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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

SANTARÉM – A FEIRA VISTA DA TRINCHEIRA

14.06.10 | António Lúcio / Barreira de Sombra

O espaço entre a trincheira e a barreira é um local privilegiado para assistir às corridas de toiros. Este ano estive nos três espectáculos montados pela empresa Aplaudir na Monumental Celestino Graça, em Santarém, uma aposta forte em tempos de crise e que teve a melhor resposta de público na corrida de dia 10, a mais forte das três, mas mesmo assim bastante longe do êxito de público do ano anterior. Este balanço é apenas e só uma curta análise em termos gerais ao que vi e senti em Santarém.

 

1. Os cartéis e a resposta do público

Apresentaram diversidade e interesse com 12 cavaleiros, diversos estilos em confronto, veteranos e mais jovens e apenas um praticante. Toiros de 3 ganadarias de encastes diferentes e bons Grupos de Forcados. Para além disso, preços baratos, desde 5 euros. Condimentos suficientes para que o público em geral e os aficionados ao toureio a cavalo aderissem à proposta.

 

Na verdade, o público não aderiu como seria expectável. Apenas no dia 10 houve uma moldura humana condizente com a categoria do cartel, com cerca de 10 mil espectadores. No restantes espectáculos, cerca de 5 mil no primeiro espectáculo e talvez 3200 no último, numa média de cerca de 6000 espectadores por corrida, o que daria para esgotar a grande maioria das praças mais importantes do País. Mas Santarém tem mais de 12 mil lugares!

 

Os espectadores pouco reclamaram quando deviam e tinham razão; esqueceram-se de aplaudir algumas coisas como a presença e comportamento dos toiros de António Silva, e assobiaram em questões de somenos importância. Adiante.

 

2. As Ganadarias

Duas ganadarias portuguesas e uma espanhola, de encastes diferentes, António Silva, Fermin Bohórquez e Ernesto de Castro, com claro destaque positivo para a divisa de Coruche (António Silva) não apenas pela presença e trapio como pelas condições de lide. Nos de Bohórquez foi bom o primeiro, mansos e sem casta os restantes, também de escasso trapio. E nos de Ernesto de Castro, diversos de tipo e comportamento, nota mais para o quinto da ordem.

 

Esperava-se mais em termos de apresentação dos toiros de Bohórquez exigidos por Ventura e nos de Ernesto de Castro o saído em sexto lugar deveria ter ficado no campo para uma praça de menor importância.

 

3. Os Cavaleiros

Doze foram os cavaleiros anunciados e que pisaram a arena de Santarém, com metade deles a lidarem apenas um toiro. No primeiro dia destacaram-se Sónia Matias, Rui Salvador e Luis Rouxinol; no segundo registam-se bons momentos de brega e dois curtos de João Moura e três de Ventura no quinto; e no último dia Salgueiro e António Teles estiveram em melhor plano. Cumpriram Tito Semedo, Tomás Pinto, José Manuel Duarte, João Moura Jr e Moura Caetano.

 

Considero que não houve um verdadeiro triunfador em Santarém apesar de alguns momentos bons de brega e na cravagem de alguns ferros que foram de nível elevado.

 

4. Os Forcados

Apenas 3 Grupos se exibiram em Santarém: Santarém, Montemor e Alcochete. A parte de leão coube ao grupo scalabitano com 3 presenças e 12 toiros pegados em 27 tentativas executadas; seguido de Montemor com 3 toiros e 6 tentativas e Alcochete também com 3 toiros pegados e menor número de tentivas: apenas 4.

 

Aos forcados pertenceram alguns dos melhores e mais emotivos momentos de cada uma das corridas, nomeadamente nas pegas de caras. Os veteranos Francisco Freire Gameiro e Nuno Varandas, a par de Manuel Roque Lopes e António Grave de Jesus foram os autores das melhores pegas dos Amadores de Santarém e Bruno Duarte o melhor dos Amadores de Alcochete, enquanto os Amadores de Montemor cumpriram sem destaques.

 

5. As Direcções de Corrida

Não tiveram problemas para resolver os Delegados Técnicos Tauromáquicos Ricardo Pereira, Manuel Jacinto e Agostinho Borges, assim como os veterinários João Maria Nobre e José Luis Cruz.

 

Se bem que tenha havido disparidade de critérios na concessão de música e os tempos de lide e de pegas nem sempre tivessem sido cumpridos, registou-se apenas um pequeno incidente entre Agostinho Borges e António Telles quando este iniciava a volta á arena com Diogo Sepulveda após a lide do primeiro da tarde de sáabdo. Situação imediatamente sanada e mantendo o bom ambiente ou não fossem ambos homens de bem.