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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

HÁ MAIS VIDA PARA ALÉM DA CRÍTICA TAUROMÁQUICA

31.10.11 | António Lúcio / Barreira de Sombra

 

Quase no final da temporada número 24 do «Barreira de Sombra», a qual culminará no que ao programa respeita na noite de 28 de Novembro, é tempo de começar a pensar nos balanços da temporada e nessas outras coisas de estatísticas sobre actuações de toureiros, forcados, ganadarias, etc, etc, etc. Poucos se recordarão de grande s momentos, daqueles que nos fizeram saltar nas bancadas das praças de toiros, porque eles realmente foram poucos e, contados, talvez os dedos de uma mão cheguem para tal. A verdade também é que ao fim de 24 anos nesta actividade não vislumbramos grande nem brilhante futuro. O «Barreira de Sombra» tentará manter-se no ar mais um ano, naquele que será o de comemoração de bodas de prata.


Diria que em 24 anos de rádio, de jornalismo e de televisão (nesta com 4 anos de presenças nas corridas da Casa de Pessoal da RTP), de experiências pioneiras na net, cheguei muito mais do que alguma vez poderia imaginar quando me iniciei naquela já longínqua noite de 13 de Junho de 1987 em Torres Vedras na Europa FM. As experiências vividas e sentidas foram únicas e agradeço a muita e boa gente que me proporcionou esse contacto fantástico com este mundo da tauromaquia em todas as suas vertentes e àqueles que acreditaram nas minhas capacidades para fazer mais e melhor.


A vida dá-nos grandes ensinamentos e muitas vezes o recolhimento que se consegue no campo, sob a copa frondosa de uma árvore, escutando o chilrear dos pássaros, a água a correr entre os seixos, permite-nos passar para uma outra dimensão do pensamento, alhearmo-nos de muitas coisas que nos perturbam e desfrutar de outras coisas só atingíveis de estamos de mente aberta e limpa.

 

Reaprendi a viver após os 30 anos e um brutal acidente. A Festa Brava foi durante muito anos o meu escape, o meu oxigénio. Os meus amigos são aficionados e quero muito manter essas relações, assim como quero fazer em 2012 um «Barreira de Sombra» que atinja elevados níveis de audiência e satisfaça o nosso auditório.


Mas quero também lembrar a todos de que há vida para além da Festa Brava. Que esta relação não é de subordinação do responsável do programa à vontade de uns quantos, porque nunca o foi. Independência, rigor e isenção, honestidade e verticalidade de posições não importa quem seja o empresário, o toureiro, o forcado ou o ganadeiro. O crítico tauromáquico tem a obrigação de cumprir, ao máximo, a sua missão. Mas não deixa de ser um ser humano com as suas capacidades e limitações. E a vida particular, nada tendo a ver com o programa na sua essência, não condiciona o programa nem vice-versa.


Outros projectos terei para os anos que se seguem. E não passam pela tauromaquia. Uma coisa vos garanto: com unhas e dentes tentarei manter o «Barreira de Sombra» em 2012 com o apoio da direcção da Oásis FM se assim puder ser. Aqueles que não investem financeiramente para que o programa tenha um forte patrocínio que lhe permita chegar mais longe e melhor, não poderão nunca criticar que não acompanhemos esta ou aquela corrida porque o nosso magro orçamento temos de o gerir «com pinças». Fui suficientemente claro?