A presença das ganadarias emblemáticas e que transmitam emoção será uma vez mais o mote para a temporada 2021 na prestigiada arena da praça de toiros Palha Blanco em Vila Franca de Xira.
Desse modo, e após a sua ausência na lide de um curro completo à inúmeros anos – lidou toiros isolados em Concursos de Ganadarias -, a divisa amarela do Dr- António Silva estará presente numa das corridas que farão parte da temporada vilafranquense.
Trata-se de uma desejo antigo da Tauroleve e também da afición da exigente que assim contará com a seriedade e emoção dos toiros da ganadaria Dr. António Silva.
Muito se diz, ainda que nem sempre de forma pública, e menos ainda se escreve assumindo posições claras quanto à matéria, por si controversa, mas a verdade é que os problemas surgem sempre que a IGAC entende mandar algum inspector às praças de toiros e este decide começar a perguntar pelas carteiras de jornalista (ou de colaborador) a quem tenha senha de Comunicação Social como se isso fosse obrigatório para escrever ou fotografar…
Confunde-se muita coisa.
Comecemos pelo princípio, o que é ser Jornalista. Vamos então ao Estatuto do Jornalista e à Lei que o rege: “Lei n.º 1/99 - Diário da República n.º 10/1999, Série I-A de 1999-01-13.
Aprova o Estatuto do Jornalista
Artigo 1.º - Definição de jornalista
1 - São considerados jornalistas aqueles que, como ocupação principal, permanente e remunerada, exercem com capacidade editorial funções de pesquisa, recolha, selecção e tratamento de factos, notícias ou opiniões, através de texto, imagem ou som, destinados a divulgação, com fins informativos, pela imprensa, por agência noticiosa, pela rádio, pela televisão ou por qualquer outro meio electrónico de difusão. 2 - Não constitui actividade jornalística o exercício de funções referidas no número anterior quando desempenhadas ao serviço de publicações que visem predominantemente promover actividades, produtos, serviços ou entidades de natureza comercial ou industrial. 3 - São ainda considerados jornalistas os cidadãos que, independentemente do exercício efectivo da profissão, tenham desempenhado a actividade jornalística em regime de ocupação principal, permanente e remunerada durante 10 anos seguidos ou 15 interpolados, desde que solicitem e mantenham actualizado o respectivo título profissional.”
(Nota: negritos da minha responsabilidade)
E depois esta condição, a de jornalista (que dela deve fazer a sua ocupação profissional, permanente e remunerada, com todas as suas consequências em direitos e obrigações) tem na Comissão da Carteira Profissional de Jornalista a entidade que dá cumprimento (ou devia) à Lei no que se refere à acreditação dos ditos jornalistas e outras categorias como as de colaborador e correspondente, com as respectivas exigências e que se encontram reguladas pelo Decreto-Lei n.º 70/2008 - Diário da República n.º 74/2008, Série I de 2008-04-15, o qual Aprova a organização e o funcionamento da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista e regulamenta o sistema de acreditação e o regime de deveres e incompatibilidades profissionais dos jornalistas.
No artigo 7º, estão plasmadas as exigências para a emissão da carteira profissional de Jornalista:
“Artigo 7º - Emissão da carteira profissional
1 - A emissão da carteira profissional é requerida, salvo facto não imputável ao jornalista, no prazo de 30 dias contados da entrega de declaração comprovativa da conclusão do estágio, devendo o pedido ser acompanhado dos seguintes documentos: a) Declaração comprovativa da conclusão do estágio com aproveitamento, com indicação do nome e do número da carteira profissional do jornalista que o orientou, emitida pela entidade empregadora; b) Documento comprovativo do exercício da profissão em regime de ocupação principal, permanente e remunerada, com indicação da categoria e das funções que desempenha, emitido pela entidade empregadora; c) Declaração, sob compromisso de honra, de que não se encontra abrangido por nenhuma das incompatibilidades previstas no Estatuto do Jornalista e de que se obriga a observar os deveres inerentes à profissão. 2 - Em caso de recusa, pelas entidades referidas na alínea b) do número anterior, de emissão do respectivo documento comprovativo, a CCPJ solicita a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho. 3 - Tratando-se de jornalistas que optem pelo exercício da profissão em regime de trabalho independente, o documento referido na alínea b) do n.º 1 é substituído por comprovativo de entrega da declaração de início de actividade na competente repartição de finanças.”
(Nota: negritos da minha responsabilidade)
No restante articulado estão também as condições para os restantes tipos – colaboradores, correspondentes.
Não é preciso tirar nenhum curso para entender o alcance das normas acima transcritas.
Sobre a questão IGAC e Regulamento do Espectáculo Tauromáquico, em local algum se refere o nome jornalista mas antes o de representantes da comunicação social. Quem faz as acreditações, ou seja, quem aceita os pedidos dos órgãos de comunicação social para que um seu representante faça a crónica, as entrevistas, as fotografias da corrida, é a entidade promotora do espectáculo. Depois, quando o director de corrida nomeado pela IGAC chegar e entregar 10 ou 20 ou mais senhas de trincheira para a comunicação social, tem de o fazer tendo em conta o disposto na alínea f) do artigo 28 do Decreto-Lei n.º 89/2014 de 11 de junho:
“Artigo 28.º Permanência entre barreiras
1 — Sem prejuízo dos elementos das autoridades policiais e dos bombeiros de serviço, apenas podem permanecer entre barreiras, e desde que em funções, os seguintes elementos:
(…)
f) Os representantes da comunicação social, em número adaptado às circunstâncias, determinado pelo diretor de corrida em função das condições de segurança do recinto;
(…)
2 — Todas as pessoas presentes entre barreiras devem manter -se nos esconderijos, salvo o disposto no número seguinte.
(…)
4 — Com exceção das autoridades policiais, dos bombeiros de serviço e das entidades referidas na alínea a) do n.º 1, as entidades que permaneçam entre barreiras são obrigatoriamente identificadas, em termos a definir pela IGAC. “
A IGAC apenas define a identificação, não o estatuto. Ou seja, a IGAC atribui uma senha com um número, que o director de corrida entrega á entidade promotora e esta ao representante do órgão de comunicação A ou B ou C. Mais nada.
O Regulamento do Espectáculo Tauromáquico permite-lhe verificar se tem ou não senha que lhe permita estar na trincheira e, caso não a tenha, elaborar o respectivo auto de ocorrência, solicitando que saia da trincheira.
Volto um pouco atrás. As entidades promotoras decidem a quem dão acesso aos seus espectáculos sendo certo que os jornalistas devem ser tratados ao abrigo do respectivo estatuto. Mas os que têm carteiras profissionais de jronalista não podem tentar por qualquer meio cercear o acesso dos outros para escrever e fotografar espectáculos tauromáquicos que não tenham carteiras profissionais porque uns não as podem ter por não reunirem os requisitos e outros por força da sua actividade profissional principal o não permitir (lei das incompatibilidades), como é o meu caso pessoal e faço rádio e escrevo e fotografo sobre toiros há 33 anos e só há dois ou 3 existe esta questão sem nexo da carteira de jornalista.
Bem mais importante é o mal que se escreve em português e em conhecimentos básicos de tauromaquia, e algumas fotos que aparecem (até em jornais nacionais) que em nada beneficiam a festa brava. A incultura e iliteracia taurina são o cancro que mais mata!!!
Desde Samora Correia e em muitas noites de rádio, no meu Barreira de Sombra na Rádio Oásis de Sobral de Monte Agraço, foi uma presença constante com a sua poesia, de elevado sentimento e muito valor. Piedade Salvador foi homenageada num dos jantares de sexta-feira na Tertúlia Tauromáquica Sobralense e participou na I Semana da Cultura Tauromáquica de Sobral de Monte Agraço organizada por essa instituição.
Aqui recordamos a sua passagem pela TTS e pela exposição onde participou com as suas poesias, numa foto de Ana Serra/Xirafoto, também ela uma das participantes nesta I Semana da Cultura Tauromáquica de Sobral de Monte Agraço.
No final de Outubro de 2007, nas Tasquinhas e antecedendo mais um aniversário da Tertúlia Tauromáquica Sobralense, o décimo, houve lugar para uma pequena homenagem a artesãos sobralenses com ligação à Festa Brava ou aos trajes tradicionais.
Assim foram destacados os trabalhos de alfaiataria de Guilhermino Reto, de bandarilhas e embolamento de toiros de Luís Filipe Diniz, de cutelaria de Mendes Messias e de sapataria de Lucídio Ramos.
Recordamos esses momentos e personalidades com fotos de Paulo Daniel Rogério.
Finda a temporada 2020, a Tauroleve meteu de imediato mãos à obra para preparar o ano de 2021 para o qual prepara afincadamente uma temporada especial em todas as arenas que assume a gestão.
Depois de anunciadas algumas novidades, a Tauroleve anuncia agora as datas para o qual se anunciam os espetáculos nas praças de toiros de Vila Franca de Xira, Moita do Ribatejo, Chamusca e Figueira da Foz.
Marque na sua Agenda:
Vila Franca de Xira:
o Dias 1 e 2 de Maio – Feira do Toiro
o Dia 4 de Julho – Colete Encarnado
o Dias 3, 4 e 5 de Outubro – Feira Taurina
Moita do Ribatejo:
o Dia 23 de Maio – Feira de Maio
o Dias 14, 15 e 16 de Setembro – Feira Taurina
Chamusca:
o Dias 8 e 13 de Maio – Feira da Ascensão
o Dia 25 de Setembro – Corrida de Encerramento da Temporada
Figueira da Foz:
o Dias 25 de Julho, 8 e 28 de Agosto – Temporada de Verão
NOTA: A realização dos espetáculos anunciados estará dependente da normativa da DGS
Quando ainda tudo parece uma grande incógnita quanto ao fim da pandemia ou, sequer, ao seu controlo em termos de número diário de infectados, perspectivar o futuro é quase trabalho de adivinho porque é um exercício especulativo e que depende do que cada um de nós pode ou não pensar sobre qual a evolução provável para 2021 em todos os aspectos. Parece claro que vem aí uma vacina mas ninguém parece saber qual o grau de eficácia e de imunidade que vai produzir consoante os grupos etários e de risco a quem for aplicada…
Especulemos então, pois também temos esse direito…
Primeiro grande cenário: não se consegue fazer com que a Covid baixe para números meramente residuais. Por quanto tempo iremos ter declarações de «estado de emergência» e quais as suas consequências directas em toda a actividade económica, tauromaquia incluída? Aguentamos mais seis ou 9 meses nesta situação? Não, não aguentamos.
Se se mantiverem elevados os níveis de infectados, os espectáculos tauromáquicos serão ou não afectados com as restrições impostas? Eu afirmo convictamente que sim. Se não de forma directa (imposição de números muito limitados de espectadores), de uma forma indirecta pela falta de rendimentos da esmagadora maioria do público que vai aos toiros. Ou há uma abertura da DGS (em virtude dos resultados de 2020) para que praças mais pequenas possam funcionar com 50% da sua lotação e outras de maior capacidade e condições possam chegar aos 75% da sua lotação normal ou não haverá forma de os espectáculos gerarem receita suficiente para cobrir as despesas. Outra forma adicional seria a IGAC diminuir em 50 e 75% os custos das licenças consoante o tipo de espectáculos e de praças.
As entidades proprietárias das praças terão de deixar de cobrar os arrendamentos ou diminuí-los consideravelmente para que as empresas disponham de um pouco mais de liquidez para continuar a realizar espectáculos. Mas como a maioria das entidades proprietárias são Misericórdias – IPSS, logo com um importante papel no apoio social ás suas populações, não quererão ver os seus rendimentos diminuírem também por esta via.
Artistas e ganadeiros não poderão continuar a cobrar mínimos de existência/sobrevivência sob pena de muitas ganadarias acabarem e os artistas terem de mudar de actividade com todas as repercussões que isso teria me termos económicos e sociais. Uma solução é os valores a cobrar sejam uma percentagem do total de entradas… Consoante as entradas, assim serão os cachets de todos os intervenientes.
Segundo grande cenário: a Covid passa a números residuais e grande parte da população está vacinada até junho de 2021. Especulação bastante optimista e, apesar de termos de nos manter atentos e respeitadores das normas de higiene, distanciamento social, etc, poderá servir para que a actividade económica no geral e a tauromaquia em particular seja retomada progressivamente até ao início do 2º semestre de 2021, aumentando o número autorizado de espectadores nas praças, com as restantes actividades económicas a funcionar a um nível mais elevado, menos desemprego e os empresários a poderem levar por diante um interessante nível de espectáculos.
Mas não se pense que Portugal suportará nos tempos mais próximos (4 a 5 anos) um número de corridas superior ás 100/120 por ano. Não só a conjuntura económica não o permitirá como será difícil convencer o grande público a voltar em força aos toiros por muito que se diga que é seguro, mas também porque para isso terão de se montar espectáculos que sejam verdadeiros acontecimentos, com competição a todos os níveis, mas também porque o dinheiro não abundará nos bolsos e carteiras dos portugueses que gostam de toiros. Precisamos de figuras mas não cuidamos dos jovens e de promover espectáculos como as garraiadas e novilhadas…
Sou um optimista por natureza. Acredito que com muito trabalho e perseverança, se se acreditar naquilo que se faz, podemos vencer. E vencer em todos os campos, contra todo e qualquer inimigo da festa brava. Festa que precisa de sair do seu casulo, que precisa de um conjunto de tribunos/senadores que pelo seu prestígio façam ouvir a voz e sejam a voz da festa brava e dos aficionados em todos os locais públicos e que deixemos de vez a reacção para passarmos á acção, à programação em vez do remendo atabalhoado.
Juntos, todos, não seremos demais para o esforço que será pedido a todos para o êxito da festa brava que merece estar num patamar bem mais elevados do que aquele que tem hoje.
Há mais de uma década e meia que, para o jornal Nova Verdade, de Alenquer, me desloquei até ás Faias (Pegões), local onde reside o cavaleiro Luís Rouxinol para uma entrevista sobre a sua temporada. Nessa tarde bem passada, de amena conversa, uma presença constante, como em grande parte da vida cdeste cavaleiro (enquanto amigo e apoderado) foi a do antigo bandarilheiro Mário Freire.
Homem de fino trato, sempre com um sorriso nos lábios e um sentido de humor muito próprio, esteve sempre presente e de forma discreta, como aliás sempre o fez. Foi o meu primeiro contacto para a realização desta entrevista que contou com a presença do José Orlando Mota, na altura cunhado de Rouxinol e que sempre o acompanhava e que agora se dedica em exclusivo ao mundo da música.
Máriuo Freire foi um dos grandes senhores da nossa Festa Brava e é uma figura que importa recordar.
Na foto, da autoria de Graça Silva, da esquerda para a direita António Lúcio, Luís Rouxinol, Mário Freire (qepd) e José Mota.
Neste espaço recordamos hoje uma grata figura da comunicação social taurina, e não só, que foi o grande mestre nesta arte da comunicação social para muitos como eu, que sempre soube cultivar a amizade e a pedagogia como poucos e que nos deixou há cerca de 15 anos, quando contava 65.
Falamos de Eduardo Leonardo. Foi um aficionado prático pois chegou a tourear bastantes vezes como espada amador. Mas foi como crítico tauromáquico que atingiu enorme notoriedade e respeito de todos os agentes da Festa Brava e que ajudou a formar alguns dos críticos taurinos nos idos anos de 90 do século passado.
Foi colaborador do Jornal de Notícias e da Rádio renascença e integrou a Casa do Ribatejo bem como a Comissão Organizadora das Corridas na Monumental Celestino Graça em Santarém. Foi responsável pelo programa Entre Barreiras na RTP e outros nas rádios Cartaxo, Ribatejo e Pernes além da Comercial de Almeirim.
Graças á sua dinâmica nasceu o site "Toiros&Cavalos" que rapidamente se tornou uma referência na área (havia também a Tauormaquia Portuguesa On-Line, de Fernando Dias e de onde nasceu o Naturales). Reuniu nesse site um leque muito interessante de colaboradores como Paulo Pereira (na altura na Lusa); Paulo Beja, Joaquim Mesquita, António Lúcio, Rui Levesinho, Paulo Daniel Rogério nas fotos, e outros.
Foi um dos grandes impulsionadores dos Congressos Nacionais de Tauromaquia em 2001 em Santarém e 2004 em Salvaterra de Magos onde também criou as bases da Equimagos.
Passaram 15 anos e parece que foi ontem. Foi um privilégio enorme ter trabalhado e aprendido consigo caro Director. Um abraço até à eternidade.
Foto: João Trigueiros/1ªFeira Nacional do Toiro em Santarém