37 ANOS NO ACTIVO… DESDE 1987
E até que um dia a vontade de escrever sobre toiros escasseie… Sim, são já muitos anos, muitas realidades bem distintas, outra forma de viver, de ser e de estar na tauromaquia tão distintas quantos os tempos em que hoje vivemos e aqueles em que começámos nesta já longa caminhada, apenas interrompida por uns meses em 1995 quando sofri um terrível acidente e em 2022 quando sofri um enfarte do miocárdio que obrigou a hospitalização e intervenção cirúrgica. Duas graves cornadas das quais, graças a Deus e aos médicos me recompus e voltei a “tourear” as páginas em branco onde as faenas, por vezes, custam a sair.
Já escrevi muitas coisas sobre o passado, sobre a minha história no mundo taurino. Tenho a certeza de que o futuro será bem mais curto do que foi o percurso até aos dias de hoje. Já não terei tantos anos de vida quantos os que levo de crítico tauromáquico ou, como mais gosto de dizer, de aficionado que gosta de escrever, de falar e de fotografar o espectáculo taurino e o campo, com os animais em plena liberdade.
Hoje a Festa Brava não vive o esplendor de outros tempos. Acabaram as corridas do Despertar a Rádio Renascença, as corridas da Rádio no Campo Pequeno, a da Imprensa, a do Correio da Manhã, as da TVI e da RTP. Muitas praças foram sendo fechadas e abandonadas na sua função principal. E nada se fez contra esse estado de coisas. Há demasiada desunião.
Santarém esgotou para ver o fenómeno Roca Rey mas que não se conte com muitas outras praças a esgotar as suas lotações porque o fenómeno não volta a tourear em Portugal… para já bem jogada foi a contratação de Borja Jiménez, triunfador de San Isidro, por Rui Bento para a Nazaré. Esperaremos para ver o que se vai passar na segunda parte da temporada.
Por mim, continuarei atento e a marcar presença em corridas que me digam algo, pelos toureiros, pelos toiros, pelos forcados.
António Lúcio, 13 de junho de 2024