O ganadeiro Dr Joaquim Grave foi esta manhã colhido durante trabalhos de campo - colocação de fundas a toiros/novilhos - e teve de ser evacuado para o Hospital de Évora onde já foi sujeito a uma cirurgia devido a uma cornada numa perna com oríficio de entrada e saída, segundo a sua página pesoal de facebook.
Segundo informações que recolhemos há momentos, não há problemas vasculares e a cornada tem duas trajectórias na coxa direita,
Joaquim Grave deverá ficar internado alguns dias em convalescença.
Os acidentes acontecem quando menos se espera e esta actividade, da tauromaquia, é uma actividade de risco pelo que, todo o cuidado é pouco. Estar entre barreiras, vulgarmente na trincheira, tem de ser, sempre, um exercício de responsabilidade por parte de todos quanto a ela têm acesso e que nem sempre têm algo a ver com o espectáculo. Mais do que criticar o que acontece, importa prevenir e educar as pessoas e os seus comportamentos quando estão nesse espaço em trabalho, nomeadamente aqueles que representam algum órgão de comunicação social.
Se nos debruçarmos sobre a questão meramente legal, no Regulamento do Espectáculo Tauromáquico, temos oArtigo 28.º Permanência entre barreiras que estipula:
1 — Sem prejuízo dos elementos das autoridades policiais e dos bombeiros de serviço, apenas podem permanecer entre barreiras, e desde que em funções, os seguintes elementos:
a) Os artistas que atuam no espetáculo e os grupos de forcados, desde que não excedam:
i) 20 elementos por grupo, quando peguem mais do que três reses;
ii) 18 elementos por grupo, quando peguem três reses;
iii) 16 elementos por grupo, quando peguem duas reses;
iv) 12 elementos por grupo, quando peguem uma rês;
b) Até quatro elementos pelos demais cabeças de cartaz, com exceção dos ganadeiros, em que só é permitida a permanência até dois elementos;
c) A equipa médica de serviço;
d) O avisador;
e) Até cinco representantes do promotor;
f) Os representantes da comunicação social, em número adaptado às circunstâncias, determinado pelo diretor de corrida em função das condições de segurança do recinto;
g) O embolador e seus ajudantes, até ao máximo de três, dois campinos e demais pessoal de serviço entre barreiras e na arena, todos devidamente identificados.
2 — Todas as pessoas presentes entre barreiras devem manter -se nos esconderijos, salvo o disposto no número seguinte.
3 — Apenas podem movimentar- se entre barreiras durante a lide das reses, o avisador, os elementos diretamente relacionados com o cabeça de cartaz em atuação, o embolador e seus ajudantes para entrega da ferragem. (…)
Ou seja, se for uma corrida concurso de ganadarias com 3 cavaleiros e 2 grupos de forcados, teremos, no espaço entre barreiras, ligados diretamente ao espectáculo (equipa médica incluída e também os representantes do promotor), 85 pessoas, a que se somarãobombeiros e agentes da autoridade.
No que se refere aos representantes da comunicação social, a alínea f) do artigo 28 apenas diz: “em número adaptado às circunstâncias, determinado pelo diretor de corrida em função das condições de segurança do recinto”. Presumo que por condições de segurança do recinto se refiram os burladeros que devem acomodar estes e os outros indivíduos que estarão na trincheira.
E aqui colocam-se diversas questões porque ter condições de segurança quer dizer mais do que existir. Explico-me: uma praça como Sobral de Monte Agraço ou Arruda dos Vinhos, por exemplo, não só não têm burladeros que permitam acomodar tanta gente como este não protegem minimamente quem neles esteja no decurso de um espectáculo e se um toiro saltar a trincheira.
Numa praça de 1ª categoria como Vila Franca, que segurança dão a quem neles está alguns dos burladeros que permitem que os seus ocupantes estejam sentados? Se o toiro saltar e decidir “barbear” os burladeros facilmente pode atingir quem lá estiver.
E esta é uma questão que me sinto na obrigação de colocar: quem protege quem? Os burladeros devem ser, na minha modesta opinião do tipo daqueles que existem em Lisboa, Santarém, Moita, Montijo, só para dar alguns exemplos. E deviam ter assentos que permitissem que aqueles que por ali tivessem de permanecer – e não são apenas os representantes da comunicação social – pudessem sentir-se seguros, protegidos, e confortáveis.
E a partir desse momento imporem-se regras claras e inequívocas quanto ao número de burladeros obrigatórios para Representantes dos cabeças de cartaz, dos ganadeiros, dos representantes do promotor, e por aí fora.
Como vem sendo tradicional, o Abono do Campo Pequeno encerra com a Corrida de Gala à Antiga Portuguesa a qual terá lugar a 10 de Outubro, na Monumental de Lisboa, a “Catedral Mundial do Toureio a cavalo”.
Para esta ocasião especial estarão em praça os cavaleiros António Ribeiro Telles, Rui Fernandes, João Moura Caetano, Ana Rita, Luís Rouxinol Jr. e António Prates ( que confirma a Alternativa), bem como os grupos de Forcados Amadores de Montemor e do Aposento da Chamusca. Serão lidados seis imponentes toiros de António Raul Brito Paes.
Nesta corrida, as cortesias são também um espectáculo, pois assiste-se a um cortejo histórico evocativo das Touradas Reais do século XVIII.
Com a praça adornada, desfilarão pela arena o Neto, os Pajens do Neto, os Pajens dos Cavaleiros, os Charameleiros, o Timbaleiro, os Porta-Estandartes e Alabardeiros, os coches com a respectiva tripulação (Cocheiros, sotas e Moços de Tábua), que transportarão os cavaleiros actuantes e a mula das farpas, conduzida pelos Moços de Forcado.
Segundo avançou o www.touroeuro.como cartel será composto pelos cavaleiros, Filipe Gonçalves, João Moura Caetano e Luís Rouxinol Jr., que vão lidar touros de José Luis Cochicho.
Pegam os Forcados Amadores de Alcochete e Amadores do Montijo.
Estranhamente o público não marcou presença como habitualmente na novilhada que encerra as Festas e Feira de Verão. Tarde de sol e calor e um resultado final muito interessante com o triunfo do toureio a pé e da ganadaria Calejo Pires com um extraordinário jabonero lidado em terceiro lugar, com motor e classe por ambos os pitóns e que motivou a chamada do ganadeiro à arena.
Abriu praça Francisco Correia Lopes com um bom eral de Canas Vigoroux. Algumas, desnecessária, passagens em falso e dois curtos de melhor nota numa prestação premiada com música e volta à arena, e o mesmo se pode dizer para o outro cavaleiro, Manuel Oliveira, que lidou um bom eral de Prudêncio.
Os Forcados Amadores de Caldas da Rainha realizaram duas boas pegas de caras ao primeiro intento por intermédio de Martim Graciosa e António Appleton.
Filipe Martinho, da Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita, recebeu o excelente eral de Calejo Pires com uma larga cambiada de joelhos e verónicas. Não esteve afortunado com as bandarilhas mas recuperou o sítio na faena de muleta, valoroso no início de joelhos e nos bons derechazos que em diversas tandas conseguiu sacar ao eral. Pelo lado esquerdo o eral exigia mais e nem sempre o jovem toureiro conseguiu a necessária ligação. Mas foi uma prestação muito interessante e deu volta com o representante da ganadaria.
Em último lugar lidou-se um bom eral de Calejo Pires frente ao qual Duarte Silva, da Escola de Toureio José Falcão,se estirou em boas verónicas rematadas com duas meias. Muito bem no primeiro e terceiro pares de bandarilhas, Duarte conseguiu uma faena de muleta de muito interesse pelos dois pitóns, e rematada de joelhos. Uma actuação que foi premiada com música e volta à arena e que deixou muito bom sabor.
Dirigiu bem e com critério para o tipo de espectáculo Paulo Valente assessorado pelo veterinário José Manuel Lourenço.
A anteceder o espectáculo houve uma exibição do grupo sobralense de sevilhanas “El Capote”.
Na corrida que ontem se realizou an Moita do Ribatejo, o toiro da ganadaria Prudêncio saltou a trincheira e colheu com violência o nosso amigo e fotógrafo Fernando Clemente, responsável do site www.parartemplarmandar.com. Assistido pelo Dr Peças, foi suturado na cabeça com 35 agrafos e evacuado para o Hospital do Barreiro e, mais tarde, para o de São José em Lisboa.
Segundo noticia o Farpasblogue, de MIguel Alvarenga, Clemente estará neste momento a ser operado a uma fratura da vértebra D1 e o seu estado inspira alguns cuidados.
Maria João Mil-Homens, com quem Fernando Clemente viajara ontem para a Moita, está a acompanhar o evoluir da situação clínica e já prometeu na sua página pessoal de facebook dar conta do que se passar com o Fernando Clemente.
Daqui lhe enviamos um forte abraço e votos de rápida recuperação.