OS MOMENTOS QUE MARCARAM A TEMPORADA 2013 DO «BARREIRA DE SOMBRA» (Junho e Julho)
Esta é a segunda parte do conjunto de factos que elegi como aqueles que marcaram aquela que foi a temporada 2013 do «Barreira de Sombra». E foram bastantes entre Junho e Julho.
Junho
Dia 1 – Almeirim- “João Telles Jr rebentou com o quadro”
“Noite para recordar, a de sábado 1 de Junho, e corrida para a história da família Telles com uma última actuação soberba, de enorme valor e raça a cargo de João Telles Jr, o grande triunfador da noite (...). Um marco da temporada de 2013 para João Telles Jr.
A história do triunfo de João Telles Jr começa a desenhar-se a partir do segundo curto ao terceiro toiro da noite, um toiro que teve nota positiva pois mostrou codícia e disponibilidade par investir potenciada pela forma como Telles Jr o lidou. Bem a mexer com o toiro, numa brega de classe, apontou-lhe os ferros em sortes bem delineadas com entradas ao pitón contrário, provocando as investidas e rematando bem, entre os fortes aplausos do público. Mas seria no último toiro, fazendo juz ao ditado popular «guardado está o bocado...», que João Telles Jr assinaria aquela que é, em meu entender, das mais redondas e valorosas actuaçoes que lhe vi realizar. A expressão «rebentar com o quadro» aplica-se plenamente à fase final de uma lide de muito valor, com dois bons compridos e uma asérie de curtos em sortes frontais, a atacar o toiro, a provocar a sua investida, e em curto e em terrenos proibitivos a conseguir os tais ferros “impossíveis”, a entrar pelo toiro dentro e a dar ao público os momentos de emoção que o fazem saltar dos assentos e rejubilar com os ferros, aplaudindo até romper as mãos. Olé João Telles Jr.”
Dia 6 – Campo Pequeno – “Ferrera triunfa no sexto da noite”
“Num extraordinário momento de forma, quiçá mais moralizado que nunca, o matador de toiros António Ferrera veio a Lisboa para triunfar e ambos os toiros lhe serviram apesar das suas distintas condições de lide, de muita qualidade o sexto da ordem e que permitiu uma faena de muita classe e mérito. Em Portugal não se picam os toiros, as bandarilhas não são o suficiente para sangrar e permitir atemperar as investidas e, por isso, maior é o mérito dos matadores quando triunfam. E foi o caso de Ferrera!
(...). Até que chegou o sexto da ordem, que teve boa nota e disponibilidade para investir, e em especial pelo pitón esquerdo que o matador bem soube espremer até quase ao infinito, sacando muletazos largos, de belo traço, com profundidade e rematando com salero. Uma grande actuação que fez o público levantar-se da bancada e aplaudir com intensidade. Deu duas voltas no final.”
Dia 10 – Santarém – “Filipe Gonçalves assina importante triunfo”
“O triunfo forte da tarde teve como autor Filipe Gonçalves. Com um toureio mais repousado, com classe, mais temple nas viagens e um entendimento perfeito das boas condições de lide do quinto toiro da tarde, o cavaleiro algarvio cravou dois compridos à tira e assinaria alguns dos mais emotivos momentos da tarde na ferragem curta com entradas ao pitón contrário bem marcadas, pisando terrenos de compromisso em três feros de muito valor, rematados com algumas piruetas na cara do toiro, fazendo levantar as bancadas e rematando a sua lide com um par de bandarilhas.”
Dia 20 – Campo Pequeno – “Três grandes toiros de António Silva”
“Os três primeiros toiros da ganadaria de António Silva que saíram à arena lisboeta traziam, nas suas investidas e na sua qualidade, os ingredientes para os toureiros cozinharem triunfos maiores, de impacto. Foram toiros que, em diversos graus, tiveram bravura, mobilidade, nobreza, codícia. E o segundo e o terceiro foram ovacionados pelo público ao regressarem aos currais.”
Dia 23 – Alcácer do Sal – “António Telles: mais uma lição de bem tourear a cavalo”
“Uma vez mais a maestria e a classe de António Telles impuseram-se à mansidão dos toiros e a lição de bem tourear a cavalo que deu em Alcácer do Sal, a terra do Califa Mestre João Branco Núncio, na tarde de domingo 23 de Junho, ficará na memória dos bons aficionados porque, para os outros, o que importa é o espectáculo e não a essência do toureio. Justamente foi António premiado com o troféu à «Melhor Lide» e injustos foram também os assobios que provocaram divio de opiniões quando o seu nome foi anunciado como o triunfador da corrida. (...)A primeira lide de António a um toiro sonsote e que teve pouco motor, obrigou o cavaleiro a pisar terrenos de compromisso para cravar a ferragem da ordem, e também a brega esforçada. A série de curtos revela toda a capacidade lidadora de António, com sortes bem executadas e a última em terrenos cambiados a fazer estalardm fortes os aplausos. No quarto da ordem, manso e que cedo descaíu para as tábuas e aí se fixou,obrigou as montadas a djstancias muito em curto para cravar em sortes a sesgo os quatro curtos com que brindou o oponente, mostrando toda a sua raça e toureiria. Olé António Telles.”
Dia 28 – Montijo – “Grande ide de Rouxino a um bravo toiro de Herds. Paulino C. Silva. Enorme pega de João Machacaz”
“Luis Rouxinol montou cátedra na lide que deu ao primeiro da noite. Uma lide como há muito se não via, com uma brega intensa a suportar as cargas do toiro, codicioso e com muita mobilidade, deixando-o bem colocado e cravando ferros de muita categoria. Uma lide intensa, com reuniões justas e remates poderosos das sortes, frente a um toiro bravo que não dava tréguas e que tornou ainda mais importante todo o conjunto desenhado por Rouxinol na arena do Montijo. Deveria ter vencido o troféu em disputa para a melhor lide pois foi isso que fez com maestria: lidar! (...)
No capítulo das pegas de caras, o destaque vai para a enorme pega de João Machacaz dos Amadores do Ribatejo, á segunda, sózinho na arena, de peito aberto batendo as palmas ao toiro, fechando-se com enorme raça e suportando dois violentos derrotes antes que o restante Grupo saltasse à arena e consumasse a sorte.”
Dia 29 – Torres Vedras – “Magnífica noite de toiros em Torres Vedras”
“MAGNÍFICA NOITE DE TOIROS EM TORRES VEDRAS. GRANDES ACTUAÇÕES DOS CAVALEIROS FRENTE A BONS TOIROS DE DAVID R. TELLES
A temperatura estava excelente, o ambiente era óptimo, e os toureiros estiveram em muito bom plano, proporcionando uma magnífica noite de toiros àqueles que quase esgotavam a lotação da praça de toiros instalada na zona sul da Feira de São Pedro em Torres Vedras, mostrando que o público corresponde aos bons cartéis. Um curro de exemplar e irrepreensível apresentação, e na generalidade com muita qualidade, com ferro e divisa de David Ribeiro Telles, emprestou brilho maior às lides e foram justificadas as chamadas à arena dos representantes da ganadaria, após as lides de 4º e 6º da ordem.”
Julho
Dia 18 – Campo Pequeno – “A pega de Nuno Marques”
“Os Amadores da Chamusca tiveram na cara dos toiros (...) e o cabo Nuno Marques numa pega que foi um hino à serenidade, à plástica, à arte de bem citar e de reunir, aguentando bem os derrotes e sendo chamado justamente aos médios e com o público a pedir a volta que não quis dar. Uma grande pega de caras ao bravo quinto da ordem.”