08.07.24 TARDE DE EMOÇÕES EM VILA FRANCA: J.TELLES, T.BASTOS E FORCADOS DE VILA FRANCA EM GRANDE PLANO
Foi uma tarde de competição, de emoções fortes e Vila Franca mostrou que quer ter mais um matador tal foi a forma como apoiou o jovem Tomás Bastos ao longo das suas actuações.
João Ribeiro Telles triunfou em ambos os toiros. Uma primeira actaução de boa nota ante um toiro nobre e de pouca força ao qual cravou 2 compridos e uma série de 4 curos, três deles com batidas pronunciadas e o último que foi o melhor em nosso entendre, mais ajustado na reunião e na cravagem. Mas seria no terceiro da tarde, mais sério e rematado, que elevaria a fasquia ao deixar dois bons compridos e uma série de curtos em crescendo com um espectacular 4º ferro já montado no Ilusionista e o 5 também de boa nota, muito aplaudido pelo público que quase esgotou a lotação da "Palha Blanco".
Tomás Bastos saíu para lidar o bom 5º, de Paulo Caetano, novilho com classe nas investidas mas que não durou muito na muleta. Bom toureio à verónica e um excelente quite por gaoneras no centro da arena. Bandarilhou bem e a faena de muleta começou-a de joehos seguindo-se derechazos e naturais de muita qualidade, largo traço, por vezes profundos e com sabor. Bom momento do jovem novilheiro e bastante acarinhado pelas suas gentes. No que encerrou praça, outro belo exemplar de Paulo Caetano, voltou a estar bem de capote e em dois pares de bandarilhas. Houve classe e bom gosto na faena de muleta, correndo bem a mão, alargando os passes por ambos os pitóns, ligando bem com os passes de adorno e terminando com 2 circulares invertidos e alguns derechazos. No final foi sacado, uma vez mais, a ombros.
28.07.24 - PRUDÊNCIO (BRAVURA) E FONTEMBRO (APRESENTAÇÃO) VENCEM CONCURSO EM CALDAS. BOA PRESTAÇÃO DE BRITO PAES
Boa tarde de toiros a que vivemos em Caldas da Rainha no último domingo de Julho mas a que faltou público e sobrou pó. Toiros bem apresentados e com destaque positivo para os de Fernandes de Castro e de Prudêncio, a proporcionarem espectáculo, suaves e pastueños os de Falé Filipe, Vinhas e Fontembro e muito distraído o de Cochicho. Não defraudaram e a entrega de prémios decorreu sem contestação, sendo os prémios entregues por Diogo Santos vice-presidente da CAP e Madalena dos Santos, neta do matador de toiros Manuel dos Santos.
Finalmente Joaquim Brito Paes que se exibiu a um nível bastante elevado na lide de um bravo Fernandes de castro, a quem soube encontrar os melhores terrenos para deixar ferragem vibrante e destacar-se montando o “Ibisco” com ferro da casa. O último curto foi de muita categoria. Repetiria a dose no que encerrou praça, o de Prudêncio e que venceria o prémio Bravura em disputa. Boa lide em especial na ferragem curta, com boas e ajustadas entradas e cravagem acertada e com aplausos do público em cada sorte. Muito boa prestação no conjunto, para mais com
03.08.24 - TOUREIO A PÉ REGRESSOU EM GRANDE PLANO À NAZARÉ
Borja Jiménez mostrou-se muito placeado e com um interessante conceito de toureio, com bons quites de capote, por verónicas e chicuelinas, ou numa larga cambiada de joelhos e boas verónicas no seu segundo, saindo também ao quite dos dois de Tomás Bastos. Com a muleta esteve francamente bem, templando e mandando, ligando bem os muletazos em ambos os oponentes, alguns com grande profundidade, largos, e rematados com classe e toreria. Esteve entregado em ambos os toiros, de distintas condições de lide, e o público reconheceu a sua entrega.
O novilheiro português Tomás Bastos esteve bem e variado de capote recebendo o seu primeiro com belas verónicas e boas chicuelinas, repetindo as chicuelinas no seu segundo. Bandarilhou com acerto e eficácia, com destaque para o último par que foi muito bom e fortemente aplaudido pelo público. Com a muleta esteve em bom plano, para um novilheiro, mostrando qualidade e entendimento de terrenos e distâncias com alguns muletazos muito bons por ambos os pitóns. No seu segundo tem uma série pelo lado direito em que deixou a muleta sempre na cara do toiro, que foi de muita qualidade e exposição. Boa noite de toureio de Bastos na Nazaré.
22.08.24 - SALVADOR EMOCIONOU-SE ATÉ ÀS LÁGRIMAS NA SUA DESPEDIDA DE LISBOA
40 anos depois... uma noite inolvidável para Rui Salvador, o cavaleiro dos "ferros impossíveis", um toureiro que a nos a fio teve o condão de fazer parar os corações dos aficionados e transbordar de emoções tarde após tarde. E a sua despedida de Lisboa teve um ambiente extraordinário, com o público que quase enchia a praça, a tributar-lhe fortes ovações, de pé, premiando estas duas lides e, porque não, toda uma brilhante trajetória, o que o levou a emocionar-se como nunca haviámos visto. Duas voltas no final exigidas em uníssono pelo público, emocionado também pelo excelente espectáculo a que assistia, uma das melhores corrida dos últimos anos em Lisboa. Obrigado Rui Salvador, os aficionados nunca esquecerão esses momentos únicos.
E não é fácil escrever sobre sentimentos e emoções quando eles e elas brotam em catadupa ao lembrar-mo-nos da alternativa e da carreira de Rui Salvador, do seu pundonor e vergonha toureira, e percebermos que, com a sua despedida vai um pouco mais do senhorio da festa que tanto nos apaixonou e nos fez aficionados e vai também um toureiro com letra maiúscula. Brindou, como não podia deixar de ser, o seu primeiro toiro a José Carlos Amorim. Palavras para quê? Os gestos significam muito mas muito mais. E esse primeiro toiro, imponente como os demais, foi bravo e exigente e Salvador soube ler, e muito bem, os melhores terrenos e distância snuma lide d emuito valor e mérito, com bons ferros, e até um de violino, num improviso de muito interesse e nunca deixando o públioc indiferente ao que sucedia na arena. Público que não se cansou de aplaudir criando um ambiente únio no Campo Pequeno. E no quinto da noite, outra pauta musical precisava ser lida e interpretada por um mestre. E Rui voltou a ser esse mestre, com essa caapcidade lidadora, com essa verdade por diante na brega de proximidade e na eleição dos terrenos par cravagem da ferragem, de novo rematada com um violino. E de pé Lisboa não se cansava de vitoriar um Salavdor verdadeiramente emocionado até às lágrimas. Foi bonito de se ver, de sentir, de viver como vivemos cada um desses momentos, culminado com uma saída a ombros dos seus colegas alternantes dessa noite para a História.
09.09.24 - LISBOA DESPEDIU-SE DE PABLO HERMOSO COM ENORME OVAÇÃO E SAÍDA EM OMBROS PELA PORTA GRANDE. FORCADOS DE LISBOA EM SOLITÁRIO NOS SEUS 80 ANOS
Foi uma corrida marcada pelo simbolismo. Desde logo nas homenagens ao Grupo de Forcados Amadores de Lisboa e a José Luís Gomes e onde marcaram presença os políticos Filipe Anacoreta Correia (vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa), o vice-presidente do CDS-PP Telmo Correia e ainda João Soares (antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa) e Elísio Sumavielle (antigo governante e ex-presidente do CCB), para além da empresa Ovação e Palmas. Ainda pela exibição de um carrossel a cavalo da Equitação de Trabalho e da homenagem da APSL e da empresa a Pablo Hermoso de Mendoza.
Mais ainda pela forma como Pablo dedicou a sua última lide a Lisboa, aos portugueses e ao Campo Pequeno e que levou o público, de pé, a tributar-lhe uma fortíssima ovação. E, ainda, a saída a ombros, com Francisco Palha, Rouxinol Jr e Telles filho para além de João Moura e dos outros dois alternantes António Telles e Luís Rouxinol a acompanharem essa apoteótica volta que culminou com a saída pela Porta Grande.
E como se não bastasse, o Campo Pequeno tinha a sua lotação esgotada desde a segunda-feira anterior à corrida. Fez-se história em Lisboa.
05.10.24 - VILA FRANCA NÃO ESGOTOU NA NOVILHADA QUE ABRIU A FEIRA DE OUTUBRO?
É uma das muitas questões com que ontem, sábado, me debati quando estava bancada a assistir a uma novilhada onde estavam anunciados o fenómeno 2024 em arenas espanholas e francesas Marco Pérez e o vila-franquense em quem os aficionados portugueses depositam fundadas esperanças, Tomás Bastos. E não foi por falta de entrega e de competição entre os dois que as coisas não rodaram bem. E até há ambiente entre os que marcaram presença.
Alternaram os dois novilheiros em quites nos seis exemplares e deram réplica adequada um ao outro. Sentia-se que havia ali competição e foram bonitos os quites de capote com muita variedade e lances habitualmente pouco vistos. Resultou.
Marco Pérez tem algo de diferente, na atitude, na postura, na forma como se coloca e como conduz as investidas dos oponentes. Fico-me com a sua faena ao quinto da noite. Um erale que repetia e ao qual se impôs desde o início. Muletazos largos, com classe e onde meia dúzia de derechazos forma excelenetes tal aforma como foram prolongados e ligados. Houve também bons naturais, adornos e desplantes que galvanizaram o público que o premiou com 2 voltas à arena.
Tomás Bastos é um jovem com inatas qualidades e que pode apontar a voos mais altos. No seus 3 erales tem 2 pares de bandarilhas de muita exposição e arriscados. Nas faenas, fico-me com a que realizou ao quarto da ordem, uma faena bem construída, com classe e com muletazos de muita qualidade por ambos os pitóns e aproveitando bem as suaves investidas do de Álvaro Nuñez. No que encerrou praça recebeu-o com uma larga afarolada à porta-gaiola e voltou a ter uma boa faena.
13.10.24 - ANTÓNIO JOÃO FERREIRA TRIUNFA COM UM DURO TOIRO DE DIAS COUTINHO. BOA E AGRADÁVEL TARDE DE TOIROS EM AZAMBUJA
Mas, como referimos no início, o grande triunfador da tarde foi o matador de toiros António João Ferreira pela importante faena de muleta a um imponente cinqueño de Dias Coutinho a que recebeu bem de capote. Com a muleta submeteu-o por baixo de início, depois a meia altura foi conseguindo que rompesse a investir e teve belas séries de derechazos e de naturais que fizeram soar os olés. Mostrou o quão injusto foi estar parado quase toda a temporada – era a sua 2ª corrida – e que merecia outras oportunidades.