ENCERRADOS PARA BALANÇO
REGRESSAMOS A 2 DE JANEIRO
Desejamos a todos, Festas Felizes!
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Desejamos a todos, Festas Felizes!
Num ano fortemente marcado pela pandemia, o número de touradas cresceu 252% em relação a 2020, passando de 48 para 121 touradas, e o público aumentou 195%, passando de 93.400 em 2020 para 182.600 espectadores em 2021. Portugal passou a contar com mais dois Cavaleiros de Alternativa e mais um Matador de Toiros.
A temporada tauromáquica de 2021 continuou a ser profundamente marcada pela pandemia, com fortes restrições à sua actividade. As touradas só se puderam iniciar em Maio, ao invés de Fevereiro, mas sob fortes restrições de lotação e a conta gotas. O grosso da actividade foi retomada em Agosto, mantendo as lotações reduzidas. As lotações a 100% só foram possíveis em Outubro, pouco antes do fim da temporada taurina a 13 de Novembro. Perante estas restrições o enorme crescimento de espectáculos e espectadores é o dado mais assinalável, mostrando a grande resiliência e vitalidade deste setor cultural, face a uma das situações mais críticas da história do setor cultural.
Em 2021 realizaram-se 121 espectáculos tauromáquicos (48 em 2020) num crescimento de 252%, obtendo 182.600 espectadores (93.400 em 2020) representando um crescimento de 195% face a 2020.
Estes resultados só foram possíveis perante a contribuição de todos os artistas e intervenientes, que se adaptaram a esta situação crítica, reduzindo cachets, permitindo a actividade do setor e o acesso dos portugueses à cultura tauromáquica.
Para João Santos Andrade, Presidente da ProToiro (Federação Portuguesa de Tauromaquia) e da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide, o “ano de 2021 caracterizou-se por ser um reinício, depois de um ano de 2020 brutalmente afectado pela pandemia e com prejuízos avultadíssimos. Apesar de uma temporada praticamente reduzida a 3 meses, toureiros, forcados, ganadeiros, empresários e principalmente aficionados, disseram presente, mostrando assim o vigor da tauromaquia. Esperamos que o pior já tenha passado e que o próximo ano seja de retoma da normalidade”.
Vila Franca de Xira (11) foi a cidade com mais espetáculos tauromáquicos, seguida da Moita (7) e de Lisboa e Azambuja (6). No que diz respeito à média de ocupação em Corridas de Toiros esta foi de 1602 pessoas por Corrida.
Luís Rouxinol liderou o ranking de actuações dos Cavaleiros Tauromáquicos em Portugal (26) seguido de Luís Rouxinol Jr. (21) e João Ribeiro Telles (19) que encerra o top 3. Contabilizando as actuações no estrangeiro, a liderança pertenceu ao cavaleiro João Moura Caetano (14 em Portugal e 13 no estrangeiro).
Manuel Dias Gomes (7), Joaquim Ribeiro “Cuqui” (5) e João Silva "Juanito" (4) lideraram o ranking de actuações dos Matadores de Toiros. Os Forcados Amadores de Vila Franca (14), Alcochete (13), e Azambuja (12) lideraram as actuações dos Grupos de Forcados.
Quanto aos Cavaleiros Praticantes, António Ribeiro Telles (filho) liderou o ranking dos jovens cavaleiros com 8 actuações, seguido por António Núncio (7) e Joaquim Brito Paes e Diogo Oliveira (6). Contabilizando as actuações fora de Portugal, Duarte Fernandes toma a liderança com 10 actuações (1 em Portugal e 9 no estrangeiro).
Diogo Peseiro foi o líder entre os Novilheiros com 2 actuações, com Duarte Silva (6) a liderar o ranking dos Novilheiros Praticantes, seguido de Filipe Martinho (4) e João D’Alva (3).
O ranking dos Bandarilheiros foi liderado por João Bretes (50) seguido por Manuel Santos “Becas” (43) e Duarte Alegrete (42). Quanto aos Bandarilheiros Praticantes Miguel Maltinha liderou (21 actuações em Portugal e 1 no estrangeiro), seguido por Fernando Fetal (18) e Luís Silva (13).
Analisando a temporada tauromáquica de 2021, Nuno Pardal, Presidente da Associação Nacional de Toureiros, refere que “Nesta temporada, ainda atípica, com a cultura a ser claramente prejudicada pelas decisões governamentais, todos os agentes tauromáquicos fizeram um esforço acrescido, toureiros em particular, para se poderem organizar espetáculos atrativos para não defraudar os portugueses”.
Já Ricardo Levesinho, Presidente da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos, indica que “apesar dos bloqueios políticos constantes (fechando praças quando outros espectáculos culturais recebiam espectadores) imperou a vontade, o esforço e a paixão de todos para existirem 121 espectáculos com uma média de ocupação muito elevada e num total respeito pelas regras sanitárias. A não existência de nenhum surto em qualquer evento tauromáquico prova que a cultura é totalmente segura. Foi um ano extremamente desafiante e ao mesmo tempo de esperança e de superação”.
O tom positivo é confirmado por Luís Capucha, Presidente da Associação de Tertúlias Tauromáquicas de Portugal, dizendo que foi “uma temporada em que os aficionados, uma vez mais, disseram: presente”, o que mostra a forte adesão dos portugueses à tauromaquia, como expressão única da cultura portuguesa.
Para o representante da União das Misericórdias Armando Jorge Carvalho, com a retoma da tauromaquia “as Misericórdias proprietárias das Praça de toiros puderam usufruir das receitas, tão importantes para os seus orçamentos, e que têm por finalidade ajudar a sua obra social, levando simultaneamente aos portugueses a grandeza desta arte, que é tão nobre quanto genuína.”
Segundo Diogo Durão, Presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados, “foi um ano com algumas lesões importantes mas onde esta Arte, tão representativa da Cultura Portuguesa, deu mostras de estar bem viva e de saúde. Destacamos a enorme aderência da juventude que, tendo muitas ofertas em termos de actividades, continua a juntar-se aos Grupos de Forcados, sinal claro de que esta é uma escola de vida e de valores que não tem par na Sociedade actual.”
No balanço do ano as ganadarias portuguesas voltaram a contribuir positivamente para a balança comercial de bens e serviços, tendo as exportações atingido os 187 toiros e as importações 10. No total foram lidados 740 toiros bravos em praças nacionais. As ganadarias que mais toiros lidaram em Portugal foram Passanha (45), Palha (35) e Murteira Grave (34). Tendo em conta as exportações o top 3 é ocupado por Passanha (45), Murteira Grave (40) e Luis Terron/Guiomar Moura (36).
Quanto aos Produtores de Espectáculos (empresários) o ranking foi liderado pela RACG com 24 espectáculos produzidos, seguindo-se a Ovação e Palmas (20) e a Toiros e Tauromaquia (11).
No ano que termina, quanto a alterações de categoria, tornaram-se cavaleiros de alternativa (profissionais) dois jovens cavaleiros: Soraia Costa (20 Agosto na Figueira da Foz) e Francisco Núncio (2 Outubro em Alcácer do Sal) e João Diogo Fera tornou-se Matador de Toiros (6 Junho, El Espinar). Ascenderam ao escalão de Cavaleiro Praticante Diogo Oliveira e Tristão Ribeiro Telles. Miguel Batista ascendeu à categoria de Bandarilheiro e Francisco Marques à categoria de Bandarilheiro Praticante.
Esta foi uma temporada infelizmente marcada por um número elevado de toureiros colhidos com gravidade: António Ribeiro Telles (Reguengos de Monsaraz) Manuel Telles Bastos (Tomar) Francisco Palha (Vila Franca de Xira) João Moura Jr (acidente durante um treino).
Outro aspecto negativo a destacar foi o facto de pela primeira vez em 58 anos a RTP não ter transmitido nenhuma corrida de toiros, quebrando os laços históricos e afectivos dos portugueses e emigrante na diáspora, com uma das mais queridas expressões da portugalidade, que obtém sempre elevadas audiências. Esta é uma situação que tem de ser corrigida já em 2022, para que seja cumprido o seu dever de serviço público.
Em relação às tauromaquias populares (de rua) a temporada foi trágica, com o cancelamento de praticamente todas as festividades, quando anualmente se realizam cerca de 2000 eventos pelo país. Em 2021 só se realizaram as largadas da Feira de Outubro em Vila Franca de Xira, e as Touradas à Corda nos Açores, durante cerca de um mês, entre Outubro e Novembro.
Nota:
Esta informação estatística foi reunida pela PróToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia, com base no cruzamento dos dados da Associação Nacional de Toureiros e da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide. Esta análise permite um retrato mais fidedigno da tauromaquia em Portugal, uma vez que os dados da Inspeção Geral das Atividades Culturais apenas refletem a atividade administrativa deste organismo em Portugal Continental. A Região Autónoma dos Açores, por reger-se por legislação própria, não está incluída nos dados da IGAC, tal como eventos que não são abrangidos pelo regulamento taurino, como Barrancos, os Recortadores, entre outros. O critério utilizado na contabilização dos espectáculos e espectadores é a de todos os eventos em que foi lidada pelo menos uma rês brava.
Rankings 2021
Top 10 de actuações em Portugal, por Categoria.
Cavaleiros de Alternativa
Luís Rouxinol 26
Luís Rouxinol Jr. 21
João Ribeiro Telles 19
João Salgueiro da Costa 18
António Prates 15
João Moura 15
Marcos Bastinhas 14
João Moura Caetano 14 (+13 Estrangeiro)
Francisco Palha 13
Miguel Moura 13
Matadores de Toiros
Manuel Dias Gomes 7
Joaquim Manuel Santos Ribeiro “Cuqui” 5
João Silva "Juanito" 4
João Diogo Fera 2
António João Ferreira “Tó – Jó” 1
Nuno Casquinha 1
Forcados
Vila Franca de Xira 14
Alcochete 13
Azambuja 12
Montemor-o-Novo 10
Ribatejo 10
Évora 9
Lisboa 9
Santarém 9
Moura 9
Aposento da Moita 8
Cavaleiros Praticantes
António Ribeiro Telles Filho 8
António Núncio 7
Joaquim Brito Paes 6
Diogo Oliveira 6
Francisco Núncio 3 (+1 Estrangeiro)
Tristão Ribeiro Telles 3
Soraia Costa 2
Paco Velásquez 2
Duarte Fernandes 1 (+ 9 Estrangeiro)
António Mendonça 1
Mara Pimenta 1
Novilheiros
Diogo Peseiro 2
Novilheiros Praticantes
Duarte Silva 6
Filipe Martinho 4
João D'Alva 3
Sérgio Nunes 1
Bandarilheiros
João Bretes 50
Manuel dos Santos "Beca" 43
Duarte Alegrete 42
Filipe Gravito 30
Pedro Noronha 29
Cláudio Miguel 28
João Ferreira 28
Jorge “Alegrias" 28
João Ganhão 27
João Filipe Oliveira 26 (+1 Estrangeiro)
Ricardo Alves "Págá" 26
Pedro Paulino "China" 26
Tiago Santos 26
Ricardo Pedro 26
Nuno Oliveira 26
Bandarilheiros Praticantes
Miguel Maltinha 21 (+1 Estrangeiro)
Fernando Fetal 18
Luís Silva 13
Diogo Damas 9 (+1 Estrangeiro)
Francisco Marques “Robleño” 7
Miguel Batista 6
Ricardo Pereirinha 1
Produtores (empresas)
RACG 24
Ovação e Palmas 20
Toiros e Tauromaquia 11
Rafael Vilhais 6
Nepe 5
Costume Genuíno 4
José Charraz &Tiago Graça 4
Troféuganho 4
Alentoiro 3
Doses de bravura 3
Top 10 de Praças com mais espectáculos:
Praça de Toiros Palha Blanco (Vila Franca de Xira) 11
Praça de Toiros Daniel do Nascimento (Moita do Ribatejo) 7
Praça de Toiros do Campo Pequeno (Lisboa) 6
Praça de Toiros Dr. Ortigão Costa (Azambuja) 6
Praça de Toiros de Alcochete 5
Praça de Toiros da Ilha Terceira (Angra do Heroísmo) 5
Arena de Évora 5
Praça de Toiros da Chamusca 4
Praça de Toiros de Moura 4
Coliseu Figueirense (Figueira da Foz) 4
RUI SALVADOR Arruda dos Vinhos - 13/06/21 - De Tomar veio Rui Salvador para assinar a exibição mais completa e arrebatadora da tarde em Arruda dos Vinhos. Se as coisas não correram de feição no único comprido em que sofreu forte toque, voltou á arena montado num extraordinário cavalo ruço que parecia uma muleta na lide a um toiro que acabou por se entregar ao poderio da lide de Salvador. Lidou com classe, sempre muito ligado com o toiro, recortando-se em curto para o deixar colocado para a ferragem que foi de muito mérito, dois deles em sortes a sesgo e rematadas para a direita e em espaço muito apertado, valendo-lhe fortes aplausos do público. Um justo triunfo para um toureiro de casta.
PARREIRITA CIGANO Caldas da Rainha - 06/08/21 - O terceiro toiro também teve qualidade e Parreirita Cigano assinou a que consideramos a lide de maior impacto no público que após a consumação do última comprido, com uma batida ao pitón contrário em curto e de reunião muito ajustada, no momento de maior frissón da noite, o aplaudiu de pé. Antes desse momento já nos havia brindado com outros 3 bons curtos, e deixando boas notas para uma próxima actuação.
JOÃO MOURA Lisboa – 26/08/21 - A praça ia indo abaixo com a estrondosa ovação ao Maestro dos Maestros quando este se assomou à porta do pátio de quadrilhas pronto para as cortesias. Foi algo arrepiante e Moura emocionou-se. Como todos nós. E sai o primeiro toiro e a sua lição de cátedra foi algo inenarrável, tal a forma como lidou e como cravou arrebatando os aficionados que não se cansaram de o aplaudir. Parecia que tinhas voltado atrás no tempo, tal a classe e arte da lide. Brutalmente inspirador com alguns ferros de excelente execução. Á Moura… e repetiu a dose no seu segundo, com um quarto curto de superior execução e que mais uma vez levantou o público das cadeiras. No final duas voltas, voltas à antiga, muito bem o director de corrida João Cantinho ao autorizá-las. E as mãos rompiam-se com tantos aplausos, mais uma vez, com o génio a ser premiado como merecia. A saída em ombros pela porta grande no final ficará também para a História. MARCOS BASTINHAS Salvaterra de Magos – 28/08/21 - Marcos Bastinhas foi o triunfador desta corrida, um triunfo sonoro, com uma lide de alto nível em especial na primeira metade, frente a um bravo burraco de Condessa de Sobral que seria premiado com volta á arena e chamada do ganadeiro. Marcos cedo viu que o toiro tinha muita qualidade e deu-lhe a máxima importância logo nos curtos, a deixar o toiro vir de largo, a cravar bem e a rematar as sortes. E com os curtos soube aproveitar essa vontade do toiro em investir para deixar 3 curtos de muito boa nota, um de palmo e um par de bandarilhas à terceira tentativa deixando dois meios pares nas outras passagens. Actuação muito aplaudida pelo público que acorreu em muito bom número a esta corrida.
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Não institui desde sempre, cerimónias de entregas de prémios a triunfadores de cada temporada e apenas episodicamente referi os que mais de distinguiram ou triunfaram nas corridas onde o “Barreira de Sombra” esteve presente. Contudo, os dois últimos anos - 2020 e 2021 - foram anos em que todos fomos postos à prova e onde alguns, os mais resistentes e resilientes para utilizar uma expressão tão em moda, foram poucos.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se o não ser, etc e tal como diz o poema. E continuando, todos os tempos são tempos de mudança e propícios à evolução, como eu entendo que devem ser: de mudança e de evolução. E estes dois últimos anos mostraram claramente que só podem sair vencedores dos desafios os que se adaptam a essa mudança e a essa necessidade de evolução.
E, assim, elejo como Grandes Triunfadores:
Sem público a pagar bilhetes não há espectáculo que sobreviva, seja ele qual for. E no caso da tauromaquia mais ainda porque não vive de subvenções do Estado como o cinema, o teatro e outras artes cujos mecenas investem em prol de não pagarem tantos impostos.
O Público que paga o seu bilhete – encarecido nestes tempos de pandemia e de limitadas lotações – cada vez mais caro, que vai para se divertir e aplaudir os artistas, que pouco reclama ou protesta e ainda encheu algumas praças, é um dos grandes triunfadores: sujeitou-se a testes, a ter de mostrar certificados, a apertadas regras de distanciamento sem nunca protestar; e nem sempre teve espectáculos de qualidade maior.
Esgotou, na fase final da temporada algumas lotações e mostrou que estava vivo, que queria toiros e que não se deixa vergar aos interesses de uns quantos pseudo defensores dos animais.
Merece que as empresas em 2022 façam um investimento maior em cartéis de qualidade, corridas mistas, corridas só com matadores e as necessárias corridas à portuguesa mas também apostem no futuro com algumas novilhadas de qualidade e inclusão de jovens me bons cartéis. Será a forma de serem recompensados pelo que apoiaram as empresas em 2020 e 2021.
O projecto Projeto Tauromaquia, Património Cultural de Portugal foi apresentado depois de consolidado em todas as suas fases e poderá ser um importante sustentáculo para o futuro da nossa festa brava.
A Tauromaquia sai reforçada com o inegável valor cultural, de defesa ecológica, etnográfico, e temos de o potenciar.
Mas como referia, a tauromaquia, na sua imensa globalidade saiu triunfadora nesta dura realidade que uma pandemia impôs a este pequeno mas grande País. Os artistas, na sua generalidade e em todas as categorias, os ganadeiros, as empresas, todos quanto se movimentam neste mundo, souberam dar a volta por cima com todas as restrições que houve. E o toureio a pé parece ter ressurgido, mercê de um conjunto de espetáculos que se revelaram de muito bom nível e onde participaram toureiros portugueses lado a lado com grandes figuras de Espanha.
Houve também toiros de grande qualidade, com trapio e onde a idade se fez sentir.
Ultrapassaram-se, seguramente, os 100 espectáculos e ficou um grande ambiente para 2021.
Este foi um ano em que grandes jornais generalistas voltaram a dar voz / espaço à tauromaquia, o que é de ressaltar. Alguns desses órgãos de comunicação social falaram abertamente da festa brava, o que se aplaude.
Como se aplaude a garra e persistência de João Queiróz e da sua equipa em fazer mensalmente uma revista de inegável qualidade como é a Novo Burladero. Mantém-se há mais de 40 anos, o que, só por si já é de destacar.
Com o advento das novas tecnologias, com material informático de primeira, com ligações super rápidas de internet, com máquinas fotográficas que disparam à velocidade de uma rajada de metralhadora, proliferam sites e blogues, na sua maioria dedicados á fotografia, porque isto de escrever e manifestar opinião tem muito que se lhe diga..
Alguns sites mostraram a sua qualidade quer a nível jornalístico quer de fotografia e, em ambos os casos, dos poucos que escrevem e sabem do que escrevem e dos que fazem fotografia com arte e sentido de oportunidade para o momento, há coisas muito boas para recordar e manter esse elevado espírito jornalístico. Não vou evidenciar nomes mas cada um sabe o lugar que ocupa!...
O que não é admissível é que existam agentes da festa que não entendam este papel, que procurem pela força impedir que existam opiniões diversas das deles, que se sintam atingidos pelas palavras quando o que se analisa é uma actuação e não a pessoa em si; ou as agressões verbais quando não se concorda com uma decisão de um ou de vários elementos de um júri. Esquecem também o velho ditado de que “cada cabeça sua sentença”.
Também as rádios se viraram para o digital e algumas mantém rúbricas de tauromaquia, a custo zero, pela carolice dos seus directores e de que faz esses apontamentos que chegam a uns largos milhares de ouvintes e em qualquer parte do Mundo. É um gozo especial ter começado numa rádio que, na altura e como todas as outras eram piratas porque sem licenciamento específico, e agora chegar a todo o Mundo através do digital da Valor Local (www.valorlocal.com).
Apesar de algumas mentalidades que parecem ter parado no tempo, este é mesmo o tempo de digital.
Imaginem se todos nós os que escrevemos sobre a tauromaquia e a fotografamos em todas as suas vertentes, decidíssemos, durante um mês que fosse, Julho/Agosto ou Setembro, não colocar uma imagem, uma notícia que fosse sobre as corridas…
Também nós, em diversas vertentes e interesses, somos/fomos vencedores destes dois últimos anos.
Texto: António Lúcio