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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

SEMANA DA CULTURA TAUROMÁQUICA E COLETE ENCARNADO APRESENTADOS Á IMPRENSA

15.06.18 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Foram apresentados ontem à imprensa, no espaço do antigo restaurate Redondel na Praça de toiros Palha Blanco em Vila Franca de Xira, dois dos emblemáticos eventos que entre o final de Junho e o primeiro fim de semana de Julho levam milhares de forasteiros à ribeirinha cidade: a Semana da Cultura Tauromáquica e o Colete Encarnado.

Aqui ficam os programas de ambos os eventos:

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RECORTES… COM O MAR POVEIRO COMO FUNDO.

14.06.18 | António Lúcio / Barreira de Sombra

JANDRADE.jpgRecortes… com o mar poveiro como fundo.

 

Agora que a temporada tauromáquica está a arrancar, e na Póvoa de Varzim, por obra e graça de uma afirmação feita pelo autarca chefe numa entrevista dada a uma rádio local, ficamos a saber que esta será a última temporada na Praça de Touros local, talvez não seja de todo descabido, relembrar parte do ‘Meu balancete taurino de 2011’ que neste excelentíssimo blogue foi publicado. Dizia eu então, “É verdade. Claro que é verdade que existe uma ‘crise’ no mundo dos toiros. Uma crise que não tem nada a ver com mais ou menos espectáculos no saldo anual. Muito menos com a ‘berraria’ que uns tantos ditos amigos dos animais, com conhecido oportunismo, representa nas imediações de três ou quatro praças de toiros. A ‘festa’, as corridas de toiros são um espectáculo. E como espectáculo, continua a esquecer o essencial disso mesmo. A começar por aqueles que o organizam, os que o dizem promover, os que os dirigem. Até na Arte existe classe, charme e… tempo para adaptar”...

 

Vem isto a propósito da “discussão”, que alguns, indignados ao que parece, querem fazer sobre a introdução dos ‘Recortadores’ no elenco da Corrida TvNorte.

 

Muitos daqueles que conhecemos, vivendo da festa, ou á sombra dela, quando não têm mais com que se justificar, por má consciência ou masoquismo, dizem que a ‘festa’ está em crise. Vítima de soezes e torpes ataques, da ‘família’ ou de gentalha dita iluminada, a festa dos toiros atravessa de uns anos a esta parte, conturbada indefinição. O 25 de Abril parece que apenas serviu para que emergissem novos ‘torturadores’. Dizem que a crise, ou coisa que o valha, elegeu frustrados q.b., elevando assim o número dos que a tudo topam no ‘salve-se quem puder’.

 

Quando a Praça de Touros da Póvoa de Varzim está com sentença de morte anunciada, é na verdade interessante, cómico talvez, ver que a dita ‘aficion’purista, os que vivem da festa dos toiros, qual banda  no afundamento do Titanic, continua a fandanguear pelo salão, bailando, como se no afundamento todos têm lugar garantido no bote de emergência.

 

O anúncio de que esta será a última temporada em que se darão corridas de toiros na Praça de Toiros da Póvoa de Varzim, foi uma ‘cornada’ de manso, isto é, foi um daqueles estranhos fatais numa lide em que se supunha termos o oponente bem estudado. Mais passe, menos passe, não descurasse o artista as regras mínimas de lide, e a faena podia não ser em redondo, mas daria direto a volta. O estranho aconteceu, a voltareta aconteceu, e os peões continuam dentro do burladero, saudando as meninas na concorrência, quiçá, fumando até um cigarro.

 

Foi Viana do Castelo, as desmontáveis também viram o seu número reduzido, agora Póvoa de Varzim… e o grande problema é a demonstração dos Recortadores.

 

José Andrade

Roca Rey Aumenta a Venda de Bilhetes nas Sanjoaninas

14.06.18 | António Lúcio / Barreira de Sombra

2 LONA ROCA REY.jpgA presença do popular toureiro peruano Andrés Roca Rey nos cartéis da próxima feita das Sanjoaninas na Ilha Terceira está a gerar uma procura grande procura de bilhetes, pois até hoje mesmo a venda de lugares já supera os 25% em relação às edições da feira em anos anteriores.

Roca Rey, cuja imagem ocupa diversos painéis publicitários e repartidos pela ilha, irá debutar na Ilha Terceira, na corrida a pé do próximo dia 26, junto aos espanhóis Daniel Luque e Tomás Campos, onde lidará toiros da divisa açoriana de Rego Botelho, de origem Jandilla.

A corrida do dia 29 de Junho, o tradicional concurso de ganaderias, também está com uma grande procura. Este ano a corrida concurso irá contar com a presença de toiros das divisas locais Rego Botelho, José Albino Fernandes (Santiago Domecq), João Gaspar (Murube) e Francisco Sousa (Atanasio Fernández), assim como as continentais de Ascensão Vaz e Falé Filipe. Serão Lidados pelos cavaleiros Vítor Ribeiro, João Moura filho e o terceirense João Pamplona.

A feira de São João, organizada pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense há mais de 10 anos, abrirá com outro festejo de toureio a cavalo a 24 de Junho onde irão alternar toiros de Ascensão Vaz e João Gaspar para os cavaleiros Tiago Pamplona, Moura Jr. e Francisco Palha. Esta corrida irá servir de homenagem ao Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense pelo 45º aniversário da sua fundação, cujo cabo Adalberto Belerique também irá retirar-se das arenas. Antes da corrida, no espaço exterior da Praça de Toiros Ilha Terceira, irá ser inaugurado um grande monumento dedicado ao forcado.

A feira terá o seu encerramento no dia 1 de Julho, data em que terá lugar uma corrida mista com o cavaleiro Vítor Ribeiro e os matadores Manuel Escribano e Jesús Enrique Colombo, que irão enfrentar toiros de José Albino Fernandes.

CONFERÊNCIA: Touradas, Factos e Realidades

14.06.18 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Sob este tema, irá realizar-se no próximo dia 28 de Julho em Lisboa, pelas 20h30 na sede do CDS no Largo do Caldas uma conferência com os elementos constantes do cartaz que se segue.

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ProToiro acusa Bloco de insistir em projectos de lei já chumbados na AR

14.06.18 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Entidade representante das touradas alega que projectos são anti-democráticos e anti-culturais, além de se basearem em informações falsas.

 

“Estes projectos já são "requentados", foram repetidamente e esmagadoramente chumbados no Parlamento e fazem parte da rotina anti-democrática e anti-cultural do Bloco de Esquerda”, denuncia a ProToiro, em reacção aos dois projectos de lei apresentadas, há dias, pelo Bloco de Esquerda. Este partido pretende que as touradas não possam receber apoios públicos e a transmissão televisiva das mesmas seja acompanhada de bolinha vermelha no canto do ecrã.

 

O primeiro projecto “é uma cópia de um projecto similar de 2015 estando manifestamente desactualizado e com informações falsas”, alega Hélder Milheiro, da ProToiro, referindo-se ao projecto-de-lei nº 893/XIII/3ª alteração à Lei Nº 27/2007, de 30 de Julho, designando espectáculos tauromáquicos como susceptíveis de influírem negativamente na formação da personalidade de crianças e adolescentes.

 

“É de lamentar que um partido seja tão irresponsável ao ponto de espalhar preconceitos e mentiras sobre a tauromaquia e os seus impactos, visto que não existe nenhum fundamento científico para afirmar que a tauromaquia pode ser negativa para as crianças, antes pelo contrário. Os portugueses vêem touradas ao vivo, há séculos, e na televisão, há mais de 50 anos, e são perfeitamente saudáveis”, sublinha Helder Milheiro.

 

“O que guia o BE é o preconceito”, acrescenta a ProToiro, até porque a Comissão Nacional de Proteção de Menores já se pronunciou sobre estes temas no Parlamento e não subscreve as teses do BE por manifesta ausência de fundamento. Aliás, o projecto do BE cita um estudo feito pelo Protector do Menor de Madrid com centenas de crianças, mas curiosamente, ou não, este partido não refere a conclusão desse estudo, segundo a qual não existe nenhum fundamento científico para se afirmar que a tauromaquia tem efeitos negativos na formação da personalidade de crianças e jovens. “O mesmo confirmou inúmeras vezes a Entidade Reguladora para a Comunicação Social em inúmeros pareceres, o último dos quais entregues no Parlamento, em 2016”, sublinha Helder Milheiro.

 

Relativamente ao projecto de lei Nº 892/XIII/3ª que impede o apoio institucional à realização de espectáculos que inflijam sofrimento físico e psíquico ou provoquem a morte de animais, a ProToiro lembra que a Tauromaquia é tutelada pelo Ministério da Cultura e não recebe qualquer apoio do mesmo, ao contrário das restantes artes que vivem subsidiadas e em grandes dificuldades, quando devia estar em igualdade de circunstancias. Os únicos apoios existentes nos dias de hoje são pequenos e irrelevantes e vêm dos municípios, integrados dentro das suas políticas de fomento cultural, acrescenta a ProToiro. Segundo a Constituição, os municípios portugueses são dotados de autonomia, tendo responsabilidades próprias e agindo na prossecução dos interesses próprios das populações respectivas. Dentro da autonomia administrativa e financeira, está o direito de apoiar as colectividades, associações e actividades locais que prossigam os interesses da população, logo o interesse público. 

 

 Além disso, a Tauromaquia está classificada como "parte integrante da cultura popular portuguesa" (Decreto-Lei n.o 89/2014) e o Estado, central e local, tem a obrigação constitucional de promover o acesso de todos os cidadãos à cultura (artigo 73º, nº3) e da sua salvaguarda (artigo 78º), sendo o direito à cultura um direito fundamental (artigo 17º). Impedir ou proibir manifestações culturais é uma violação da Constituição. 

 

"Estes projectos só mostram que o BE, tal como o PAN, não são partidos de Abril mas das proibições e têm uma incompatibilidade profunda com a democracia, a liberdade dos cidadãos e a lógica democrática da diversidade cultural, constitucionalmente protegidas", remata Helder Milheiro.  

 

Quanto ao defecho dos projectos diz que "o Parlamento português já mostrou diversas vezes não permitir tamanhos atropelos à democracia, aos direitos dos cidadãos e à Constituição portuguesa, chumbando dura e repetidamente estas iniciativas. É certamente o que irá acontecer de novo" .

Movimento a favor da Festa dos Toiros na Póvoa de Varzim - Nota à Comunicação Social

13.06.18 | António Lúcio / Barreira de Sombra

         Movimento a favor da Festa dos Toiros na Póvoa de Varzim - Nota à Comunicação Social

 

O Movimento a favor da Festa dos Toiros na Póvoa de Varzim, nasceu e é composto por pessoas, aficionados e amigos, da tauromaquia, Poveiros e não só, Mulheres e Homens, de diferentes e diversos matizes partidários, religiosos, culturais e sociais.

 

Envolve-os, une-os, o gosto, respeito e paixão pela Festa dos Toiros. Pela Tradição, Cultura, Arte e Estética, que fazem parte da história nos usos e costumes poveiros e do Norte de Portugal.

 

Imagem nacional e internacional de marca incontornável, as corridas de toiros na Póvoa de Varzim, por via das transmissões pela televisão, e pelas reportagens que a Comunicação Social divulga, é também um dos seguros elos de ligação às comunidades poveiras que por esse mundo existem. Ver e rever as touradas é um ‘matar saudades’, um relembrar dos seus usos e costumes.

 

As corridas de toiros no Norte, ou a Norte do Rio Douro, têm sido no calendário da temporada tauromáquica nacional,um ex-libris de valor turístico impagável. - Uma imagem vale mais que mil palavras!

 

Foi assim ao longo de cerca de 70 anos, tantos os que no próximo completa e comemora a Praça de Touros da Póvoa de Varzim. Uma tradição que remonta desde do inicio dos anos 1900.

 

Assim, não foi sem espanto e surpresa, que a comunidade poveira, e nortenha, para não dizer nacional, de onde este Movimento nasceu e vive, tomou conhecimento público, de que a Câmara Municipal tem os seus imediatos planos, remodelar a Praça de Touros, aproveitando para acabar de vez com este cartaz turístico sazonal de Tradição e Cultura.

 

Um anúncio, e possível concretização, que não fez parte de promessa eleitoral, e não mereceu qualquer discussão pública, até agora.

 

As declarações públicas de “continuidade das corridas de touros, independente  das obras ali necessárias”, feitas no inicio de Novembro de 2017, mais adensam a perplexidade do anúncio agora produzido.

 

Não existindo da parte dos aficionados poveiros, ou não, qualquer animosidade contra os que não gostam da Festa dos Toiros, afastado está assim um conflito, que alguns, maldosamente, querem provocar.

 

A ir por diante o anúncio agora motivo de apreensão, extemporâneo e impensável, será, quanto muito, uma acto de censura e desrespeito por Direitos Constitucionais, em confronto de gostos.

 

O Movimento a favor da Festa dos Toiros na Póvoa de Varzim, constituído por gente livre, vai, com serenidade, mas com firmeza, aguardar o evoluir da concretização do anúncio de uma Tradição, certos que as fortes raízes nos usos e costumes da Póvoa de Varzim será com cuidado considerado.

 

Póvoa de Varzim, 13 de Junho de 2018

31 ANOS É MUITO TEMPO… MUITOS DIAS, MUITAS HORAS

13.06.18 | António Lúcio / Barreira de Sombra

31 ANOS É MUITO TEMPO… MUITOS DIAS, MUITAS HORAS

europa fm 2.jpgCumprem-se nesta data 31 anos sobre a minha estreia na Rádio e consequente percurso na crítica tauromáquica até aos dias de hoje, passando por jornais (Nova Verdade, Correio da Manhã, Olé), revistas (Ruedo Ibérico, Contra Barreira), televisão (RTP, Sol e Toiros TV), internet nos precursores Tauromaquia Portuguesa on-line e Toiros&Cavalos e um conjunto bastante alargado de participações/colaborações em programas de diversas rádios às quais estavam ligados colega como o Eduardo Leonardo (grande mestre, infelizmente já desaparecido), Marcelo Mendes (RCA), Paulo Beja (Ribatejo, Marinhais e Popular FM), Catarina Bexiga (Voz de Alenquer), Joaquim Mesquita (Voz do Sorraia), uma episódica participação do sombra Sol da Voz de Lisboa da Renascença com Maurício vale e outra no Sol e Toiros da Antena Um com Virgílio Palma Fialho.

 

Acho que é um curriculum do qual me posso orgulhar, ainda para mais por ter conseguido um importante desiderato: o respeito dos profissionais da festa em todas as vertentes, granjeando muita amizades. Aprendi muito com os mais velhos porque nunca tive a veleidade de pensar que sabia tudo e menos ainda de não estar atento ao que diziam e faziam, em silêncio, até ao dia em que ousava perguntar o porquê de algumas coisas.

 

Fui aprendendo da tradição oral junto de gente ligada às diversas vertentes da Festa. Fui escutando comentários,

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ouvindo programas como o Sol e Toiros e o Clarin da RNE, vendo programas de televisão, assistindo a corridas por todo o País, Espanha e França. Vi actuações das maiores figuras de finais dos anos 70, e das décadas que se seguiram, até aos dias de hoje. Li jornais e revistas, portugueses e espanhóis, onde a temática taurina era abordada por pessoas que sabiam do que escreviam e que pouco se importavam se as suas apreciações das corridas incomodavam alguém. Mas havia nível na escrita, quer em termos técnicos que em português. Algo que hoje, infelizmente, e salvo raras excepções, não se verifica.

 

O que evoluímos na rapidez de acesso às ditas “fontes de informação” e à notícia na hora, regredimos nos outros aspectos: escreve-se mal e com poucos conhecimentos técnicos de toureio e do comportamento do toiro. Hoje vale quase tudo para dar nas vistas e permitem-se comentários nas redes sociais que demonstram o baixo nível a que isto chegou!

 

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 Não adianta querer estar na frente da corrida, liderar o pelotão, se, depois, não há estaleca para manter uma posição equidistante em relação a todos os intervenientes na festa; se não há capacidade para separar o trigo do joio; se as amizades e os negócios de impõem ao relato da verdade do que se passou na arena. Não apenas no que se escreve mas também no que são os registos fotográficos. Eu escrevo o que quero, o que me dá na real gana e coloco as fotos que eu escolho como mais aptas a retratar o que escrevi.

 

Nestes 31 anos nunca houve um patrocínio de um toureiro, de uma empresa taurina, o que fosse ao Barreira de Sombra. Esse é o preço da independência, da isenção. E sim, é verdade, sou um amador, um amante da festa brava que sobre ela escreve e fotografa. Não, não quero ser um profissional como muitos dos que por aí andam.

 

E volto a referir que o preço da independência e da isenção é elevado mas é o único que aceito!

 

António Lúcio

13/06/2018