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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

A GENIALIDADE NÃO TEM IDADE. MOURA VOLTOU A ESCREVER HISTÓRIA EM LISBOA

CAMPO PEQUENO ESTREMECEU COM ESTRONDOSA OVAÇÃO A JOÃO MOURA

27.08.21 | António Lúcio / Barreira de Sombra

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Praça de Toiros do Campo Pequeno – 26/08/2021 – Corrida de Toiros

Director: João Cantinho – Veterinário: Jorge Moreira da Silva

Cavaleiros: João Moura, João Moura Jr e Miguel Moura

Forcados Amadores de Santarém e de Montemor

Ganadaria: Veiga Teixeira

E fez-se história, de novo sob a batuta do Maestro João Moura, 61 anos de idade, ainda e sempre o maior de todos os tempos, o génio, o revolucionário do toureio a cavalo. Foi a melhor forma de agradecer aos milhares de aficionados que disseram presente em noite em que os anti tudo fizeram para que não tivesse o brilho que teve. Uma vez mais demos uma lição de caráter, de cidadania, de ética. Respeitámos aqueles que não nos respeitam…

A praça ia indo abaixo com a estrondosa ovação ao Maestro dos Maestros quando este se assomou à porta do pátio de quadrilhas pronto para as cortesias. Foi algo arrepiante e Moura emocionou-se. Como todos nós. E sai o primeiro toiro e a sua lição de cátedra foi algo inenarrável, tal a forma como lidou e como cravou arrebatando os aficionados que não se cansaram de o aplaudir. Parecia que tinhas voltado atrás no tempo, tal a classe e arte da lide. Brutalmente inspirador com alguns ferros de excelente execução. Á Moura… e repetiu a dose no seu segundo, com um quarto curto de superior execução e que mais uma vez levantou o público das cadeiras. No final duas voltas, voltas à antiga, muito bem o director de corrida João Cantinho ao autorizá-las. E as mãos rompiam-se com tantos aplausos, mais uma vez, com o génio a ser premiado como merecia. A saída em ombros pela porta grande no final ficará também para a História.

João Moura Jr teve duas boas actuações ainda que o seu segundo toiro não fosse colaborador. Andou bem a lidar, a bregar com classe e deixar bons ferros, não faltando as Mourinas. Houve  momentos interessantes, bons ferros, remates bonitos mas a noite era do pai. Deixou bom sabor.

Miguel Moura esteve também em bom plano e procurou viajar recto para o toiro, cravando bem e rematando bem as sortes. Teve alguns alardes na brega e nesses remates e alguns dos curtos foram de muito boa nota. No que encerrou praça o último curto foi excelente e rematou com um de palmo de muito boa execução. Bons momentos para recordar do mais jovem dos Mouras.

No capítulo das pegas estiveram em praça dois eternos rivais: Forcados Amadores de Santarém e de Montemor. Pelos sclabitanos forma forcados de cara António Taurino, perfeito á 1ª e com boas ajudas, Salvador Ribeiro de Almeida numa rija cara à 1ª e viajando até tábuas e ainda Filipe Graciosa que só à 3ª consumou depois de duas reuniões menos correctas. Pelos montemorenses abriu praça com uma pega tecnicamente perfeita de João da Câmara muito bem ajudado, seguindo-se Francisco Borges também muito bem e à 1º e Francisco Bissaya Barreto numa dura e emotiva pega à 2ª.

Muito bom jogo dos 3 primeiros toiros de Veiga Teixeira, codiciosos, suaves e nobres nas investidas e menos colaboradores os da segunda parte dacorrida.

Boa direcção de João Cantinho como já referimos pois soube interpretar bem os desejos do público em premiar João Moura com voltas á arena e saída me ombros pela Porta Grande, assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva e com a praça cheia dentro dos limites impostos. De parabéns também o empresário Luis Miguel Pombeiro por ter ousado levar por diante esta corrida.

Texto: António Lúcio

Fotos: ainda hoje