Devido ás previsões de mau tempo para o dia 1 de Novembro, a Associação Praça para Todos, decidiu cancelar a corrida prevista para amanhã, 1 de Novembro, na sua praça de toiros do Cartaxo.

Praça de Toiros “Daniel do Nascimento” – Moita do Ribatejo – 26.10.24 – Festival

Director: Manuel Gama – Veterinário: Jorge M. Silva

Cavaleiro: Luís Vital “Procuna”

Forcados: Aposento da Moita

Espadas: Luis Cartujano, Parrita, Cuqui, Morenito de Portugal, Belmonte, Lagartijo e João mexia

Ganadarias: Romão Tenório (1º); Mata o Demo (2º, 4º e 5º); Calejo Pires (3º, 6º e 7º)

Quão orgulhoso deve estar o saudoso maestro Armando Soares (DEPD) pois alguns dos seus antigos alunos voltaram a pisar a arena e a tourear de muleta (alguns são hoje consagrados bandarilheiros) e a fazer-nos recordar os seus tempos de novilheiros, aquele espectáculo que o maestro criou e que apelidou de “os niños toureiros”. Pois bem, revivemos alguns desses momentos e demos por bem empregue a deslocação à Moita pois o tempo não estava de feição e a chuva fez-se sentir entre as lides de 1º e 2º da ordem.

Abriu praça, a cavalo, Luís Vital Procuna que se entendeu bem com um erale de Romão Tenório de escassas forças. Actuação correta rematada com um ferro de palmo. A rês foi pegada à segunda tentativa pelos forcados do Aposento da Moita.

No toureio a pé, Luís Cartujano teve por diante um eral de Mata o Demo nobre e com o qual construiu faena pelos dois pitóns.

Parrita teve a melhor prestação frente a um bom erale de Calejo Pires. Recebeu bem de capote e esteve acima da média com a muleta, com qualidade e aproveitando as boas e nobres investidas.

Em quarto lugar actuou Cuqui com outro exemplar de Mata o Demo. Prestação agradável por ambos os pitóns.

Depois de muitos anos fora de Portugal, regressou por uma tarde Morenito. E que bem que o fez com capote e muleta, mostrando que quem sabe não esquece, e conseguindo bons muletazos ante um bom exemplar de Mata o Demo.,

Seguiu-se-lhe João Prates Belmonte. Bem de capote e com a muleta, repartiu o último tércio com seu filho, Belmonte Jr, que mostrou imensa toureiria e agradou em pleno, frente a um bom exemplar de Calejo Pires, sendo o ganadeiro chamado à arena para os acompanhar na volta final.

Finalmente João Mexia e João Romba “Lagartijo” lidaram o último, também de Calejo Pires. Mexia conseguiu uma boa larga afarolada depois de tentar a mesma sorte sem sucesso à porta-gaiola pois o erale saiu sem ligar ao novilheiro e depois por verónicas. João romba regressou às arenas também por uma tarde e conseguiu algumas séries com a muleta. Bandarilhou com um acertado par no 5 da tarde a convite de Morenito.

Tarde agradável e para desfrutar, iniciada que foi com dança de sevilhanas da Moita.

Dirigiu o espectáculo Manuel Gama assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva perante razoável presença de público nas bancadas.

Texto e fotos: António Lúcio

Praça de Toiros de Azambuja – 13.10.24 – Corrida Mista

Director: Fábio Costa – Veterinário: José Luís Cruz – Lotação: - de ½ casa

Cavalerios: Ana Batista. João Moura Caetano. Andrés Romero, António Prates, Mariana Avó (P)

Forcados Amadores de Azambuja e Cartaxo

Matador: António João Ferreira

Ganadarias: Paulino da Cunha e Silva (1º,2º, 3º, 5º e 6º) e Dias Coutinho (4º)

Bastante sol e calor a contrastar com os dias anteriores permitiram que se realizasse a corrida mista anunciada para este domingo em Azambuja mas o público não premiou o esforço do empresário e praça apresentava pouca gente nas suas bancadas. Perderam também um agradável espectáculo e onde se homenageou postumamente António Bernardeco.

Em termos artístico abriu praça a cavaleira Ana Batista com uma boa lide a um bom toiro de Paulino da Cuna e Silva, com muita presença. Ana andou bem na brega e acertada na cravagem dos curtos em sortes bem desenhadas e rematadas a preceito.

João Moura Caetano teve momentos de muito interesse na brega e na cravagem da maioria da ferragem (de muito mérito) apesar de falhar 2 ferros. Uma lide com momentos artísticos de classe frente a outro bom toiro e que motivou a chamada do ganadeiro à arena.

Andrés Romero entendeu muito bem o terceiro da tarde que tinha algum problema de visão e conseguiu a mais aplaudida lide da tarde mostrando seu bom momento. Esteve francamente bem com a ferragem curta chegando ao público. Mais uma boa prestação do espanhol em Azambuja.

António Prates foi de menos a mais na ferragem curta com dois bons ferros na fase final (3º e 4º) falhando dois de palmo e cravando outros tantos com aplausos do público.

A praticante Mariana Avó mostrou uma vez mais que está no bom caminho pois tem um bom conceito e passado o equador da sua lide subiu o tom com bons curtos.

Os Forcados Amadores de Azambuja e Cartaxo repartiram entre si as pegas. Por Azambuja foram na linha de frente Telmo Carvalho, rija à 1ª, João Gonçalves á 1ª e Digo Nunes a sesgo e à 6ª no último da tarde. Pelo Cartaxo foram forcados de cara Tiago Fonseca à 1ª e o estreante Dinis Fonseca à 2ª e com boa intervenção do 1º ajuda.

Mas, como referimos no início, o grande triunfador da tarde foi o matador de toiros António João Ferreira pela importante faena de muleta a um imponente cinqueño de Dias Coutinho a que recebeu bem de capote. Com a muleta submeteu-o por baixo de início, depois a meia altura foi conseguindo que rompesse a investir e teve belas séries de derechazos e de naturais que fizeram soar os olés. Mostrou o quão injusto foi estar parado quase toda a temporada – era a sua 2ª corrida – e que merecia outras oportunidades.

Dirigiu o espectáculo Fábio Costa assessorado pelo veterinário José Luís Cruz.

Texto e fotos: António Lúcio

Tarde de domingo, climatologicamente instável mas, mesmo assim, a minha afición levou-me até Vila Franca com a intenção de assistir a mais um espectáculo taurino com toureio a pé depois das boas sensações vividas na noite anterior com a novilhada. Mas, ao chegar às proximidades da praça cruzei-me com o camião de cavalos de Francisco Palha que a abandonava… Ainda assim, e porque eram horas para levantar a acreditação de imprensa, dirigi-me à bilheteira. E foi-me indicado que não havia corrida…

O que teria acontecido? As conversas nas imediações da praça apontavam para a recusa de um dos toiros espanhóis, por falta de peso e que os sobreros não obtiveram a aquiescência dos matadores para os lidar. Um lacónico e curto comunicado afixado junto das bilheteiras assim o dava a entender.

Vi Juan Bautista (apoderado de Daniel Luque) com os forcados de Vila Franca à porta do antigo restaurante Redondel e depois na rua e já perto do Mercado Municipal Joaquin Dominguez (apoderado de Juanito) e filho. Não evidenciavam aborrecimento ou contrariedade nos seus rostos.

E a corrida não se deu… e os aficionados, a tauromaquia e Vila Franca ficaram a perder. Ouviu-se muita coisa e os esclarecimentos ficaram por dar.

Todos sabemos que quando vêm matadores espanhóis, impõem toiros e, como sempre todo o cuidado é pouco. O ditado popular de que “cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém” aplica-se na sua essência. Os toiros espanhóis não tinham sido vistos atempadamente e muito antes do embarque? Não havia a possibilidade de trazer 2 sobreros da mesma ganadaria ainda que tal implicasse custos acrescidos de devolução à ganadaria caso não fossem lidados? Ou não haveria uma ganadaria portuguesa da confiança de Luque que pudesse fornecer esses mesmos sobreros?

A solução encontrada foi, na minha modesta opinião, a pior que podia ser encontrada.

Não estaria Juanito disponível para tourear se Luque se fosse embora?

Não havia a hipótese de contratar à última hora um substituto para Luque e avançar com a corrida? Haveria custos acrescidos para a empresa?

Não sei.

Sei isso sim que tive de me vir embora e como eu muita gente. E que a Festa e Vila Franca ficaram a perder. O que não podia nem devia ter acontecido.

António Lúcio, 09.10.24 Sobral de Monte Agraço

Praça de Toiro “Palha Blanco” – Vila Franca de Xira – 05.10.24 – Novilhadas

Director: Fábio Costa – Veterinário: Jorge M- Silva – Lotação: 2/3

Novilheiros_ Marco Pérez, Tomás Bastos

Ganadaria: Álvaro Nuñez

É uma das muitas questões com que ontem, sábado, me debati quando estava bancada a assistir a uma novilhada onde estavam anunciados o fenómeno 2024 em arenas espanholas e francesas Marco Pérez e o vila-franquense em quem os aficionados portugueses depositam fundadas esperanças, Tomás Bastos. E não foi por falta de entrega e de competição entre os dois que as coisas não rodaram bem. E até há ambiente entre os que marcaram presença.

O que terá motivado que a novilhada estrela da temporada 2024 não tivesse esgotado a Palha Blanco? Demasiada oferta de outras opções, de borla na feira? Futebol às 20h? Preços elevados? No recinto da feira estavam milhares de pessoas… Enfim, mais uma ocasião perdida para afirmar que o toureio a pé esgota praças, mais ainda, com esta qualidade de cartel. Também sabemos que as novilhdas ainda que despertem interesse nem sempre enchem as praças. Há que estudar bem estes fenómenos e os espectáculos gratuitos que se montam com pouca antecedência face a estes acontecimentos. Fiquei desapontado com os cerca de 2/3 da lotação preenchida em noite em que se homenageou também o bandarilheiro Dário Venâncio pelos seus 50 anos de alternativa.

Um pequeno desapontamento, para mim, os erales de Álvaro Nuñez mais propícios a uma novilhada/aula prática das escolas que para uma novilhada desta importância. E para que haja transcendência é preciso que os novilhos a tenham – presença – porque a bravura se verá nas lides. E gostei em especial das qualidades do quinto da noite.

Alternaram os dois novilheiros em quites nos seis exemplares e deram réplica adequada um ao outro. Sentia-se que havia ali competição e foram bonitos os quites de capote com muita variedade e lances habitualmente pouco vistos. Resultou.

Marco Pérez tem algo de diferente, na atitude, na postura, na forma como se coloca e como conduz as investidas dos oponentes. Fico-me com a sua faena ao quinto da noite. Um erale que repetia e ao qual se impôs desde o início. Muletazos largos, com classe e onde meia dúzia de derechazos forma excelenetes tal aforma como foram prolongados e ligados. Houve também bons naturais, adornos e desplantes que galvanizaram o público que o premiou com 2 voltas à arena.

Tomás Bastos é um jovem com inatas qualidades e que pode apontar a voos mais altos. No seus 3 erales tem 2 pares de bandarilhas de muita exposição e arriscados. Nas faenas, fico-me com a que realizou ao quarto da ordem, uma faena bem construída, com classe e com muletazos de muita qualidade por ambos os pitóns e aproveitando bem as suaves investidas do de Álvaro Nuñez. No que encerrou praça recebeu-o com uma larga afarolada à porta-gaiola e voltou a ter uma boa faena.

Na direcção do espectáculo esteve Fábio Costa, assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva.

Texto e foto: António Lúcio

É com grande entusiasmo que anunciamos que no próximo dia 19 de outubro pelas 16h00, terá lugar um festival taurino de beneficência na Praça de Toiros Amadeu Augusto dos Santos no Montijo.

Um espetáculo recheado de afición e muita solidariedade cujos *lucros revertem a favor dos Bombeiros Voluntários do Montijo

Um festival composto por quatro jovens cavaleiros - Miguel Moura, Luís Rouxinol Jr, António Prates e António Telles filho - o matador Nuno Casquinha e o jovem novilheiro Gonçalo Alves

Pegam o festival os aniversariantes grupos da terra - GFA Tertúlia T. Montijo & GFA Montijo

Será um dia completo dedicado à Tauromaquia com uma Manhã Taurina para os mais jovens, organizada pela Associação Gala da Tauromaquia e no final do festival uma grande festa organizada pelo Rede Curta.

Deixamos o nosso obrigado a todos os artistas, grupos, ganaderos e parceiros que se disponibilizaram para participar e apoiar esta nobre causa e esperamos por todos vós dia 19!

Os bilhetes estarão à venda através do 914 094 038, na MS Artes Gráficas (912 453 649) e brevemente serão anunciados outros locais de venda.

Pois é. A temporada 2024 está quase a fechar as suas portas (ainda faltam alguns espectáculos) e temos que estar bem atentos a algumas movimentações que podem causra danos irreparáveis. A começar pelas 2 propostas do PAN - referendo para abolição das corridas de toiros (dia 4 na Assembleia da República), alteração da idade mínima para assistir aos espectáculos e neles participar passar a ser de 16 anos... Ninguém diz nada? As associações do sector estão a ver passar navios? Ninguém mexe uma palha? É inacreditável.

Perdemos importância, perdemos praças de toiros emblemáticas. Não temos toiros em nenhum dos canais televisivos. Os jornais impressos ignoram a festa brava a não ser que haja um escândalo qualquer. E ninguém diz nada! Ninguém faz nada!

Vila Franca está aí à porta e com cartéis de máxima importância. A novilhada de dia 5, a corrida mista de dia 6 e a tradicional 3ª feira. Vai encher Vila Franca? Esperamos que se passa da rua à praça e com paixão.

Da minha parte, nos últimos tempos, tenho andado um pouco arredado do espectáculo taurino. Também porque é necessário procurar novos caminhos, novos desafios, novos motivos para escrever e fotografar e, procurando novos caminhos para a valorização pessoal, encontrar algumas soluções para alguns problemas que surgem e temos de resolver.

Mas o que importa, é que o colectivo de aficionados e de espectadores que gostam de ir aos toiros, não vejam uns quaisquer que não gostam, virem a impedir-nos de ter o nosso espectáculo e, mais ainda, por pura inoperância nossa.

Abram a pestana que eles nadam por aí!

António Lúcio, Sobral de Monte Agraço

Foto: Ana Serra