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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

AUMENTOU O NÚMERO DE ESPECTADORES NA TEMPORADA 2017

21.01.18 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Diminuiu o número de espectáculos na temporada 2017, de 191 para 181 segundo a IGAC ou de 218 para 205 segundo a Protoiro (pouco importa quem tem dados mais fiáveis) mas aumentou significativamente o número de espectadores e as médias por espectáculo (de 362057 para 377952 segundo a IGAC ou de 430150 para 435660 segundo a Protoiro).

 

O que importa registar? Que no ano passado houve mais gente a ir aos toiros do que no ano anterior, aumentando a média  de espectadores em cerca de 1.8% segundo a Protoiro, e isto independentemente da forma como ambas as entidades registam os valores de assistentes aos espectáculos tauromáquicos que se realizam um pouco por todo o País.

 

Incontestável porque são, pelo menos 5500 espectadores a mais segundo a Protoiro ou cerca de 15800 se atentarmos nos dados da IGAC (um crescimento de pouco mais de 4%). Entre estes dois valores (1,8% e 4%) deverá andar a verdade dos números e dos presentes nas praças de toiros.

 

Não deixam de ser também importantes os resultados das transmissões televisivas de espectáculos (3 pela RTP e 1 pela TVI) que tiveram um valor acumulado médio de perto de 2 milhões de telespectadores, valor este que se registou no momento máximo de audiência da corrida transmitida pela TVI desde o Campo Pequeno.

 

 Não menos importante é o registo que a IGAC faz do crescimento de total de espectadores em algumas praças de toiros em 2017 quando agrupa as 10 praças de toiros com mais de 10000 espectadores no total da temporada, lista esta que é encabeçada pela Praça do Campo Pequeno com 61580 espectadores , seguida por Albufeira com 25199 e Vila Franca de Xira com 20102. No que a médias diz respeito, as três com melhores resultados foram: Santarém (5719.5), Coruche (5020) e Campo Pequeno (4736.9).

 

A lista das 10 praças é a seguinte:

Praça

Total Espectadores

Espectáculos

Média

Campo Pequeno

61580

13

4736.9

Albufeira

25199

26

969.1

Vila Franca

20102

9

2233.5

Nazaré

18303

6

3050.5

Coruche

15060

3

5020

Moita

12402

5

2480.4

Évora

12149

5

2429.8

Montijo

11847

4

2691.7

Santarém

11439

2

5719.5

Alcochete

10170

4

2542.5

 

UMA VISITA AO TEMPLO DO TOIRO BRAVO – HERDADE DA GALEANA

21.01.18 | António Lúcio / Barreira de Sombra

IMG_0894 (1).JPGQuando nos adentramos num templo (Templo: edifício destinado ao culto; monumento em honra de uma divindade; (do latim templu, local sagrado), sabemos que pisamos terreno sagrado, local de culto de uma religião ou onde se adora uma divindade. E, no caso, essa divindade é, nem mais nem menos, que o Toiro Bravo, o bos taurus ibericus, o toiro de lide. Objecto de culto desde os mais remotos tempos da civilização, conhece na Herdade da Galeana um dos seus locais de adoração e onde o tempo parece parar e até o silêncio se escuta.

 

Defesa plena da biodiversidade, onde convivem muitos outros elementos de uma fauna que só no espaço onde pasta a Toiro Bravo é possível encontrar, convivem nesse espaço de mais de 900 hectares espécies como os grous, as rolas e muitas outras espécies de aves, raposas, águias, lebres, patos… a par dos porcos pretos que se alimentam das bolotas do montado de sobro e azinho. Um espectáculo para os sentidos que, aqui, se mantém muito mais despertos e atentos. Cada momento é, verdadeiramente, único!

IMG_0996 (1).JPG 

A ganadaria de Murteira Grave foi fundada em 1944 por Manuel Joaquim Grave, avô do actual titular, e estreou-se, oficialmente, em 1950 na Praça de Toiros de Évora, na corrida de S. Pedro, vindo a adquirir antiguidade em 21 de Junho de 1964 ao lidar 6 novilhos na Monumental de Las Ventas em Madrid, sendo o seu percurso bem conhecido dos aficionados (vide www.murteiragrave.com). Em 1958 passou para o nome de Joaquim Manuel Murteira Grave e desde então sempre se lidou sob este nome, tendo como ferro uma espora, divisa amarela e azul.

 

IMG_0979.JPGDesde o ano de 2002 que a ganadaria é gerida por Joaquim Manuel de Vasconcellos e Sá Grave, veterinário doutorado em Produção Animal pela Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa e um enorme apaixonado pela ganadaria brava, levando a que, com os seus profundos conhecimentos técnico-científicos e a sua afición, tivesse investido muito na busca de um tipo de toiro que zootecnicamente se aproximasse do ideal (baixo, fino de agulhas, bem posto de cornamenta, que invista por baixo, humilhado) e que pudesse ter uma qualidade acima da média no que à capacidade de investida e de entrega durante a lide dizem respeito.

 

Nos últimos anos, com a mescla de sangues, as experiências feitas nos lotes de vacas a que eram agregados os diversos sementais, Joaquim Grave conseguiu um toiro harmónico no que a trapio respeita e de boas notas no que ao toureio diz respeito, mais homogéneos nas investidas e na qualidade das mesmas, vencendo vários troféus em disputa nas corridas onde os seus toiros entraram e abrindo, aos poucos, as portas de Espanha que se haviam fechado por causa das célebres doenças das vacas loucas e da língua azul.

 

Joaquim Grave mostrou-nos os diversos cercados desta idílica Herdade da Galeana, falando com paixão sobre os seus toiros e as suas ilusões com vista não apenas às próximas corridas (Lisboa – Campo Pequeno, uma corrida de enorme presença e trapio; Abiúl onde triunfou em 2017 e repete na corrida mista; e ainda outras duas para praças de Espanha), ao festival de Mourão a 4 de Fevereiro, mas também com vista aos anos vindouros onde as camadas que tivemos oportunidade de ver e fotografar deixam antever belos toiros. De realçar que para 2022, assim Deus o permita, existem 3 exemplares com uma pelagem quase branca na sua totalidade.

 

Na Herdade existem também dois espaços que servem para os almoços e convívios de que mais de 3400 pessoas puderam desfrutar nos dois últimos anos após visitas ao espaço da ganadaria e ainda uma sala de troféus recentemente concluída e que denota um bom gosto muito acima da média e que valoriza, esteticamente, todo o espaço.

 

Que os sucessos se mantenham e este espaço continue a ser um Templo Sagrado não apenas do Toiro Bravo mas de todas as espécies que aí vivem e se reproduzem.

 

Veja de sgeuida todas as fotos (clicar nas setas para avançar ou retroceder).