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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

Barreira de Sombra - Temporada de 2016 - 16ª. Crónica – 03/Outubro/2016

04.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Diz o poeta, e confirma o conhecimento e experiência, ‘a palavra é uma arma’. E que arma!

 

A palavra, certa ou errada, é uma arma poderosa. Capaz de ser manipulada por insensatos, facilmente manobrável, de municiação e aquisição simples, natural, a palavra, até na falta dela, é perigosa. Se o ‘silêncio é de ouro’, uma vez dita, escrita, disparada, a palavra mata. Sendo a palavra uma coisa, neste caso uma arma que se consegue sem grande esforço, quando não usada com precaução, com os cuidados devidos, pode ser até letal.

 

Pela palavra se pode morrer, ser morto, ferido de gravidade, ou vegetar. Claro que é com palavras que os homens se entendem, relacionam, estabelecem contactos. Homens e mulheres, que isto hoje de igualdade de sexos, é politicamente relevante saber conjugar bichos, bichas e nem uma coisa nem outra, antes pelo contrário.

 

Mas que raio de coisa se passou, dirão os que nos leêm, que leva a que num espaço dedicado à Festa dos Toiros, se divague sobre a boa, ou má, utilização das palavras?!

 

Nesta Crónica, o sentido do uso da palavra como meio de transmitir um acontecimento, uma opinião, é de indignação.

 

Os que gostam, acompanham a Festa dos Toiros, aficionados ou não, sabem,  reconhecem, que, quer na escrita, quer na oralidade, aqueles que ousam transmitir a outrem, ou a outros, quer através de crónica, relato escrito ou falado, o fazem com elegância. E isto também é válido quando se usa a voz como suporte a imagens, transmitindo o que se passa, ou passou, numa corrida , ou sobre a vida envolvente no mundo dos toiros. A linguagem na Festa dos Toiros, arma-se do que de melhor existe no vocabulário, no dicionário. A elegância no mundo dos toiros, não se circunscreve só aos trajes e arranjos dos intervenientes, homens e animais. Exige-o a Tradição, impoem-no a Cultura, é comportamento natural na fidalguia. Lidar toiros, é tudo o que atrás referi, a que se somam coragem, valentia, arte e sofrimento. Sofrimento fisico, mas sobretudo, sofrimento moral, intimo, de respeito e gratidão. Quando se enfrenta um toiro, joga-se a vida. E quando está em jogo a vida de seres humanos, é coisa que devia de preocupar responsavelmente quem, por dever de oficio, ou encantamento lúdico, escreve, ou descreve o que viu, ou vê, testemunha.

 

Daí que, confesso que estou, fiquei, indignado, para não dizer outra coisa menos elegante, ao ler num dos portais espanhóis que com assiduidade navego, o Mundotoro, este naco de prosa que a seguir reproduzo, sem tradução:  La final del Camino hacia Las Ventas comenzó con la anécdota de ver al sobresaliente haciendo su particular paseíllo.

 

A “… anécdota de ver al sobresaliente haciendo su particular paseíllo”, no dizer do escriva de serviço, como mais adiante escreve, é porque o dito cujo sobressalente, cumprindo uma promessa antiga, iniciou o ‘paseíllo’ de joelhos. De ‘rodillas’, que horror! Ousar iniciar umas cortesias, me Las Ventas, de joelhos, ainda que só uns metros, é uma afronta, denuncia o escriba.

 

Será que este escriva, este pedaço de asneira, este pedante, não conseguiu entender o que ia na alma deste ‘sobresaliente’? Na sua pesporrência de ‘sumidade em touradas’, não compreendeu a coragem, a generosidade humana do ‘sobresaliente’, cumprindo uma promessa, agradecendo a oportunidade de pisar em traje de luces, uma arena que é uma miragem na recusa como figura que tudo fez para por ali caminhar, pisar?

 

Ou a ‘anédocta’ em castelhano quer dizer coisa diferente de como a entendemos por cá? Por certo existe palavra muito mais bonita para brindar este momento e o gesto!

 

Triste mundo touro!           

 

Por hoje é tudo.

Do Norte com um abraço  

José Andrade

A marca Touradas lança a campanha #partilhaatuapaixao 

03.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra
 

Depois do lançamento da marca esta é a sua primeira campanha. Trata-se de uma campanha online onde todos são desafiados a partilharem fotos daquilo que os apaixona, no site Touradas, e construir uma ação de promoção da tauromaquia em conjunto com a marca. 

 
Podem ser fotos de touradas, cavalos, fotos com os amigos nos toiros, o sol, a praia, o campo… o que quiserem. À medida que as fotos forem sendo partilhadas no site, vai começar a surgir o logo da marca Touradas preenchido com as fotos partilhadas. Quando o toiro estiver completo, termina a campanha, e irá ser feita uma ação na cidade de Lisboa, com todas as fotografias partilhadas.
 
A 12 de Outubro irão ser sorteados 5 bilhetes duplos, entre os participantes da campanha, para a corrida de Gala à Antiga Portuguesa no Campo Pequeno. No final da campanha vão ainda ser sorteados os primeiros produtos de merchandising da marca Touradas que irão parar, em exclusivo, às mãos de 10 sortudos. 
 
De que está à espera? Entre já em www.touradas.pt/noticia/partilhaatuapaixao e participe!

 

 Campanha #partilhaatuapaixao.png


 

COMEÇAM A PERCEBER O QUE FAZ FALTA???

03.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

A temporada de 2016 está quase no final e deu evidentes sinais de cansaço de algum tipo de cartéis que não levam público ás bancadas nem transmitem a emoção e o risco que esta arte tem inerente. Ao invés. Nalguns cartéis que foram diferentes - e falamos dos que tiveram toureio a pé – a grande maioria do público foi porque houve essa diversidade que faz a diferença e porque algo de novo se lhe apresentava.

 

É importante que os empresários entendam esta mudança de paradigma. E que entendam, também, que com alguns nomes sonantes á cabeça, o toureio a pé irá ser a fonte de renovação que o nosso espectáculo carece. Ainda que alguns continuem a dizer que não (entendemos perfeitamente a sua preocupação: apoderam artistas sem capacidade convocatória nas bilheteiras).

 

Bem organizados, os cartéis de corridas mistas podem voltar a ter a importância que tiveram no século passado, com a sua clientela bem definida e a voltar a encher praças. Este ano viu-se essa mudança, em especial no Campo Pequeno, e com bons espectáculos e público virado para o toureio a pé em muitas outras.

 

Lisboa foi ponto de mudança com El Juli o ano passado. Lembram-se da sua passagem pela arena lisboeta e histórica saída em ombros? Juan José Padilla na Moita… António João Ferreira e Pedrito de Portugal nas Caldas da Rainha… E este ano: Lisboa com Morante de la Puebla, com Padilla, Finito e Dias Gomes e o primeiro a voltar a sair em ombros; com El Fandi em Abiul e Moita. António João Ferreira em Vila Franca, e o festivais que por aí se realizaram, nomeadamente os de Mourão, de Sobral de Monte Agraço, da Fundação LVida em Lisboa.

 

Onde é que houve tão grande emoção e envolvimento do grande público? Onde é que viram o público a aplaudir de pé com tão grande intensidade?

 

Será preciso mais evidências de que o toureio a pé está aí, de novo, com capacidade convocatória e, mais ainda, com capacidade para provocar a revolução nos cartéis e trazer de volta a corrida mista dos tempos de Diamantino Vizeu e Manuel dos Santos entre tantos outros???

 

Com a presença de algumas figuras de Espanha, França, México e os portugueses Pedrito de Portugal, Nuno Casquinha, António João Ferreira, Manuel Dias Gomes e alguns dos jovens novilheiros como Diogo Peseiro, vêm dizer que não há qualidade suficiente para esse desiderato?

 

O próximo ano terá de ser de consolidação desta alternativa. Apesar de uns quantos que não conhecem a história… Cá estaremos para ver e analisar!

António Lúcio

MANUEL TELLES BASTOS NO LUGAR DE ANA BATISTA DIA 7 NA CHAMUSCA

03.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

071016 - CHAMUSCA.jpg

 

Esta Corrida de Toiros Mista, com o particular de uma Homenagem das “Gentes da Parreira” a Mestre David Ribeiro Telles, passa a ter a inclusão do cavaleiro Manuel Telles Bastos, neto de Mestre David Ribeiro Telles, rematando assim de forma muito apropriada ao acontecimento, esta imprevista substituição.

 

Assim o cartel passará a ser o seguinte:

 

Cavaleiros:

- António Telles

- Manuel Telles Bastos

 

Matador:

- Pedrito de Portugal

 

Forcados:

Amadores da Chamusca

Aposento da Chamusca

 

Toiros:

- 4 de Fontembro (lide a cavalo)

- 2 de Torrestrella (lide a pé)

AS FOTOS DA CORRIDA DE HOJE EM VILA FRANCA DE XIRA

02.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

HOMENAGEM AO MAESTRO JOSÉ JÚLIO

LUÍS ROUXINOL

 

FILIPE GONÇALVES

FORCADOS DE VILA FRANCA

FORCADOS DE CORUCHE

ANTÓNIO JOÃO FERREIRA

 

TOUREIO A PÉ SOMA PONTOS EM VILA FRANCA NA HOMENAGEM A JOSÉ JÚLIO

02.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Praça de Toiros “Palha Blanco “ – Vila Franca de Xira – 02.10.16 – Corrida Mista

Director: Rogério Jóia – Veterinário: José Luis Cruz – Lotação: 50%

Cavaleiros: Luís Rouxinol, Filipe Gonçalves

Forcados Amadores: Vila Franca e Coruche

Matador: António João Ferreira

Ganadarias: Passanha (4 lide a cavalo), Falé Filipe (2 lide a pé)

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TOUREIO A PÉ SOMA PONTOS EM VILA FRANCA NA HOMENAGEM A JOSÉ JÚLIO

 

Corrida mista, domingo da feira anual de Vila Franca de Xira, homenagem ao maestro José Júlio (que teve lugar no intervalo e foi emotiva!...). Presença escassa de público para o acto e um espectáculo que teve no toureio a pé os seus melhores momentos com uma primeira lide de António João Ferreira em muito bom nível frente a um toiro sério e enraçado de Falé Filipe.

 

O terceiro toiro foi destinado ao toureio a pé e muito bem recebido por António João Ferreira de capote com verónicas bem desenhadas e um quite por cingidas chicuelinas. A faena de muleta foi de poderio, aguentando bem as enraças e encastadas investidas do toiro em três tandas de derechazos e outra de naturais, com a muleta sempre bem colocada. A faena manteve o elevado nível durante quase todo o tempo e no final houve umas quantas manoletinas antes de simular a estocada.

 

O último da corrida também mostrou raça e foi recebido por verónicas e um quite por gaoneras. No que diz respeito à faena de muleta, o toiro exigia que a mesma estivesse bem colocada pois tinha o defeito de derrotar por alto sempre que a muleta estava ao alcance. Houve momentos de muito interesse com muletazos muito bem desenhados, em especial una derechazos que foram largos e profundos. Pedro Paulino e João Ferreira saudaram de montera em mão após um excelente tércio de bandarilhas.

 

No que se refere ao toureio a cavalo, Luís Rouxinol abriu a corrida com uma lide onde procurou interessar o toiro nas montadas e cravou com acerto a ferragem da ordem. No quarto da tarde foi projectado com alguma violência contra as tábuas antes de cravar o primeiro comprido, o primeiro dos quais de muito boa execução. Nos curtos, segundo e terceiro foram de boa execução e rematou com um de palmo e um par de bandarilhas.

 

Filipe Gonçalves lidou o segundo da ordem e destacou-se no segundo curto, bem colocado e bem rematado. No quinto da tarde/noite optou por cravar ferros a câmbio, nem sempre ajustados e o seu melhor ferro foi o quarto em que saiu bem para o toiro e quarteou no momento certo para uma ajustada reunião.

 

Os toiros foram pegados pelos Amadores de Vila Franca e pelos Amadores de Coruche. Por Vila Franca foram caras Francisco Faria à primeira a ter de ir a terrenos do toiro, recuar bem e fechar-se com raça, tal como David Moreira que teve muita decisão no momento da reunião. Por Coruche Paulo Oliveira esteve muito bem e consumou à primeira e João Mesquita sofreu fortes derrotes e consumou com raça e determinação à segunda tentativa.

 

Os toiros de Passanha foram mansotes no geral, tiveram pouco “motor” e escassa emoção e pesaram entre os 520 e 580 kilos. Quanto aos de Falé Filipe, foi encastado, enraçado e sério o terceiro da corrida e encastado o saído em último.

 

Direcção acertada de Rogério Jóia, assessorado pelo veterinário José Luis Cruz.