Praça de Toiros do Campo Pequeno - 22.08.24 - Corrida de Toiros
Director: Ricardo dias - Veterinário: Jorge M. Silva - Lotação: quase cheia
Cavaleiros: Rui Salvador, Rui Fernandes, Francisco Palha, Miguel Moura
Forcados Amadores de Évora e de Coruche
Ganadaria: Dr. António Silva (8)
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40 anos depois... uma noite inolvidável para Rui Salvador, o cavaleiro dos "ferros impossíveis", um toureiro que a nos a fio teve o condão de fazer parar os corações dos aficionados e transbordar de emoções tarde após tarde. E a sua despedida de Lisboa teve um ambiente extraordinário, com o público que quase enchia a praça, a tributar-lhe fortes ovações, de pé, premiando estas duas lides e, porque não, toda uma brilhante trajetória, o que o levou a emocionar-se como nunca haviámos visto. Duas voltas no final exigidas em uníssono pelo público, emocionado também pelo excelente espectáculo a que assistia, uma das melhores corrida dos últimos anos em Lisboa. Obrigado Rui Salvador, os aficionados nunca esquecerão esses momentos únicos.
E não é fácil escrever sobre sentimentos e emoções quando eles e elas brotam em catadupa ao lembrar-mo-nos da alternativa e da carreira de Rui Salvador, do seu pundonor e vergonha toureira, e percebermos que, com a sua despedida vai um pouco mais do senhorio da festa que tanto nos apaixonou e nos fez aficionados e vai também um toureiro com letra maiúscula. Brindou, como não podia deixar de ser, o seu primeiro toiro a José Carlos Amorim. Palavras para quê? Os gestos significam muito mas muito mais. E esse primeiro toiro, imponente como os demais, foi bravo e exigente e Salvador soube ler, e muito bem, os melhores terrenos e distância snuma lide d emuito valor e mérito, com bons ferros, e até um de violino, num improviso de muito interesse e nunca deixando o públioc indiferente ao que sucedia na arena. Público que não se cansou de aplaudir criando um ambiente únio no Campo Pequeno. E no quinto da noite, outra pauta musical precisava ser lida e interpretada por um mestre. E Rui voltou a ser esse mestre, com essa caapcidade lidadora, com essa verdade por diante na brega de proximidade e na eleição dos terrenos par cravagem da ferragem, de novo rematada com um violino. E de pé Lisboa não se cansava de vitoriar um Salavdor verdadeiramente emocionado até às lágrimas. Foi bonito de se ver, de sentir, de viver como vivemos cada um desses momentos, culminado com uma saída a ombros dos seus colegas alternantes dessa noite para a História.
Rui Fernandes era aguardado com expectativa apõs 4 temporadas sem pisar Lisboa. E não defraudou, bem pelo contrário, esteve magnífico na lide do segundo da noite, com variedade nas sortes, com brega de muita qualidade, com toureiria na forma como citou e cravou aproveitando as boas investidas de um toiro exigente. Foi uma actuação em grande nível mostrando claramente que devia estra mais vezes na temporada portuguesa e em corridas importantes porque é uma mais-valia. E repetiu a dose no sexto da noite não deixando créditos por mãos alheias e chegando com impacto ao grande público.
Francisoc Palha apontou o melhor comprido da noite, a abrir a sua primeira lide, numa sorte de gaiola arriscada e que resultou bem. A sua primeira lide teve bons momentos, muito no seu estilo, procurando e encontrando toiro em todos os terrenos, numa actuação muito aplaudida e meritória. No seu segundo as coisas não rodaram bem na série de curtos mas não se deu por vencido e tudo tentou para sair de forma positiva.
Miguel Moura recebeu bem o seu primeiro com um bom comprido em sorte de gaiola e a série de curtos é de boa nota, com boas preparações e bons ferros. Foi fiel ao seu conceito e mostrou, novamente, todo o seu valor, que é muito. Voltou a estar bem no seu segundo, o último da corrida e foi muito acarinhado pelo público.
Boas pegas de caras a cargo dos dois Grupos de Forcados. Por Évora foram caras João Madeira, bem `a 1ª, José Maria Passanha à 2, João Cristóvão à 1ª e o cabo José Maria Caeiro à 1. Por Coruche, pegaram Tiago Gonçalves bem à 1ª com excelente 1ª ajuda de Fernando Ferreira, João Formigo à 2ª, António Tomás à 2ª e o novo cabo João Prates à 4ª a sesgo.
Lidou-se um sério e bem apresentado curro de toiros de Dr. António Silva, com boas condições à excepção dos dois últimos e bravo o que abriu praça e valeu a chamada da ganadeira Sofia Silva Lapa à arena.
Após a lide do 4º toiro fora homenageados Rui Salvador, a ganadaria do Dr. António Silva e o antigo forcado José Jorge (Zeca) Pereira.
Dirigiu o espectáculo ricardo Dias, com assessoria veterinária de Jorge Moreira da Silva, numa noite em que se estreou no Campo Pequeno a Banda da Amareleja (nota elevada).
Texto e foto: António Lúcio
