AS FOTOS DA CORRIDA DOS 4 MATADORES EM VILA FRANCA
ANTÓNIO JOÃO FERREIRA
NUNO CASQUINHA
JOAQUIM RIBEIRO "CUQUI"
JOÃO DIOGO FERA
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
ANTÓNIO JOÃO FERREIRA
NUNO CASQUINHA
JOAQUIM RIBEIRO "CUQUI"
JOÃO DIOGO FERA
LUÍS ROUXINOL
PABLO HERMOSO DE MENDOZA
MOURA CAETANO
FORCADOS AMADORES DE ARRONCHES
FORCADOS AMADORES DE MONFORTE
FORCADOS ACADÉMICOS DE COIMBRA
0000000000000000000000000000000000000000000000
00000000000000000000000000000000000000000000000
0000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Praça de Toiros Palha Blanco – Vila Franca de Xira – 03/10/21 – Corrida de Toiros
Director: Ricardo Dias – Veterinário: Jorge Moreira da Silva
Matador de Toiros: Juanito
Ganadarias: Falé Filipe, Palha, Varela Crujo, Murteira Grave (volta á arena), Calejo Pires, Ribeiro Telles
JUANITO PASSA “EXAME” DA ENCERRONA COM DISTINÇÃO E SAI EM OMBOS EM VILA FRANCA
Quando um toureiro se encerra com seis toiros, perante o exame de uma plateia, a única garantia que tem é a sua mente, da sua capacidade de enfrentar todos os desafios que isso implica, da sua disponibilidade mental para interpretar o seu conceito de toureio, conhecendo as ganadarias eleitas para esse gesto… Tem de ser um desafio tremendo para si próprio e sair em ombros, essa ambição, quando concretizada como aconteceu esta tarde em Vila Franca com João silva “Juanito” deve tê-lo transportado aos céus e a desfrutar como teria sonhado.
Lidou toiros de Falé Filpe, com boas condições de lide, nobre e suave, condições que também teve o de Palha lidado em segundo lugar. Em terceiro um Varela Crujo de muita cara mas que manseou; o 4º foi bravo e teve classe, repetindo investidas com fijeza e mereceu a volta à arena). Em quinto um bonito toiro de Calejo Pires que teve qualidade mas pouca força, e encerrou a tarde um encastado e complicado toiro de Ribeiro Telles.
E mereceu porque não virou a cara à luta em nenhum momento e mostrou argumentos para conquistar o público, que lhe tributou ovações de pé e exigiu reais voltas á arena após as lides de 2º 3 4º, este na companhia do ganadeiro Joaquim Grave. O toureio a pé saiu dignificado, em alta e com a colaboração da cabana brava portuguesa.
Esteve bem com o capote em toda a tarde: verónicas, chicuelinas, largas, largas cambiadas de joelhos, uma delas á porta gaiola no último toiro, Tudo com cadência, sem atropelos, a tourear.
E com a muleta, seis faenas muito bem construídas, com o toureio fundamental pelo lado direito ou ao natural a ser muito bem desenhado, mandando e templando as investidas, muitas vezes correndo bem a mão para aumentar a amplitude do muletazo, rematando com bons passes de peito. Alguns dos naturais foram de grande expressividade, levando as investidas ao limite e bem por baixo, obrigando e muito os toiros.
Alguns momentos de grande plástica aconteceram no bravo quarto toiro da tarde, de Murteira Grave, com o matador a conseguir ligar os muletazos uns após os outros dada a forma como o toiro repetia essas investidas de classe. E o toureiro pode com ele, exprimindo muito provavelmente o que lhe ia na alma e que se viu na aclamada volta à arena como já havia sucedido no segundo, de Palha.
Se dúvidas houvesse, a forma como recebeu o último da tarde à porta-gaiola dissipavam-nas. Foi, toda a tarde, a demonstração clara da sua determinação e mostrou que pode chegar longe assim os toiros o poupem e os esquemas não o parem.
Enhorabuena Juanito. Suerte Torerazo!
Texto e foto: António Lúcio
Praça de Toiros Palha Blanco – Vila Franca de Xira – 02/10/21 – Corrida de Toiros
Director: João Cantinho – Veterinário: Tenório Guerra
Matadores: António João Ferreira, Nuno Casquinha, “Cuqui”, João Diogo Fera
Ganadaria: Oliveiras Irmãos
GRANDE TRIUNFO DE “CUQUI” NA CORRIDA DE MATADORES EM VILA FRANCA
Ousar montar e levar por diante uma corrida só com matadores e 8 toiros é obra e merece o nosso aplauso para a empresa Tauroleve que a levou por diante. Não correspondeu na totalidade o grande público e a lotação ficou-se por cerca de 1/3 do total. Pena porque podiam ter assistido, como nós, a duas grandes faenas de “Cuqui”, num momento extraordinário e a provar que os toureiros de arte também podem com toiros menos aptos a esse toureio de duende e a uma outra boa faena a cargo de António João Ferreira (no 5º da noite), enquanto Nuno Casquinha não teve hipóteses com o seu lote e Diogo Fera deixou uma pálida imagem.
Comecemos então pelo triunfador da noite o matador Joaquim Ribeiro “Cuqui”. Decisão e entrega, arte e valor, temple a rodos, assim podemos resumir as duas grandes actuações do matador moitense, desde que recebeu o seu primeiro com uma larga cambiada de joelhos e depois no toureio fundamental à verónica, que fez soar os primeiros olés, verónicas que repetiu mas de joelho flectido a receber o seu segundo. Com a muleta, a sua classe impôs-se, embebendo as investidas com a pança da muleta, bem desenhados os passes por ambos os pitóns, destacando nas séries ao natural que voltaram a fazer soar os olés na Palha Blanco. No seu segundo repetiu a dose com a muleta, em faena muito bem construída e com enorme mérito nos naturais, sacando ao máximo as investidas ao toiro que acabou por se entregar ao poderio da muleta de “Cuqui” que deu aplaudida volta ao redondel.
Abriu praça António João Ferreira frente a um toiro de aparatosa cornamenta e com o qual esteve bem de capote por verónicas e chicuelinas e com uma faena de muleta de razoável corte onde houve alguns bons passes por ambos os pitóns. Inspirou-se frente ao quinto com verónicas e larga de remate e uma faena de muleta com intensidade, em especial uma série pelo lado direito rematada com um largo passe em redondo e uns quantos naturais de muito boa nota. Faena bem construída, sacando o máximo que pode a um toiro que cumpriu, António João Ferreira também foi premiado com volta à arena.
Nuno Casquinha não teve sorte no sorteio pois os seus toiros mansos e difíceis não lhe deram grandes opções. Lanceou a fixar o toiro com uma boa meia verónica de remate e deixou dois pares de bandarilhas sem grande destaque. O toiro não quis e o toureiro viu-se obrigado a abreviar com a muleta onde deixou alguns passes soltos. O seu segundo, sem classe e manso sem dar hipóteses permitiu-lhe algumas verónicas mas nada com a muleta. Ficaram as intenções do toureiro…
Em quarto lugar apresentou-se em Vila Franca como matador de toiros João Diogo Fera. E esta apresentação ficou-se pelas intenções pois se os toiros foram mansotes (o sobrero que saiu por invalidez do titular em 8º lugar era de aparatosa cornamenta), a verdade é que Fera não mostrou grandes argumentos nem se impôs, como devia e era esperado, perante as dificuldades patenteadas pelos toiros. Algum que outro passe solto, a colocar-se na cara dos toiros e a mandar, souberam a pouco e Vila Franca e o seu público mostraram a sua exigência. Não foi a sua noite, outras melhores seguramente virão.
O curro de Oliveiras Irmãos foi díspar de tipo e quanto a comportamento, sobre o manso, pior o lote de Casquinha, teve nos segundos de Ferreira e de Cuqui os que melhor corresponderam. Injustificada e claramente sem critério a chamada do ganadeiro após a lide do 6º. Os tais critérios de bravura!...
Dirigiu o espectáculo João Cantinho, mal ao colocar o lenço azul já no final da volta de Cuqui (merecidíssima) no 6º da ordem e na concessão e música a João Diogo Fera na lide do sobrero. Uma vez mais a exigência do público travou estas duas situações. Foi assessorado pelo veterinário Tenório Guerra.
Texto: António Lúcio
Fotos: em breve
Praça de Toiros do Campo Pequeno – 01/10/21 – Corrida de Toiros
Director: Fábio Costa – Veterinário: Jorge Moreira da Silva
Cavaleiros: Luís Rouxinol, Pablo Hermoso de Mendoza, João Moura Caetano
Forcados Amadores de Arronches, Monforte e Académicos de Coimbra
Ganadaria: Charrua
ACADÉMICOS DE COIMBRA DEBUTAM EM GRANDE NO CAMPO PEQUENO
TEMPORADA LISBOETA TERMINA EM ALTA
A derradeira corrida do abono lisboeta 2021 terminou em grande ambiente, de euforia poderia dizer-se, com a última pega da corrida, uma pega de enorme mérito e valor a cargo de João Tavares dos Académicos de Coimbra (que debutaram em Lisboa), carregando forte , recuando bem e fechando-se como uma lapa na cara do toiro que deu alguns derrotes e o grupo soube ajudar em bloco, levantando o público das bancadas e vindo com total mérito a vencer o troféu em disputa para a melhor pega.
Mas já antes disso, o público que quase esgotou a lotação disponível, havia vibrado com a arte e maestria de Pablo, com a raça de Rouxinol e o duende de Caetano, cada um com uma lide muito acima da média e para as quais contribuíram os bem apresentados toiros de Charrua, uns com mais mobilidade que outros, colaboradores que foram com os seus lidadores e com o ganadeiro a ser chamado 2 vezes à arena.
Luís Rouxinol esteve igual a si mesmo. Um toureiro de raça que procura sempre o triunfo. A sua primeira lide foi de muito valor, com boa brega, deixando o toiro bem colocado, cravando bem a ferragem e recreando-se nos remates. No seu segundo, um sobrero porque o seu 1º toiro saiu com problemas e foi devolvido, assinou um bom triunfo nos curtos com o Douro, um cavalo que permite uma proximidade muito grande ao toiro e tem uma grande expressividade nos remates. Actuação de grande nível rematada com um bom par de bandarilhas com o toiro nos tércios e um de palmo. Foi premiado com volta, real, á arena.
Pablo Hermoso de Mendoza viu o seu primeiro ser devolvido aos currais por manifesta falta de força na minha modesta opinião e lidou o que seria o seu segundo de forma magistral, com enorme temple, souplesse, um mérito enorme para a forma comos e colca na cara dos toiros, onde tudo é serenidade e sem gestos bruscos. Uma maravilha para os olhos, um regalo para quem ama a arte. Foi um toiro nobre e suave que serviu na perfeição a esta interpretação do toureio. Se os ladeios e remates foram de enorme valor, a ferragem curta não o foi menos. Sublime digo eu. Deu volta à arena com o público de pé. No seu segundo, outro sobrero, voltou a mostrar toda a real dimensão do seu toureio, a capacidade das montadas, um conceito de lide total. A ferragem foi deixada sem mácula e na brega e nos remates viram-se todos os recursos de que o navarro dispõe.
João Moura Caetano esteve francamente bem no seu primeiro, com bons momentos de brega, deixando o toiro viajar de largo nos compridos, deixados com cambiadas e uma série de curtos de muito boa nota com destaque para o terceiro. Encerrou corrida com uma lide onde o duende e magia foram nota dominante. Bem estruturada a lide, com momentos em que esteve sensacional na brega e na cravagem da ferragem curta, gostando-se e agradando ao público que não regateou as ovações. Terminou em grande plano.
Valentes pegas de caras a cargo do debutante Grupo de Forcados Amadores Académicos de Coimbra. Uma prestação de grande nível tanto dos forcados de cara como das ajudas com o público de pé na segunda e última pega deste grupo e que venceu o prémio em disputa para a melhor pega, a cargo de João Tavares, com o público de pé a aplaudir, e a pega ao terceiro toiro coube ao forcado Francisco Gonçalves, muito bem ao primeiro intento e com alguns derrotes na viagem. Pelos Amadores de Arronches foram forcados de cara Luís Marques, bem à 1ª e Rodrigo Abreu apenas à 5ª e a sesgo conseguiu consumar. Finalmente, pelos Amadores de Monforte João Falcão à 3ª e Vítor Carreiras numa dura cara à 2ª foram os escolhidos para as duas pegas que cabiam ao Grupo.
Dirigiu o espectáculo Fábio Costa assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva perante casa praticamente cheia dentro do limite imposto pela DGS.
E assim nos despedimos do Campo Pequeno até ao próximo ano.
Texto: António Lúcio
Fotos: em breve
Praça de Toiros Palha Blanco – Vila Franca de Xira -30/0921 – Corrida de Toiros
Director: Ricardo Dias – Veterinário: Jorge Moreira da Silva
Cavaleiros: Rui Salvador, Luís Rouxinol, Filipe Gonçalves, Francisco Palha, Salgueiro da Costa, Tristão R. T. Queiróz (prov de praticante)
Forcados Amadores de Vila Franca e Aposento da Moita
Ganadaria: Palha
VILA FRANCA FOI DIFERENTE NA NOITE DOS 120 ANOS DA PALHA BLANCO
GRANDE EXIBIÇÃO DE SALGUEIRO DA COSTA FRENTE AO 5º DA NOITE
A corrida comemorativa dos 120 anos da Palha Blanco voltou a mostrar a toda a sociedade alguns dos valores que fazem da Festa Brava algo de diferente. E começou da melhor forma com todo o simbolismo e carga de emoções quando as luzes se apagaram e apenas as velas acesas conferiram um simbolismo religioso forte e os campinos se perfilaram ao largo de toda a circunferência do redondel em adoração a Nossa Senhora de Alcamé, transportada aos ombros de 4 campinos e coma fadista Teresa Tapadas a cantar e encantar um fado de adoração á Santa. Momentos que nos transportaram para outra dimensão.
O público foi exigente mas também premiou o que de bom aconteceu na arena frente a um sério e bem apresentado curro de Palha que na generalidade saíram mansos – excepção feita ao colaborador primeiro – complicados, ora a adiantarem-se às montadas ora a taparem-se nos ferros, vindo a suceder uma colhida de Francisco Palha que o vai afastar para já dos próximos compromissos. Como se diz na gíria, os toiros «deram água pela barba».
Grande triunfador da noite, dando a volta e com classe e raça ao seu toiro foi Salgueiro da Costa. Mexeu bem no toiro, tirou-o das crenças e a sua lide foi em crescendo, com boa de mérito e a cravagem de ferros curtos de muito boa nota nomeadamente os três últimos em eu pisou terrenos de muito compromisso que o público soube premiar e exigira volta, real, á arena como prémio dessa grande exibição.
Rui Salvador abriu praça frente a um toiro colaborador e desenvolveu uma boa lide quer em compridos quer em curtos e aqui com uma montada que dá uma expressividade extraordinária no momento do ferro.
Luís Rouxinol teve de lidar um manso e complicado toiro que se adiantava umas vezes e esperava muito. Lide de mérito com um bom 4º curto.
Filipe Gonçalves também não teve sorte e desenvolveu boa brega para deixar a ferragem da ordem sem se poder luzir porque o toiro não o permitiu.
De igual forma Francisco Palha frente a um toiro perigoso e que estava sempre na defensiva á procura de colher, o que veio a suceder. Palha voltou para encerrar a sua actuação com a raça habitual.
Encerrou a corrida o jovem Tristão Teles de Queiróz frente a um novilho que cedo buscou a defesa de tábuas. Foi uma prova bem resolvida, de forma meritória e com alguns ferros de boa nota.
Noite de grandes pegas de caras, duras, difíceis, com os toiros por vezes a baterem forte. Pelos Amadores de Vila Franca estiveram na linha da frente o cabo Vasco Pereira com uma enorme pega de caras à 2ª tentativa suportando fortes derrotes e com uma grande 1ª ajuda; Guilherme Dotti à 1ª noutra dura cara e João Matos numa muito dura cara, com derrotes fortes e ao 1º intento. Pelo Aposento da Moita também o cabo Leonardo Mathias foi á cara do 2º da noite com uma rija consumação ao 1º intento, seguindo-se Martim Cosme Lopes, dura e ao 2º intento encerrando praça Tiago Valério à 3ª tentativa.
Dirigiu bem Ricardo Costa assessorado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva perante excelente entrada de público a rondar casa cheia (nos limites permitidos).
Texto: António Lúcio
Fotos em breve