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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

LIVRO "CAMPO PEQUENO - 125 ANOS NO CORAÇÃO DE LISBOA" APRESENTADO ONTEM

22.09.17 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Capa livro 125 anos.jpg

 

A Administração da Praça de Toiros do Campo Pequeno apresentou ontem ao final da tarde o livro "Campo Pequeno - 125 anos no Coração de Lisboa", uma das iniciativas em curso em 2017, que marcam as comemorações do centésimo vigésimo aniversário do Monumental de Lisboa.

 

Com a coordenação de Manuel Andrade Guerra (texto) e Francisco Romeiras (fotografia), o livro reúne testemunhos, recolhidos ao longo dos anos, vividos por cada um dos autores convidados.

 

O livro inclui 11 capítulos, um deles assinado pelo antigo Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro Santana Lopes, enquanto Elisio Summavielle, antigo Secretário de Estado da Cultura, assina o prefácio.

 

Os capítulos do livro são "Crônica da Inauguração", na qual é reproduzida a página do Diário das Notícias com a crônica da corrida inaugural (18 de agosto de 1892), "Tradições de Lisboa (Miguel Alvarenga), "Histórias e Memórias" (Andrade Guerra e Paulo Pereira), "A Evolução do Toro" (Vasco Lucas), "A Importância dos Forcados" (Joaquim Grave), "Manuel dos Santos e o seu legado" (Manuel Jorge dos Santos) “Cortesia" (Pedro Santana Lopes)," A Praça-Mãe do toureio a cavalo "(Paulo Caetano)," Um Projeto Vencedor "(Paulo Pereira) e" Antes e Depois "(Paulo Pereira).

 

Os textos são ilustrados com documentos das coleções de Antonio Manuel Moraes, Grupo Tauromáquico Sector 1, Museu do Campo Pequeno e fotos de Emílio de Jesus, Francisco Romeiras, Frederico Henriques, Henrique de Carvalho Dias, Maria João Mil-Homens e Rui Oliveira , com "design" e concepção gráfica de Rita Mendes Rodrigues.

 

Numa data tão especial, pretendeu-se produzir um livro que perdurasse no tempo e, apesar da clara prevalência da atividade tauromáquica nos seus conteúdos, houve também a preocupação de mostrar que, no momento, o Campo Pequeno, além de ser a primeira praça de toiros do país, mantém e preserva valores indeléveis da cultura portuguesa.

 

A edição tem 1700 exemplares em português e 300 em inglês e pode ser comprada por 50 euros no Museu do Campo Pequeno e no "El Corte Inglés" (Lisboa e Porto).

ESTA QUINTA-FEIRA, LANÇAMENTO DO LIVRO "CAMPO PEQUENO – 125 ANOS NO CORAÇÃO DE LISBOA"

20.09.17 | António Lúcio / Barreira de Sombra

convite.jpgNo âmbito das comemorações dos 125 anos do Campo Pequeno e inserido num conjunto de iniciativas, a Administração da Monumental de Lisboa entendeu editar um livro para memória futura, assinalando aquela efeméride.

 

Não é propósito desta obra trazer à estampa um relato enciclopédico sobre a história da instituição, até porque outros livros já versaram o tema. A opção recaiu antes em solicitar a um conjunto de personalidades ligadas de maneira distinta ao fenómeno tauromáquico, que partilhassem com o leitor os seus testemunhos, as suas vivências ou experiências - recolhidas ao longo dos tempos nas áreas de especialização de cada autor - sem esquecer muitos momentos que marcaram a história da Praça, registados pela pluma de cada um. Também foi propósito, evidenciar as principais transformações ocorridas, designadamente com a grande obra de transformação do histórico edifício, em 2006, numa sala pluridisciplinar, mostrando ainda a diversificação de oferta da mesma.

 

Para tal, Manuel Andrade Guerra e Francisco Romeiras foram convidados a assegurar, respectivamente, a coordenação editorial nas vertentes de texto e de fotografia, sendo assim garantes da qualidade que se pretendeu atribuir ao livro, cujo lançamento oficial ocorrerá no próximo dia 21 de Setembro, na arena do Campo Pequeno.

 

Ilustres Convidados 

Após uma selecção rigorosa, com a finalidade de apresentar textos escritos por autores cuja reputação é reconhecida e prestigiosa, bem como uma complementaridade na abordagem dos diversos temas, tendo como objectivo uma leitura agradável e abrangente que incide nas várias áreas presentes no Campo Pequeno, a criteriosa escolha de Andrade Guerra recaiu nos seguintes autores, enunciando-se também os respectivos capítulos:

CRÓNICA DA INAUGURAÇÃO – “Diário de Notícias”, 19 de Agosto de 1892                                                                                   

TRADIÇÕES DE LISBOA – Miguel Alvarenga                                                                                    

HISTÓRIAS E MEMÓRIAS – Paulo Pereira e Andrade Guerra                                                                   

A EVOLUÇÃO DO TOIRO – Vasco Lucas                                                                                

A IMPORTÂNCIA DOS FORCADOS – Joaquim Grave

OS ANOS DE OIRO – Andrade Guerra

MANUEL DOS SANTOS E O SEU LEGADO – Manuel Jorge dos Santos                                                                                                                                                                                                                                         

CORTESIA -Pedro Santana Lopes                                                              

 A PRAÇA-MÃE DO TOUREIO A CAVALO - Paulo Caetano                                                                          

UM PROJECTO VENCEDOR - Paulo Pereira

ANTES E DEPOIS - Paulo Pereira

 

Importa também sublinhar dois factos relevantes: o Coordenador Editorial e os Autores por ele convidados participam nesta iniciativa de forma totalmente desinteressada, animados apenas pela paixão que, a vários níveis, o Campo Pequeno lhes desperta. Por outro lado, ocorre algo inédito e particularmente significativo: pela primeira vez, um antigo Primeiro Ministro, Pedro Santana Lopes, escreve numa obra de temática tauromáquica, em que o Prefácio é da responsabilidade de um antigo Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle. 

 

Os textos destas ilustres personalidades foram devidamente ilustrados com documentos históricos das colecções de António Manuel de Moraes, Grupo Tauromáquico Sector 1, Museu do Campo Pequeno e, como não podia deixar de ser, por imagens da autoria de um painel de repórteres fotográficos, em que se incluem Emílio de Jesus, Francisco Romeiras, Frederico Henriques, Henrique Carvalho Dias, Maria João Mil-Homens e Rui Oliveira.

 

O design e a concepção gráfica estiveram a cargo de Rita Mendes Rodrigues.

 

Uma Obra para conservar

Em data tão especial, foi intenção assumida produzir um livro que perdurasse no tempo e, não obstante uma clara proeminência da actividade tauromáquica no seu conteúdo, afinal vocação e essência da sua existência, houve a preocupação de mostrar que, nos tempos que correm, O Campo Pequeno é mais do que uma primeira arena do País, guardiã de valores indeléveis enraizados na Cultura portuguesa.

 

A realidade deste espaço configura hoje uma abertura a um conjunto vasto de actividades, entre as quais, concertos, desportos, espectáculos para crianças, congressos e até casamentos, numa listagem demasiado longa para aqui ser enumerada, para além de uma grande oferta quotidiana aos seus utentes, designadamente na área da restauração, multiplicidade de lojas e salas de cinema.

 

Tendo igualmente em conta a recente inauguração do Museu do Campo Pequeno com assinalável sucesso, cada vez mais visitado, optou-se por editar uma versão em língua inglesa, por forma a satisfazer a procura dos muitos estrangeiros que não dispensam uma deslocação a esta sala emblemática no coração da capital.

 

A versão portuguesa da presente edição foi impressa em apenas 1700 exemplares, com capa dura e sobrecapa, em papel de qualidade e acabamento de luxo, prevendo-se que esgote rapidamente, pois aficionados e não só vão querer um exemplar nas suas bibliotecas.

 

O Preço de Venda a Público recomendado será de 50€, havendo todavia uma promoção direccionada sobretudo aos aficionados, que já se encontra ao dispor do público em geral, com pré-reserva nas bilheteiras do Campo Pequeno beneficiando de um desconto de 10%, até dia 21 de Setembro, que reduz o valor para 45€. A partir dessa data, o livro poderá ser adquirido no Museu do Campo Pequeno e no El Corte Inglês de Lisboa e Gaia para os aficionados da zona norte do País.

 

TRIBUNAL DÁ RAZÃO À TAUROMAQUIA - DECISÃO CONTRARIA A CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA MARIA DA FEIRA

20.09.17 | António Lúcio / Barreira de Sombra

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro decidiu manter uma decisão inicial que obrigou a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira a licenciar a instalação de uma praça amovível para a realização de uma corrida de touros, rejeitando o recurso que esta tinha interposto.

 

A corrida em causa estava agendada para o início de maio, em Lourosa, e teve de ser adiada porque não obteve o licenciamento necessário e de forma atempada por parte da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. O promotor do espectáculo, a empresa Suprema Rotação,  recorreu para o tribunal que veio agora dar-lhe razão.

 

A decisão do tribunal demonstrou a ilegalidade cometida pela autarquia de Santa Maria da Feira, cujo presidente entendeu que uma decisão pessoal se deve sobrepor ao Estado de Direito.

 

Os municípios não têm qualquer poder ou autoridade sobre a realização de corridas de touros, sendo ilegal qualquer tentativa de proibição ou impedimento desta atividade cultural, definida pelo Estado como parte integrante do património cultural português.

 

A Prótoiro congratula-se com a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro. Em breve a população de Santa Maria da Feira poderá voltar a usufruir de um espectáculo cultural que aprecia.

Informa: Prótoiro

A MINHA ANÁLISE À FEIRA DA MOITA 2017

20.09.17 | António Lúcio / Barreira de Sombra

moit dia 14.jpgCinco dias de espectáculos taurinos - apesar de não abordarmos o dos recortarores - na Moita do Ribatejo, vividos bem por dentro, deixaram muitos motivos para reflexão e análise. A morte do forcado Fernando Quintella veio ensombrar uma feira que ficou muito aquém do desejado em termos de público e onde houve bons momentos de toureio.

 

A edição 2017 da Feira Taurina da Moita fica marcada indelevelmente pela morte do Forcado Fernando Quintella, de 26 anos de idade, ao tentar a pega ao quarto toiro da corrida de sexta-feira, dia 15, e pertencente à ganadaria Prudêncio. Uma colhida violenta, contra o chão da arena moitense, e onde de nada valeram os esforços dos médicos e dos bombeiros presentes no local e ainda dos que o assistiram nos hospitais Curry Cabral e São José em Lisboa, onde faleceu na madrugada de sábado. QDEP.

 

Mas, e noutra vertente – a de assistências – a Feira fica também marcada por uma inexplicável ausência de público. Ou, quiçá, bem explicável. O público, apesar dos preços mais baixos em relação a Maio e da qualidade dos cartéis, não compareceu. Há um nítido contrassenso quando se exige a renovação dos cartéis e ela acontece, e depois, “os velhos é que são bons!”

 

IMG_6527.JPGCircunstâncias dos tempos em que vivemos, a generalidade do grande público que vai aos toiros neste tipo de festividades, não é mais o assalariado agrícola, o operário fabril ou o empregado do comércio local; o feriado local ou  a tolerância de ponto ou a entrada mais tarde porque é dia de festa é apenas na localidade (ou nem isso) e não nas localidades ou concelhos limítrofes. Os horários mudaram.  A escola começa mais cedo e o dinheiro disponível depois de férias e da compra dos livros não deixa grande margem de manobra para 4 dias de toiros em que há espectáculos de entrada livre no recinto da feira. Acresce a tudo isto a gritante falta de uma figura do toureio capaz de arrastar multidões.

 

O actual modelo de corridas nocturnas consecutivas e em dias de semana, de trabalho na manhã seguinte, nesta época do ano em que a meteorologia é mais inconstante, está esgotado e ultrapassado. São raras as excepções (talvez apenas e só Alcochete e Vila Franca). Quem não está de férias, quem acode de fora (localidades vizinhas ou não) aos espectáculos, escolhe com critério uma corrida e pronto. A Moita, tal como outras localidades já o fizeram, terá de repensar muito seriamente este modelo e, quiçá, passar a ter as corridas nos fins de semana das festas, e á tarde.

 

A presença do público, como referi, foi escassa em todos os espectáculos e, por exemplo, não foi por não haver gente na Moita. Na tarde do fogareiro, eram largos os milhares que esgotavam a capacidade da Av. Teófilo Braga, impedindo as viaturas de circular nas imediações da praça já passava das 21h, com os naturais prejuízos para a empresa e dificuldades acrescidas a quem se dirigia à praça de toiros. Outro modelo que há que criar para esta tarde do fogareiro.

 

DIVERSIDADE NOS CARTÉIS E BONS MOMENTOS DE TOUREIO

120917 - moITA.jpgOs cartéis permitiriam mostrar diversidade, juntar veterania com juventude, potenciar a competição. Houve bons momentos de toureio e alguns toiros importantes. Exigidos por muitos dos que, depois, nunca vão aos toiros ou se vão é de borla. Se atentarmos nos diversos cartéis, veremos que, dos veteranos marcaram presença António Telles e Luís Rouxinol; dos que já levam alguns anos de alternativa, Rui Fernandes, Filipe Gonçalves, João Moura Jr, João Ribeiro Telles e Francisco Palha, e dos mais novos, Luís Rouxinol Jr.

 

No toureio a pé marcou presença e com uma faena de elevado quilate, extraordinária, o francês Sebastian Castella, acompanhado na corrida de 3ª feira pelo novilheiro moitense Joaquim Ribeiro “Cuqui”. A registar ainda uma novilhada com 3 novilheiros na quarta-feira.

Das reses lidadas e pertencentes a uma dúzia de ganadarias, destacou-se o toiro de Murteira Grave pela sua bravura, seriedade e classe, e o curro de Veiga Teixeira pela imponência, seriedade e respeito que impôs na corrida de 5ª feira.

 

A SERIEDADE DO TOIRO

Nesta Feira da Moita imperou a seriedade do toiro com curros bem rematados, toiros com peso, com idade e com trapio, e diversidade nas ganadarias escolhidas, duras e a exigirem toureiros para as lidarem, como se impõe.

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De todos os toiros lidados (18 toiros e 7 novilhos), o destaque vai para o toiro nº 135, de 515 kg e da ganadaria Murteira Grave, lidado por João Ribeiro Telles em 5º lugar na corrida de sexta-feira, dia 15, e que, pela sua presença, pela seriedade das investidas e bravura demonstradas ao longo da lide e até na pega e na forma como investiu para o forcado, foi o justo vencedor do prémio “Bravura” em disputa nessa corrida de toiros. Também nessa noite o toiro de Ascensão Vaz foi premiado pela sua “Apresentação”, devido à sua bonita pelagem e ostensiva cornamenta, sendo que teve uma qualidade d investidas acima da média.

 

Em termos de apresentação, irrepreensível a corrida de Veiga Teixeira lidada no dia 14. Seis imponentes estampas de toiro de lide, com um peso médio de 599 kg, impuseram respeito e pediram toureiros. Bom foi também o lote de Paulo Caetano que tocou a Sebastian Castella e cumpridores os do lote de “Cuqui”.

 

Lidaram-se, ainda, toiros de Palha, Oliveira Irmãos, Fernandes de Castro, António Silva e Prudêncio e novilhos de Pinto Barreiro, Paulo Caetano, Falé Filipe, e Mata-o-Demo.

 

O TOUREIO A PÉ

IMG_6211.JPGO toureio a pé na Moita teve em Sebastian Castella o seu melhor executor e promotor. Toureou com arte e temple, para além desse selo muito próprio, dessa identidade e personalidade única na forma de  interpretar o toureio. Castella presenteou-nos com toureio de enorme qualidade mas o público tardou em responder. Olé Castella!!!

 

Joaquim Ribeiro “CUqui” foi o seu alternante. Sem corridas, só com uma enorme

IMG_6111.JPGafición e um querer desmedido poderiam suplantar as dificuldades. E “Cuqui” mostrou o seu valor, a sua arte, a sua vontade de triunfar.

 

No capítulo dos novilheiros, e com boas actuações, estiveram Paula Santos, João D’Alva e Luís Silva.

 

TOUREIO A CAVALO: ANTÓNIO TELLES, LUÍS ROUXINOL E JOÃO MOURA JR

Tourear alguns toiros impõe ultrapassar uma determinada barreira, física e mental, capaz de marcar a diferença. Implica superar mentalmente aquele espaço que é do toiro e onde o cavalo tem de ter arte e engenho para o ultrapassar sem sofrer toques desnecessários. Implica lidar na total acepção da palavra. E esse feito esteve a cargo de António Telles na corrida dos “Teixeiras”, de Luís Rouxinol frente ao toiro de Palha e de João Moura Jr no toiro de Prudêncio da última corrida.

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Três estilos, três concepções de toureio, três lides em que os toureiros sobressaíram  e se impuseram aos toiros como, aliás, se espera, porque o domínio tem de ser do homem sobre a montada e sobre o toiro.

 

Rui Fernandes cumpriu no seu segundo toiro; Filipe Gonçalves mostrou a sua garra; João Telles teve momentos do bom toureio frente ao de “Grave”; Francisco Palha podia ter voado alto frente ao de Asecnsão Vaz. E Luís Rouxinol Jr mostrou que é já um valor seguro entre os mais novos.

 

Nos praticantes cumpriram a papeleta Francisco Correia Lopes e Manuel Oliveira.

 

FORCADOS COM SORTES DIFERENTES

Foram 4 os Grupos de Forcados que pisaram a arena da “Daniel do Nascimento” para pegarem os toiros e novilhos: Amadores da Moita, Aposento da Moita, Évora e Alcochete.

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Boa prestação tiveram os Amadores da Moita no primeiro dia, assim como os Amadores de Évora e de Alcochete na corrida de encerramento da Feira, com dois exemplos que queremos destacar: nos momentos mais complicados, foram os cabos a ir para a cara dos toiros, aumentando a confiança e coesão dos seus comandados. Nuno Santana após a lesão de Fernando Quintella e João Pedro Oliveira que encerrou a prestação do seu Grupo frente ao toiro de Grave.

 

Noite complicada, muito por falta de ajudas atempadas, de coesão e de uma verdadeira voz de comando, tiveram os Amadores do Aposento da Moita na corrida de 5ª feira. Contámos mais de 25 tentativas para pegar os toiros que saíram com pata, duros nas reuniões, que empurraram com força, que bateram forte, e exigiram unidade e coesão nas ajudas – o que não aconteceu – e rapidez nas decisões. Não fizeram nos forcados nada que não tivessem feito durante a lide. E é extremamente importante saber ler essas reacções dos toiros ao longo da lide.

 

Não estiveram felizes os rapazes da jaqueta do Aposento da Moita numa corrida que lhes deve servir para uma profunda reflexão. Nada mais que isso porque valor já o demonstram muitas vezes.

 

Aqui fica lista dos forcados que pegaram nesta feira da Moita.

 

Pelos Amadores da Moita: Fábio Silva (1ª) e Luis Lourenço (2ª).

 

Pelos Amadores do Aposento da Moita na novilhada: António Ramalho e  João Gomes ambos à 1ª. E na corrida de 5ª feira: José Henriques (à 4ª); João Vasco Ventura à 3`; Salvador Pinto Coelho fez 4 tentativas e foi dobrado por Martim Afonso (1ª); João Gomes (2ª), Ruben Serafim (4ª), José Maria Bettencourt (5ª) e Miguel Fernandes dobrado depois de 2 tentativas por Luís Fera (1ª).

 

Os Amadores de Évora tiveram na cara dos toiros; João Madeira (1ª), Miguel Direito (1º) e João Pedro Oliveira (3ª).

 

Por Alcochete foram à cara dos toiros: Pedro Gil (1ª), Fernando Quintela dobrado após 2 tentativas por Nuno Santana (1ª) e João Machacaz (1ª).

 

E assim terminou mais uma Feira Taurina da Moita onde as tauromaquias populares, de rua, voltaram a ter uma esmagadora maioria de público, com especial destaque para a tarde do fogareiro.

 

Toiros na Rua ou na Praça? Corridas de toiros em dia de trabalho e com horário nocturno ou à tarde e nos fins de semana das festas? Decide quem puder (e quiser)!!!    

 

Texto e fotos: António Lúcio

LOGROÑO E MADRID – PRÓXIMAS TRANSMISSÕES DIRECTAS NO CANAL TOIROS TV

19.09.17 | António Lúcio / Barreira de Sombra

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Sábado 23 o Canal Toiros TV transmitirá em directo a corrida de Logroño e, posteriormente, a Feira de Outono de Madrid.

São estes os cartéis, dias e horas (hora portuguesa)

LOGROÑO. Feria de San Mateo

Sábado 23 de Setembro (17:00h): Toiros de Victorino Martín para Curro Díaz, Juan Bautista e Román.
 
MADRID. Feria de Otoño

Quarta 27 de Setembro (17:00h): novillos de El Ventorrillo para Jesús Enrique Colombo, Leo Valadez e Carlos Ochoa

Sexta 29 de Setembro (17:00h): Toiros de Núñez del Cuvillo para Antonio Ferrera, Sebastián Castella e Luis David Adame

Sábado 30 de Setembro (17:00h): Toiros del Puerto de San Lorenzo para Miguel Ángel Perera, Juan del Álamo e López Simón

Domingo 1 de Outubro (17:00h): Toiros de Adolfo Martín para Antonio Ferrera e Paco Ureña, mano a mano.

IMPORTANTE REFLEXÃO DE ANTÓNIO PEÇAS SOBRE OS MEIOS DE SOCORRO NAS PRAÇAS DE TOIROS

19.09.17 | António Lúcio / Barreira de Sombra

António Peças, antigo forcado dos Amadores do Aposento da Moita e médico cirurgião, publicou na sua página de Facebook esta importante reflexão sobre os meios de socorro nas praças de toiros, e que reproduzimos com a devida vénia:

“As mortes dos forcados Pedro Primo e Fernando Quintella deixaram consternados o país em geral e os aficionados em particular.


Confesso que, enquanto ex-forcado e médico cirurgião, me sinto particularmente sensibilizado e revoltado com a perda destas duas vidas.


É precisamente por esse motivo que, na véspera do funeral do Fernando Quintella, após muitas horas de reflexão, decidi escrever este texto. Não o poderia deixar ir embora sem o escrever.


Não posso calar a minha indignação por tudo aquilo que, no que à segurança dos artistas em geral e dos forcados em particular, nomeadamente às condições (in)existentes nas enfermarias da quase totalidade das nossas praças de toiros, diz respeito.


Abordo este assunto porque dele tenho vasto conhecimento: fui forcado durante dez anos, participei em várias reuniões da ANGF em que este assunto foi ventilado e já por diversas ocasiões fui médico de serviço nas enfermarias de várias praças de toiros fixas e nalgumas praças de toiros móveis.


Recordo-me perfeitamente de ter participado em várias reuniões da ANGF, algures entre 2001 e 2005, enviado como representante do então Cabo (Hélder Queiróz) do meu grupo de forcados, o Aposento da Moita do Ribatejo.


Enquanto médico o meu único foco foram sempre a questão da segurança (as “bandarilhas à espanhola”) e as condições das enfermarias das praças de toiros. Todos os participantes nessas reuniões não me deixarão mentir quando tal afirmo. E todos sabem perfeitamente qual a importância que na altura foi dada às minhas preocupações. Alguns dos então dirigentes da ANGF chegaram, em mais do que uma ocasião, a solicitar ao Hélder Queiróz que não me enviasse às reuniões, devido ao desconforto que constituía a minha abordagem repetida às questões acima referidas.


Hoje, passados mais de dez anos, pergunto: o que foi feito nesse sentido?


Tendo o Decreto-Lei n.º 89/2014, que aprova o Regulamento do Espectáculo Tauromáquico, sido aprovado no dia 11/6/2014, quem é que o cumpre no que às competências do médico e do enfermeiro diz respeito? E quem é que o cumpre no que ao material que obrigatoriamente tem que estar disponível nas enfermarias?


Há mais de dez anos que sei do que falo e de todas as vezes que fui médico de uma enfermaria numa praça de toiros fixa ou numa praça portátil não só cumpri o decretado no que ao material diz respeito como, inclusivamente, fui portador de material acrescido que penso poderá ser necessário.


Que o digam os senhores inspectores do IGAC com quem, em Maio, me cruzei à tarde em Coruche e à noite na Moita do Ribatejo.


Sou cirurgião, possuo a competência em emergência médica pela Ordem dos Médicos, sou médico de VMER e dos helicópteros de emergência médica do INEM.


Os enfermeiros que comigo trabalharam, salvo pontuais excepções, possuíam as competências exigidas no Decreto-Lei!


E sempre me fiz acompanhar pelo José Ribeiro da Cunha, ex-cabo do grupo de forcados de Coruche, tripulante de ambulâncias de emergência médica do INEM e possuidor de um grande à vontade dentro de praça. Esta situação, por muito descabida que possa parecer a alguns, é fundamental em determinadas situações, nomeadamente porque o primeiro contacto com a vítima deve ser realizado por pessoas conhecedoras das regras fundamentais da abordagem a um traumatizado.


Quem já nos viu trabalhar observou que nos dirigimos de imediato para dentro da praça, para junto da vítima, ao contrário daquilo que se verifica na grande maioria das situações, ou seja, a equipa médica a aguardar pelas vítimas dentro da trincheira ou na enfermaria. Os médicos sabem que, nas situações graves, todos os segundos contam!


Posto isto, quando leio as afirmações dos senhores José Luís Gomes e Paulo Pessoa de Carvalho não posso deixar de ficar incrédulo!


Não têm conhecimento do referido Decreto-Lei???


O Sr. José Luís Gomes foi cabo do grupo de forcados amadores de Lisboa durante muitíssimos anos, é pai do actual cabo (que, por sinal, já sofreu uma lesão gravíssima enquanto pegava), é dirigente da ANGF e afirmou, passo a citar, "as enfermarias [praças de toiros] têm que estar devidamente apetrechadas com suportes, mesmo à porta, para este tipo de casos (colhidas). Era importante ter logo ali um veículo que estabilizasse o forcado"?? Dedo na ferida…?!? O que era importante era fazer cumprir o Decreto-Lei!!! Lá está pasmado tudo aquilo que uma enfermaria tem, obrigatoriamente, que possuír! E não se cumpre porquê? E o que fez a ANGF para que seja cumprido? Ou o que fez o Sr. José Luís Gomes para que seja cumprido nas praças onde organizou corridas de toiros? Ou, porque em Cuba nenhum dos grupos era associado, o que aconteceu não é da incumbência da ANGF? Continuem-se a discutir os vetos, que é assunto muito mais importante…!


Quanto ao Sr. Paulo Pessoa de Carvalho, que não é médico, com que conhecimento afirma que “infelizmente os acidentes que aconteceram, não era uma enfermaria por melhor que fosse que iria salvar uma vida. Lamentável estas mortes que a todos nos marcaram, mas quis o destino que as colhidas tivessem tido consequências para as quais a medicina e a capacidade de intervenção humana, não está preparada para uma resposta como gostaríamos”??

Pergunto: quanto tempo demorou o oxigénio a chegar à enfermaria? E o aspirador de secreções? E quanto tempo demorou a chegar o apoio diferenciado (VMER de Almada) à praça de toiros da Moita?? Vai-se exigir a presença de uma VMER em cada praça de toiros porque o Regulamento não é cumprido? Ou vamos continuar a deixar que o “destino” se encarregue de exercer a sua função??


E como explica que, perante a questão “será que se descurou a segurança dos intervenientes num espetáculo tauromáquico?” tenha podido responder “não acho de forma alguma que isso tenha acontecido, posso mesmo dizer que aconteceu o contrário, a segurança cada vez mais está e esteve neste caso, na ordem do dia. Evoluiu-se muito mesmo, mas não podemos esquecer que esta é uma atividade de enorme risco e por mais que a prevenção seja boa, os acidentes graves acontecem infelizmente”? Evoluiu-se?? Nas enfermarias e na exigência das competências das equipas médicas?? A sério?? E o que fez a Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos, da qual o Sr. Paulo Pessoa de Carvalho é presidente, para que as medidas obrigatórias fossem implementadas??


Contam-se pelos dedos de uma mão os empresários que se disponibilizaram a contratar os nossos serviços! 300 ou 400€ são uma exorbitância! Mas depois diz-se que uma vida não tem preço...


Não parecerá estranho que tenham morrido mais forcados em Portugal do que matadores de toiros em Espanha nos últimos anos?? Principalmente sabendo todos nós da gravidade de muitas das colhidas sofridas pelos matadores de toiros naquele país?! Será obra do “destino”, garantidamente…!


Parece-me curioso que, segundo parece, estando em curso uma queixa à Ordem dos Médicos sobre a colega que fez afirmações completamente lamentáveis sobre a morte do Pedro Primo (e eu não poderia estar mais de acordo com a referida iniciativa!) ninguém ainda tenha adoptado semelhante conduta relativamente aos médicos que colocam uma vinheta comprovando a existência das condições exigidas no Decreto-Lei n.º 89/2014!! Parece-me gravíssimo que tal suceda! E penso que, mais cedo ou mais tarde, a Ordem dos Médicos, o Ministério da Saúde ou o IGAC terão que tomar medidas objectivas sobre este escândalo.
Estou consternado, repito, com a morte do Pedro e do Fernando.


Mas mais ainda com o “sacudir a água do capote” que se constata por parte de quem tantas responsabilidades deveria ter, com a inoperância das entidades responsáveis por fazer cumprir o Regulamento e, pelo andar da carruagem, com a certeza de que, se o “destino” assim o entender, mais Pitós, Primos e Quintellas continuarão a ir-se embora sem que nada de concreto seja feito para o tentar evitar…


É esta a forma como se trata um dos espectáculos culturais que mais público arrasta e que mais receitas gera ao país!


Pobrezinha tauromaquia a nossa!

António Peças”