PÚBLICO NÃO ADERIU Á HOMENAGEM A JOSÉ JOÃO ZOIO
A iniciativa de homenagear postumamente a grande figura do toureio que deu pelo nome de José João Zoio (faleceu há cerca de um ano) conseguiu reunir um interessante naipe de toureiros, três Grupos de Forcados de nomeada e alguns antigos toureiros que ombrearam nas arenas com a classe e poderio do toureio de Zoio. Uma figura ímpar da nossa tauromaquia, com presença importante em arenas espanholas, um toureiro de poder e de verdade, a poder com todas as ganadarias e toureando com todos os toureiros, merecia uma praça esgotada a rebentar pelas costuras, o que não seucedeu. E foi pena.
Figuras de antanho como José Samuel Lupi,Álvaro Domecq, José Maldonado Cortes, Luis Miguel da Veiga, Emidio Pinto, Frederico Cunha, Manuel Jorge de Oliveira (deste naipe o único que se mantém activo) fizeram as cortesias ao lado de Joaquim Bastinhas, António Telles, Rui Salvador, João Salgueiro, Brito Paes, Marcos Tenório, Gilberto Filipe, Manuel Telles Bastos, Manuel Lupi e Salgueiro da Costa. Nas bancadas, alguns toureiros, muitos forcados, e a presença do Secretário de Estado da Cultura Elísio Sumavielle.
A corrida em si tem pouco para contar. As lides a duo, mesmo quando executadas por toureiros que têm um bom entendimento entre si nem sempre resultam e em situações como as vividas na tarde de sábado na arena montijense o resultado artístico é, quase sempre, mais fraco. Um ou outro ferro curto, de boa nota, acontece. Lides redondas é quase impossível.
Manuel Jorge de Oliveira e António Mª. Brito Paes abriram praça e entenderam-se pelos mínimos para cumprirem a papeleta; seguindo-se a dupla Joaquim Bastinhas/Marcos Tenório que só no final e com os pares de bandarilhas aqueceram o ambiente; António Telles/Manuel Telles Bastos, a cumprirem sem grandes cometimentos; Rui Salvador e Duarte Pinto cumpriram cada um no seu estilo e com um último curto de muito mérito de Pinto; João Salgueiro e Salgueiro da Costa, com a mais completa das lides e bons curtos do mais jovem; e Gilberto Filipe/Manuel Lupi a encerrar a tarde com a lide menos conseguida de todas as seis.
No capítulo das pegas de caras nem sempre as coisas correram bem, mais por ineficácia dos ajudas que dos forcados da cara. Os amadores de Santarém abriram praça com uma cara a cargo de Luis Sepúlveda á 1ª e depois António Imaginário, com enorme garra e querer a aguentar os derrotes violentos do quarto, só à 5ª conseguiu consumar; pelos amadores de Lisboa o cabo Pedro Mª.Gomes só conseguiu consumar à terceira e com ajudas carregadas tendo estas falhado no momento decisivo da 1ª tentativa e João Lucas com decisão emendou á 1ª o seu companheiro Gonçalo Gomes lesionado na 2ª tentativa que efectuara; finalmente, pelos amadores de Alcochete Luis Saramago só concretizou á 3ª e com ajudas carregadas e Hugo Silva também á 3ª com alguns derrotes mais violentos.
Os toiros de Ruy Gonçalves, curro sério e com presença, pesaram por ordem de lide 610, 585, 610, 630, 575 e 690 kilos respectivamente, e saíram sobre o manso, colocando alguns problemas mas não de forma a comprometerem o êxito dos artistas.
Direcção acertada de José Tinoca assessorado pelo veterinário Daniel Patacho de Matos.