O simpático convite de Rui Salvador para receber na sua casa, a Quinta do Falcão, em Tomar, o Grupo de Aficionados Tauromáquicos do Norte (GATN), um convite já umas tantas vezes também ele vitima das intermitências dos estados de confinamento do Covid, teve no animador do Grupo de Aficionados do Norte, Joaquim Mesquita o coordenador à altura.
Assim, na manhã de sábado, ontem, dia 22 de Maio, em autocarro, uns tantos, e outros em carro próprio, lá rumaram do Porto, local de concentração, até à Princesa do Nabão. Grupo heterogéneo, composto por aficionados do Norte, Porto, Póvoa de Varzim, Famalicão, Baião e outras redondezas, em viagem curta, que as auto-estradas assim o vieram permitir, consumiram o espaço de tempo da viagem em autocarro para, em alegre e animado convívio, trocar ‘novidades’, estabelecer e refazer encontros interrompidos pelo Covid. Criado assim o ‘estômago’ para o resto do dia que já então se adivinhava, ou não fossem os Aficionados da Festa dos Toiros gentes amantes da alegria da vida, não foi surpresa a gentileza e afabilidade com que Rui Salvador e Isabel, a irmã, os recebeu.
Trocados os abraços e cumprimentos, distantes, como recomenda a circunstância e as normas prudenciais em uso, feitas as honras da casa, Rui Salvador, cavalheiro e cavaleiro abriu praça ao convite. E, se era para um dia de vivência em Festa de toiros, as expectativa que se cruzavam nas trocas opiniões sobre a temporada que não houve em 2020, e de como poderia ser a de 2021, logo aí passaram a plano secundário. A que a ‘fome’ de toiros e cavalos, ali, em ‘su sitio’, agora, prometia um excelente o dia, que a recepção como mote fazia adivinhar.
E se recebidos na maravilhosa propriedade dos anfitriões, Rui Salvador e sua irmã Isabel, em ambiente de festa genuína e alegria, logo ali também foi confirmada a presença, com a sua natural graciosidade, a madrinha do Grupo, a cavaleira nortenha, Soraia Costa, que deixou um casamento para ali poder estar com os ‘afilhados’.
Franqueadas as portas todos seguem o anfitrião, que com gentileza e simpatia, conduz a visita às instalações e recantos da Quinta, onde entre tantos motivos tauromáquicos, também existe espaço para uma colecção de galinhas de diversos matizes e países, charretes várias, alfaias agrícolas de imemoriais tempos, gloriosos carros antigos e... os graciosos mais de trinta cavalos que por ali, em espaçosas boxes vivem. Cavalos, esse animal fascinante, alguns, companheiros de muitas tardes de glórias do hospedeiro, verdadeira alma dos ‘ferros impossíveis’ que caracterizam e marcam a carreira do artista na arte de lidar toiros, Rui Salvador.
A capela, o picadeiro, a sala de trajes e arreios, tudo bem explicado, completaram a primeira parte do programa, a que se seguiu o almoço. Servido ao ar livre, com o ‘tendadero’ por fundo, o repasto teve como generosa sobremesa a surpreendente declamação de um ribatejano de ‘coração’, o Raul Caldeira, que brindou a concorrência com emotiva ode ao Tejo, Ribatejo, e suas gentes. Seguiu-se-lhe um também muito apreciado e aplaudido bailado flamengo por um trio de ‘sevilhanas’, actuação que culminou em comunhão de palco com muitos dos convidados.
Se a visita guiada, o almoço, os encontros e reencontros já tinham criado ambiente, a demonstração, actuação, da “arte de bem cavalgar em toda a sela”, com direito a explicação através de instalação sonora do anfitrião, Rui Salvador, que convidou a madrinha do grupo, Soraia Costa e um mestre de equitação em serviço na casa, foi o top do concebível. Os três novilhos que depois foram lidados por Rui Salvador e Soraia Costa, e pegados, entre outros por um jovem padre incluído no grupo de aficionados ‘Garraiadas do Norte’, a maioria da área de Famalicão, serviram também para experiências no trasteio de capote, em temerárias lides, ao voluntarioso diestro Joaquim Mesquita.
Como diria um dos neófitos nestas lides campesinas, ‘ quando é a próxima?’, estou lá. Obrigado Rui Salvador. É um privilégio fazer parte deste grupo de amigos, aficionados.
Texto: José Andrade