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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

NA DESPEDIDA DE GONÇALVES, O TRIUNFO FORTE DE FERRERA

27.08.10 | António Lúcio / Barreira de Sombra

A despedida (formal) das arenas é um, mais um, dos passos que marcam um percurso de uma vida dedicada à arte de Montes e onde José Luis Gonçalves conheceu momentos importantes, outros de menor fulgor, mas sempre marcados pela humildade de carácter, pela estética e plástica colocada ao serviço da arte de tourear. Por isso, merecidas as fortes ovações que escutou em Lisboa, numa noite onde o triunfo forte foi para um António Ferrera pleno de faculdades e onde João Moura esteve em grande plano na lide do que abriu praça.

 

João Moura deliciou os presentes com um toureio de grande proximidade, de brega precisosa e remates poderosos, com alguns bons ferros frente ao que abriu praça e se mostrou codicioso. No seu segundo, mais reservado, sacou o  “Merlin” para uma brega de bom nível e alguns curtos em que se fez aplaudir mas sem conseguir os níveis elevados da primeira lide.

 

José Luis Gonçalves assinou duas faenas com algum interesse. Bem com o capote apesar dos poucos lances, teria bons momentos com a flanela no seu primeiro, sacando muletazos largos e com classe mas diminuindo de intensidade mediada a faena. No que foi quinto da noite, demorou a «meter-se na faena» mas sacou também alguns bons muletazos por ambos os pitóns. Foi justamente acarinhado pelo público e aficionados presentes na praça da capital.

 

O espanhol António Ferrera apresentou-se pletórico de faculdades físicas e técnicas e assinou duas lides importantes com a muleta, com excelentes momentos tanto no toureio por derechazos como ao natural, não faltando os habituais desplantes após os passes de peito e os de trincheira. Mas, na verdade, bons momentos de toureio, ligando os muletazos em redondo, dando também profundidade a muitos deles, embarcando bem os toiros e podendo com eles. No segundo tércio de bandarilhas levou o respeitável ao rubro com os desplantes e teve de cravar, a pedido do público, um quarto par. No final teve o gesto de levar em ombros e pela Porta Grande o seu alternante que, nessa noite, se despedia das arenas.

 

Os dois toiros lidados por João Moura foram pegados pelos moços de forcado do Aposento da Moita, ambos à segunda tentativa.

Os toiros de Passanha serviram, com mobilidade e mais codícia o primeiro, e os de Falé Filipe tiveram nobreza e qualidade suficiente para o êxito dos artistas, repetidores nas investidas sempre que se sentiam submetidos.

 

Direcção acertada a cargo de Manuel Jacinto assessorado pelo veterinário Patacho de Matos, com o Campo Pequeno a registar cerca de metade da sua lotação preenchida.