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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

LOTAÇÃO ESGOTADA EM LISBOA E SAÍDAS EM OMBROS; PÚBLICO DE PÉ RENDE-SE A VENTURA E MOURA JR

02.07.10 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Campo Pequeno com lotação esgotada; 150 minutos de espectáculo que culminaram com as saídas a ombros dos cavaleiros Diego Ventura e João Moura Jr, depois de uma noite em que o público que primeiro assobiou alguns falhanços e viria afinal a render-se aos «números» de Ventura  e a dois ou três ferros de muito boa nota que cravou no quinto da ordem e ao brilhantismo da sua brega e dos remates das sortes, público que em determinados momentos não entendeu o bom toureio de João Moura Jr, de largo e de frente nos cites e nas viagens...

 

Diego Ventura apresentou-se finalmente em Lisboa. No que abriu praça e serviu para a confirmação de alternativa, toiro com o nº 40, de nome “Mirador” e anunciado com 546 kg, teve discreta prestação pois se esteve bem a receber o toiro e a cravar os compridos, a restante lide teve os melhores momentos nos remates. No quarto da ordem, e com uma vulgar cravagem dos compridos, algo pescados, não conseguia os seus intentos junto do público mais entendido com os primeiros curtos e, vai daí, sacou do cavalo que baila nos cites e cravou curtos e palmitos entre alguns toques... Finalmente, no quinto da ordem, um bom comprido em sorte de gaiola foi o prenúncio de que estava alio para triunfar e abrir a Porta Grande pois de imediato começou com os ladeios com paragens repentinas e mudança de sentido de marcha que tanto entusiasmam o público e, a partir do 3º curto, as coisas começaram verdadeiramente a aquecer. Esteve muito bem a provocar a investida de largo, aguentando o toiro e cravando bem e os dois seguintes em sortes frontais são também de muito boa nota. Com o “Morante” a morder o morrilho do toiro por duas ou três vezes, as bancadas tremeram com o público de pé a vitoriar o cavaleiro que, no final, não se fez rogado a 3 voltas 3 à arena.

 

João Moura Jr mostrou não estar intimidado com o colega de cartel nem com a responsabilidade que sobre os seus ombros pairava. Entregou-se em brega laboriosa, em bonitos remates e cravou dos melhores ferros da noite. Na realidade, o público nem sempre entendeu o bom toureio que, a espaços, mostrou e com que presenteou o público que esgotava a lotação da centenária praça. Moura Jr recebeu bem o primeiro e nele teve dos seus melhores momentos, com bons ferros em sortes frontais e remates de superior categoria rematando com um bom de palmo. No quarto da noite cumpriu na ferragem curta e no que encerrou praça voltou a destacar-se no primeiro comprido em sorte de gaiola. Com os curtos deu show nos cites, a deixar-se ver, atacando de frente e rematando bem e o quinto em sorte cambiada com viagem de largo foi outro dos seus bons momentos.

 

Os rapazes das jaquetas de ramagens da margem sul do Tejo, Alcochete e Aposento da Moita, concretizaram boas e vistosas pegas de caras por intermédio de Vasco Pinto, José Manuel Vinagre e Ruben Duarte, todos á primeira e pelos Amadores de Alcochete, enquanto que pelos do Aposento da Moita foram caras José Broega e Pedro Brito de Sousa ambos bem e à primeira e com o cabo Tiago Ribeiro a encerrar com uma dura pega de caras ao segundo intento no sexto da ordem.

 

Bem apresentados, os toiros (quatro) e novilhos-toiros (dois – 5º e 6º) dde Fermin Bohórquez serviram para o espectáculo dos cavaleiros mas trouxeram escassa emoção nas boiantes investidas.

 

Direcção de Agostinho Borges, assessorado pelo veterinário Carlos Santos.