MENOS ESPECTÁCULOS EM 2013… E QUE DIZER DA QUALIDADE DE MUITOS DELES???
Li há dias que, segundo a LUSA, haverá menos espectáculos tauromáquicos em 2013 que em 2012 sendo que foram cancelados 21 devido ao mau tempo desde o início da temporada. De acordo com o site da IGAC e a listagem que retirei há dias sobre as nomeações de delegados técnicos tauromáquicos, até à passada terça-feira dia 8 existiam 252 processos de licenciamento de espectáculos tauromáquicos. Se somarmos os deste fim de semana e os próximos anunciados até dia 3 de Novembro, rondaremos os 260.
Teremos menos espectáculos que em 2012 mas não de forma tão significativa quanto se podia imaginar atendendo á crise económico-financeira que o País atravessa. Muitos locais tiveram a sua primeira corrida, outros repetiram o êxito do ano anterior, e algumas praças diminuíram efectivamente o seu número de espectáculos, levando os aficionados a aderirem em massa às tauromaquias populares, com preços muito acessíveis e divertindo-se mais que em alguns espectáculos tauromáquicos a que assistimos. E alguns foram uma autêntica seca!
Num momento delicado é sempre de supor que as empresas apostem na qualidade em detrimento da quantidade; na competição entre toureiros; nas ganadarias de postín; numa boa publicidade e em preços que permitam o acesso do grande público ás bancadas ainda que o lucro possa ser bem menor. E alguns cartéis, de tão baratinhos que os quiseram montar e com preços de cartel de primeira, fizeram deslocar pouquíssimas pessoas a essas corridas. Em alguns locais foi desolador o aspecto das bancadas e o resultado artístico nunca poderia ser brilhante. A menos que houvesse um milagre.
Multiplicaram-se as trocas: de cavaleiros e de forcados; de pacotes englobando estes e os toiros; houve praças montadas em locais onde só não aconteceu a tragédia por milagre; enfim, para todos os gostos e para todas as bolsas. Nem sempre prestigiando a festa brava.
Algumas empresas apostaram na qualidade, em cartéis fortes, com preços condizentes com a categoria do cartel e da praça e sem a tal forte correspondência de público. Compreendemos que quando se monta um cartel de figuras com ganadarias de primeira, o valor total dos custos é brutal e se lhe somarmos os restantes custos de praça, alugueres e outros, dificilmente teremos bilhetes baratos. Mas como há uma concorrência, por vezes desleal, com cartéis baratuchos com um cabeça-de-cartaz estilo «vai a todas» e mais dois de segundo plano, por 15 ou 20 euros… está-se a ver qual o resultado final!...
A qualidade andou, uma vez mais, arredada da qualidade que é essencial.
Depois da louvável iniciativa do ano passado com um interessante conjunto de espectáculos de promoção de novos valores, este ano ficou tudo em «águas de bacalhau».
Na dita informação taurina, com a proliferação de sites e blogues, com muita gente a escrever e fotografar sem ter noção do que escreve e sobre o que escreve, do que fotografa e sem sensibilidade para escolher as fotos que as máquinas digitais permitem, salvaram-se uns quantos pela qualidade da escrita, dos colaboradores e dos temas abordados. Um dia destes farei uma selecção daqueles que, na minha modesta opinião, merecem ter estatuto por assumirem esses predicados.
Não me importa que tenha havido menos espectáculos. Acho que ainda deviam ser menos os espectáculos maiores e mais os de promoção. Importa-me, isso sim, a falta de qualidade de muitos deles e que muitos continuem a dizer que foram grandes espectáculos…