A tão portuguesa manifestação tauromáquica que é a pega teve em 20165, de novo, uma grande expressão em muitas corridas, fosse por pegas de caras de enorme mérito fosse pela actuação de conjunto do Grupo em corridas de grande importância. E o público pode desfrutar desses momentos e aplaudir com força.
O êxito de uma pega depende muito do forcado escolhido, dos terrenos eleitos, de como o forcado cita, provoca a investida, recua e se fecha e de como o grupo ajuda até que se consiga imobilizar a rês. E houve momentos em que os toiros bateram forte, os forcados de cara se fecharam de forma impressionante e aguentaram esses derrotes e com as ajudas a funcionarem em pleno para que se consumassem essas pegas. E houve actuações de conjunto, em corridas em que um só Grupo se encerrou com 6 toiros que ainda hoje se recordam.
Numa temporada em que se despediram vários cabos de forcados, os novos cabos deram bem o exemplo para os outros elementos dos vários grupos, pegando toiros duros e difíceis. Todos eles já tinham provas dadas e por isso espera-se que a nova temporada traga ainda mais emoção nas pegas.
E como em todas as temporadas volta a discutir-se se determinadas pegas deveriam ou não ter sido repetidas ou se efectivamente elas foram consumadas. Isto a propósito de que em algumas situações em que os toiros bateram mais forte ou o grupo não conseguiu aquela coesão total, alguns forcados ficaram com as mãos na córnea mas “pendurados” como também se diz na gíria, ou que ficaram noutra posição menos cómoda ou menos académica.
É uma discussão interessante do ponto de vista da técnica da pega de caras e que deveria ser objecto de análise profunda por parte dos cabos dos diversos grupos de forcados porque é sempre importante conseguir grandes pegas e onde a emoção esteja presente mas que tecnicamente seja correcta e sem que haja dúvidas. Todos sabemos que há toiros e toiros, uns mais complicados que outros e aos quais não se podem dar muitas vantagens mas…
Nesta temporada de 2016 escolhi um conjunto de pegas de caras e de actuações de conjunto de Grupos de Forcados e que foram as seguinte
José Maria Bettencourt (Apos. Moita), Moita, 22.05.16
Diogo Sepúlveda e João Grave (Amadores de Santarém), Santarém, 10.06.16
Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira, Lisboa, 16.06.16
João Romão Tavares (Amadores de Montemor), Lisboa, 28.07.16
G.F.A. Tertúlia Tauromáquica Terceirense, Abiúl, 06.08.16
Miguel Raposo (Amadores de Coruche), Coruche, 17.08.16
Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita, Moita, 13.09.16
Grupo de Forcados Amadores da Moita, Moita, 15.09.16
Aguardemos que os sucessos se mantenham fortes na próxima temporada.