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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

JOSÉ VINAGRE: UMA PEGA HISTÓRICA EM ALCOCHETE

28.03.10 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros de Alcochete – 28-03-10

Director: Julio Gomes – Veterinário: Carlos Santos – Lotação: 2/3

Cartel:Luis Rouxinol, João Salgueiro, Rui Fernandes

Forcados: Amadores de Vila Franca e Alcochete

Ganadarias: Santiago Domecq (1º, 2º, 3º) e Las Monjas (4º, 5º, 6º)

 

 1Joao Salgueiro2

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Épica e de enorme estoicismo, com uma garra e união fora do vulgar, a pega de José Vinagre ao quarto toiro da magnífica tarde primaveril de domingo, é merecedora de ficar nos anais da tauromaquia e da forcadagem porquanto se tratou de um momento de extraordinária coragem e entrega de todos os elementos do seu grupo, os Amadores de Alcochete, frente à violência tremenda demonstrada pelo toiro. Alcochete, terra do barrete verde e das salinas e de grandes moços de forcado, viu o público, de pé, em uníssono, tributar aos forcados a maior ovação da tarde e uma das maiores a que já assisti numa pega.

 

Épica, estóica e de tremenda entrega, só possível a um forcado com “F”, como o foi José Vinagre naquele momento, frente a um toiro que derrotou com imensa violência e a consumação, à 2ª, com brilhante intervenção do 1º ajuda, é o triunfo sonante e a destacar numa tarde em que todos sentiram na pele as dificuldades dos toiros espanhóis de Santiago Domecq e Las Monjas. Pelos Amadores de Alcochete foram ainda caras Ruben Duarte e Pedro Viegas, ambos a consumarem ao segundo intento. Pelo agrupamento mais antigo em praça, os Amadores de Vila Franca, Ricardo Patusco consumou galhardamente à segunda numa dura intervenção, Flávio Henriques esteve bem a receber e a fechar-se à 1ª no terceiro da ordem, e no quinto houve problemas para concretizara pega frente a um toiro muito complicado e violento que lesionou Bruno Casquinha e Diogo Pereira, cada um com duas tentativas falahas e depois José Pedro Suspiro, a sesgo e com muita decisão consumou à 1ª.

 

Toiros com peso e idade das ganadarias de Santiago Domecq e Las Monjas saíram mansos e complicados à excepção do segundo que cumpriu, obrigaram os cavaleiros a manter despertos todos os sentidos, impondo respeito na arena e nas bancadas.

 

Luis Rouxinol teve um lote que não lhe deu muitas opções, desinteressado o primeiro e manso e de «arreões» o segundo. Cumpriu na brega criteriosa no primeiro da tarde e deixou ferragem a contento mas sem poder luzir-se ao seu melhor nível. O quarto da ordem colheu-o contra tábuas por duas vezes e o cavaleiro de Pegões cresceu na adversidade e deixou alguns curtos de boa nota.

 

Salgueiro assinou uma boa lide frente ao segundo da tarde. Bem na brega, deixando o toiro bem colocado e procurando viagens a deixar-se ver cravou bons curtos e esteve em bom plano sacando o máximo partido das investidas em lide muito aplaudida e de bom nível. No quinto da tarde teve de deixar a ferragem de forma sesgada, com algum toque à mistura, sendo obrigado a consentir bastante para cravar a ferragem.

 

Rui Fernandes cumpriu, se mais, a papeleta frente ao seu primeiro, estando correcto e esforçado na brega e na cravagem. Seria, contudo, no manso que encerrou praça que conseguiu os seus melhores momentos numa actuação francamente interessante pela brega e variadade nas sortes, encontrando toiro em todos os terrenos. Boa actuação a fechar a tarde.

 

Direcção de corrida de Júlio Gomes com muita música concedida e demasiado rigor na pega dos Amadores de Vila Franca ao quinto da ordem.

 

 

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Fotos: 1. Luis Rouxinol; 2. João Salgueiro; 3. Rui Fernandes; 4. Ricardo Patusco (GFA V.F.Xira); 5. a 8. Sequência da pega de José Vinagre GFA Alcochete)