno.
Como referi, estes destaques são um bocado ao correr da pena, porque muitos outros momentos ficaram bem marcados na memória e a valorizar esta temporada de 2015.
Porque não poderemos esquecer que o toureio a pé marcou forte presença, merece um destaque especial na nossa análise. E porque de toureio a pé se fala, a alternativa de Manuel Dias Gomes, 40º matador de toiros português, é outro momento.
Os ganadeiros enviaram bons produtos, essenciais para o triunfo dos toureiros e, com a exigência dos 4 anos cumpridos nos toiros em praças de 1ª categoria, impô-se um maior respeito e os triunfos tiveram outro valor. Como sempre, houve toiros bravos e com classe, alguns deles a voltarem para o campo, o que atesta o bom momento da ganadaria portuguesa.
Uma nota final: todos os números e comentários inseridos na análise á temporada 2015 apenas dizem respeito aos espectáculos presenciados pelos 3 críticos do programa e a escolha dos momentos é da única responsabilidade de António Lúcio com base nas crónicas da temporada.
António Lúcio