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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

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A FEIRA TAURINA DE LISBOA VISTA DA TRINCHEIRA…

10.09.23 | António Lúcio / Barreira de Sombra

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Tive o privilégio de efectuar a cobertura da temporada na Monumental do Campo Pequeno na trincheira e tendo sempre por perto o empresário e meu amigo Luís Miguel Pombeiro, podendo aquilatar dos seus anseios e preocupações, dos seus momentos mais emotivos e em especial destes na última corrida da temporada na passada sexta-feira quando se homenageou a figura ímpar de d. Álvaro Domecq Romero e seus sobrinhos Luís e António. A forma como viveu os triunfos dos toureiros numa mini-feira taurina marcada por algumas vicissitudes mas de enorme sucesso artístico e que mostrou o Portugal taurino ao Mundo inteiro graças à perseverança e sentido empresarial e aficionado de Pombeiro. É dele o grande triunfo da temporada lisboeta e ainda bem que já começou a trabalhar na temporada 2024. Merece-o inteiramente. Assim o entendam alguns agentes taurinos.

Estar na trincheira permite-nos uma visão de maior proximidade de tudo quanto suecede n arena e na própria trincheira. Ouve-se tudo de forma mais clara e sente-se tudo de uma forma diferente. Lisboa é Lisboa, a capital de tudo. E os temores e os regozijos adquirem um estatuto diferente. Até para nós que não somos intervenientes directos no espectáculo mas que temos a obrigação de contar o que foi, como foi, com rigor e isenção. Porque o resto tem de ficar de fora.

Desta mini-feira taurina emergiu uma figura que pode marcar toda a diferença junto do grande público e dos aficionados em particular. Chama-se Miguel Moura e foi dele o triunfo do ano em Lisboa e das corridas a que tive o privilégio de assistir. Era, até 6ª feira passada, uma figura em potência e em clara ascensão. Na corrida de 6ª feira assumiu o estatuto de figura, levantando o público das bancadas com a verdade e o arrojo do seu toureio, toureando ao lado de figuras consagradas como Luís Rouxinol e Pablo Hermoso de Mendoza. É único, é diferente e assumiu-o claramente frente a um bom toiro de Charrua. Devia ter saído em ombros!

Quem também deu o gripo do Ipiranga foi Manuel Dias Gomes na corrida mista de 5ª feira a que faltou o público (faltou encher o campo Pequeno). Duas actuações de elevado nível, a mostrar a todo o Mundo, as qualidades toureiras que leva dentro e a injustiça de não ter as corridas que merece. Esta porta que se abriu em Lisboa com a transmissão via OneToro bem pode ser o passo que faltava para poder voltar a Espanha e quiçá confirmar a alternativa em Madrid. Bem que o merece.

Mas, como disse, é um priviégio poder desfrutar das corridas desde aquele burladero junto á porta grande do Campo Pequeno. Vivi momentos inolvidáveis na sexta-feira quando cumprimentei e troquei breves palavras com D. Álvaro Domecq que tantas vezes vi tourear; vivi e senti a emoção de Luís Miguel Pombeiro em muitas momentos dessa inolvidável noite; senti a emoção da despedida do Rui Grilo (Amadores de Cascais); vivi intensamente cada faena dos matadores de toiros que actuaram na quinta-feira e de todos os restantes intervenientes. Sim, porque ali se sente o toiro e o toureio de forma diferente.

Por isso, parabéns Luís Miguel Pombeiro pelo teu trabalho e dedicação e por confiares em mim como mais um membro da tua excelente equipa. Que venha a temporada 2024. E já agora, com um sistema de som melhorado!

António Lúcio
Sobral de Monte Agraço,10/09/23