34ª TEMPORADA DO BARREIRA DE SOMBRA: SERÁ QUE VAMOS TER TOIROS???
A questão continua a colocar-se e, com o actual estado de vacinação e de infectados, não me parece que haja uma resposta minimamente credível e aceitável sobre se e quando poderemos ir a espectáculos tauromáquicos neste ano de 2021. A situação epidemiológica é crítica, extraordinariamente grave, e a menos que regrida drasticamente o número de infectados e a vacinação seja feita em massa em vez de a conta gotas e a servir alguns chico-espertos e oportunistas, não vejo como termos espectáculos taurinos em meados deste ano.
Todos sabemos que em 2020 não se registou um único caso nos cerca de 45 espectáculos que se realizaram e que quase tudo correu de forma quase perfeita nas organizações e na forma como a generalidade dos espectadores se comportou. Demos mais um exemplo de civismo e de respeito pelas regras apertadas que nos forma impostas. Só por isso deveríamos ter uma especial atenção por parte dos decisores políticos e da DGS.
Mas a verdade, caros amigos, é que a actual situação implica um aperto enorme nas regras de confinamento, no distanciamento social e, com outras condicionantes à mistura em virtude dos sucessivos estados de emergência, as deslocações dos aficionados estão também deveras limitadas, assim como as suas disponibilidades financeiras. Tudo isso vai contra a festa brava…
Analisando os números que nos são dados diariamente pela DGS, existem demasiados casos de infecção pelo Coronavirus na esmagadora maioria das localidades/concelhos onde tradicionalmente se dão toiros pelas festividades locais. E preocupa-me que, mais um ano, algumas praças continuem sem poder dar toiros. Uma delas é a da minha terra, Sobral de Monte Agraço e que neste ano de 2021 irá cumprir o 1º Centenário da sua inauguração. É uma praça de escassa lotação (cerca de 2500 lugares) e com acessos às bancadas bastante antigos e estreitos…
Algumas empresas procuram antecipar e garantir já algumas datas para esta temporada que, no meu entender, não deverá ser muito diferente da anterior e que poderá até ser pior se não houver essa tal diminuição drástica de infectados e uma vacinação massiva. Mas ao ritmo que levamos e com as entregas das vacinas pelas empresas farmacêuticas a serem muito inferiores ao contratado, Portugal poderá demorar até ao final do ano para ter 5 a 6 milhões de pessoas vacinadas…
Vamos ter alguma esperança que a situação possa melhorar e que a Festa Brava e nós, aficionados, possamos respirar em conjunto novos ares.
Foto: Xirafoto