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BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

BARREIRA DE SOMBRA

Desde 13.06.1987 ao serviço da Festa Brava

ANÁLISE Á TEMPORADA 2016 «BARREIRA DE SOMBRA» - GRUPOS DE FORCADOS E FORCADOS AMADORES

30.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

A figura tipicamente portuguesa do Forcado Amador continua a levar a emoção às bancadas e a dar que falar em muitas das corridas seja porque houve uma grande pega ou porque teve lugar uma grande actuação de conjunto. Por isso, na nossa apreciação ao que se passou em 2016, escolhemos alguns forcados e as duas pegas e também vários Grupos pela sua prestação de conjunto.

 

José Maria Bettencourt (Apos. Moita), Moita, 22.05.16

“A AFIRMAÇÃO DO ESPÍRITO DO FORCADO. TARDE INESQUECÍVEL PARA O NOVO CABO DOS AMADORES DO APOSENTO DA MOITA

A entreajuda, o espírito de grupo, a capacidade de sacrifício demonstrada, foram enormes. E na pega do novo cabo até um antigo forcado, hoje bandarilheiro, Gonçalo Veloso, tentou ajudar com uma primeira de excelência quando o bruto fugia em louca correria a todo o grupo e a tantos que saltaram à arena para tentar parar o touro. Momentos que se recordarão durante anos.

A tarde foi, nitidamente, dos Forcados do Aposento da Moita. Seguiu-se a troca de jaquetas e José Maria Bettencourt, o novo cabo, em 4 estóicas tentativas , suportando fortíssimos derrotes e essa fuga descontrolada na primeira tentativa, e consumando a sesgo.

Diogo Sepúlveda e João Grave (Amadores de Santarém), Santarém, 10.06.16

“QUE BELO EXEMPLO DERAM OS CABOS DO GRUPO DE FORCADOS AMADORES DE SANTARÉM.

A Monumental “Celestino Graça” registou uma interessante entrada de público, apesar de bem longe de tempos recuados quando a corrida do 10 de Junho era de lotação esgotada ou bem perto disso. Sinais dos tempos que se vivem… Mas a tarde teve um público interessado e participativo e os dois cabos do Grupo de Forcados Amadores de Santarém, o cessante Diogo Sepúlveda e o recém-entronizado João Grave deram mostra cabal do seu valor, da sua raça, da técnica e do exemplo que foram e serão para os seus comandados. Saltaram à arena com a habitual galhardia e senhorio, conscientes do peso da tradição que carregam sobre os ombros e conseguiram fazer levantar o público das bancadas após a consumação das respectivas pegas de caras e nas voltas à arena.

E porque o simbolismo da troca de jaquetas marcava o cartaz e a tarde, comecemos pelas pegas de caras. Diogo Sepúlveda saltou à arena para pegar o imponente primeiro da tarde. Citou com garbo, alegrou a investida do toiro, marcando bem todos os tempos e fechando com determinação à primeira tentativa, a suportar alguns derrotes fortes e com o grupo a fechar bem. Trocadas as jaquetas e após a tradicional volta à arena com os seus comandados, foi João Grave para a cara do segundo da ordem. Grave esteve muito bem a citar e a fechar-se com denodo e um par de braços de ferro para suportar dois derrotes fortes e viajar até bem junto de tábuas já com o grupo bem colocado a fechar superiormente.

Grupo de Forcados Amadores de Vila Franca de Xira, Lisboa, 16.06.16

“TRIUNFO MAIOR DOS AMADORES DE VILA FRANCA

E os triunfadores foram, sem margem para dúvidas, os Amadores de Vila Franca. Tal como em outras ocasiões e perante as aparentes dificuldades que o primeiro da noite podia apresentar ao forcado, o cabo Ricardo Castelo deu o exemplo e o mote e saltou à arena para consumar uma rija pega de caras ao primeiro intento, bem ajudado. Seguiu-se Francisco Faria, com uma rija intervenção à segunda tentativa. No terceiro da noite foi para a cara Rui Godinho com uma boa intervenção à primeira, tal como seriam as restantes 3 pegas de caras por intermédio de Vasco Pereira, Ricardo Patusco e David Moreira. Um conjunto de 6 actuações de muito bom nível dos Amadores de Vila Franca que, pela primeira vez desde a reinauguração do Campo Pequeno se encerraram com seis toiros nesta praça.

João Romão Tavares (Amadores de Montemor), Lisboa, 28.07.16

“Seguiu-se-lhe João Romão Tavares com um pegão enorme à 1ª tentativa com fortes derrotes pelo meio.”

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G.F.A. Tertúlia Tauromáquica Terceirense, Abiúl, 06.08.16

“Grandes pegas de caras foram concretizadas por intermédio de João Pedro Ávila (à 1ª), Luis Cunha (rija à 1ª e bem ajudado) e ainda Tomás Ortins (grande momento consumado à primeira com o toiro a empurrar forte e o grupo a ajudar bem) pelo Grupo da T.T. Terceirense.

Miguel Raposo (Amadores de Coruche), Coruche, 17.08.16

“A pega da tarde esteve a cargo de Miguel Raposo (no quinto da tarde), que aguentou na cara do toiro com as ajudas a serem “ceifadas”, arrancando fortes aplausos e sendo, merecidamente, chamado ao centro da praça para ovação. “

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Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita, Moita, 13.09.16

“Os Forcados Amadores do Aposento da Moita encerraram-se em solitário e foram triunfadores com pegas de enorme valor. Abriu praça Miguel Fernandes que consumou com facilidade ao primeiro intento; Salvador Pinto Coelho fechou-se bem no segundo também ao primeiro intento e João Ventura encerrou a primeira parte da corrida com uma rija cara à primeira. Na segunda metade da corrida pegaram de caras Ruben Serafim numa rija cara á segunda; o cabo José Maria Bettencourt na pega da tarde aguentando fortes derrotes na fase final da pega e Bernardo Cardoso que se fechou com raça e decisão à primeira no que encerrou praça.

Grupo de Forcados Amadores da Moita, Moita, 15.09.16

“Para as pegas saiu o Grupo de Forcados Amadores da Moita que concretizaram duas grandes pegas de caras ao primeiro intento por intermédio de Fábio Silva e Nuno Santos.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANÁLISE Á TEMPORADA 2016 «BARREIRA DE SOMBRA» - O TOUREIO A CAVALO - CAVALEIROS PRATICANTES E AMADORES

30.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Não foram muitos os espectáculos que presenciámos que tivessem a presença de cavaleiros praticantes e amadores. No conjunto dos que vimos actuar na primeira categoria (praticanteas), destacaram-se:

 

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Luís Rouxinol Jr, Montijo, 02.07.16

Luís Rouxinol Jr teve uma lide que chegou ao público, com boas preparações e remates das sortes, alguns ferros de boa nota, com garra e muito competitivo. Foi uma prestação muito agradável do jovem Rouxinol que mostra, cada vez mais, estar preparado para outros desafios.

 

Francisco Correia Lopes, Lisboa, 11.08.16

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O terceiro cavaleiro, Francisco Correia Lopes, foi uma agradável surpresa frente a um novilho de Luis Rocha de muita qualidade e que valeu a chamada do representante da ganadaria para volta à arena. Uma lide bem construída, de menos a mais e com alguns ferros curtos de muito boa nota saindo como triunfador neste capítulo.

 

Parreirita Cigano, Lisboa, 13.10.16

Noite de encerramento da temporada lisboeta e uma vez mais foi o mais jovem do cartel a marcar a noite com uma grande actuação, em crescendo e com ferros de enorme mérito na fase final. Um nome a tomar em linha de conta: Parreirita Cigano

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Quanto aos amadores, vimos actuar Inês Carvalho que deu um ar de graça nas Caldas da Rainha e Joaquim Brito Paes  (Caldas da Rainha – 15.08.16)que pode ser um caso sério.

ANÁLISE Á TEMPORADA 2016 «BARREIRA DE SOMBRA» - O TOUREIO A CAVALO - CAVALEIROS DE ALTERNATIVA E REJONEADORES

27.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

A temporada de 2016 teve também alguns grandes momentos de toureio a cavalo ou não fosse Portugal a Pátria desta modalidade de toureio que tão bem outros têm sabido copiar e criar espectáculo a  partir das regras básicas do bom toureio equestre.

Seleccionei 10 momentos que, com cavaleiros de alternativa e rejoneadores, foram destaques nas crónicas do «Barreira de Sombra»

 

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João Ribeiro Telles, Almeirim, 29.05.16 (por Miguel Dias)

Para o fim, o melhor. João Ribeiro Telles teve todo o mérito do seu tio, tendo-lhe adicionado o factor espectáculo. No primeiro da tarde, soube trabalhar o toiro, ganhando conforto durante a lide para pôr e dispor. No segundo, em receita que ganha não se mexe, foi novamente em crescendo mostrando maturidade no labor do exemplar, onde esteve como quis, terminando com o sempre entusiasmante ferro em sorte de violino. Foi o mais aplaudido

 

Ana Batista, Caldas da Rainha, 11.06.16

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O segundo da ordem, também de Teixeira, com nítidos problemas na vista esquerda, manso, bruto nas investidas, obrigou Ana Batista a usar de toda a sua experiência para lhe deixar os ferros. Foi uma actuação de grande raça, de entrega total, e arriscando bastante nos três últimos curtos, pisando terrenos de grande compromisso e cravando como mandam as regras.

 

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Rui Fernandes, Santarém, 10.06.16

Rui Fernandes está em bom momento e deixou-o bem patente nesta tarde de 10 de Junho em Santarém. O seu primeiro teve algumas complicações mas o toureiro deu-lhe a volta nos curtos com um segundo de muito boa nota ao pitón contrário e outro em curto a pisar terrenos de compromisso. Mas seria no quinto da ordem que teria os melhores momentos da tarde. O segundo comprido a aguentar em tábuas a investida do toiro uma série de curtos em crescendo com quinto e sextos de nota excelente em sortes muito bem executadas e com reuniões ajustadas.

 

Pablo Hermoso de Mendoza, Lisboa, 02.06.16

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Pablo Hermoso de Mendoza esteve bem em ambos os toiros. Recebeu com dois bons compridos o segundo da noite, lidou bem e cravou alguns bons curtos ante o toiro que não transmitia. No que foi quarto da ordem voltou a mostrar porque é figura com uma lide muito bem conseguida, consentindo bem nas reuniões na ferragem curta e com bons momentos de brega.

 

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João Moura, Lisboa, 28.07.16

João Moura teve por diante o melhor toiro da corrida, com imensa presença e trapio, um toiro bravo e com codícia, bem recebido em duas voltas á arena e depois, com os compridos e com os curtos foi uma lide «à Moura», a lembrar tempos antigos. Entrar nos terrenos do toiro com batidas ao piton contrário ou cambiando, mostrando-se de largo e rematando com classe as sortes, com destaque para os terceiro e quarto curtos. Infelizmente e por prolongar demasiado a lide houve dois ferros de inferior valia, terminando com um bom palmito.

 

Andy Cartagena, Abiúl, 06.08.16

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Andy Cartagena (…) O quinto da ordem foi também demasiado castigado pelos peões de brega sem que nada o justificasse. Cartagena esteve bem nos curtos, principalmente nos três primeiros, seguindo-se um violino com velocidade demasiada mas que deixou o público de pé quando no remate colocou o cavalo em levada, um ar de alta escola, e repetiu a dose ante a exigência popular. Deu duas voltas à arena, tal como o forcado.

 

Duarte Pinto, Arruda dos Vinhos, 16.08.16

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Duarte Pinto foi o vencedor do troféu em disputa para a melhor lide (júri composto por este servidor, António Vasco Lucas e José Carmo Marques) e justamente diga-se em abono da verdade. Lidou com preceito, procurou colocar o toiro nos melhores sítios, entendeu perfeitamente os terrenos e deu-lhe a lide que o toiro requeria. O segundo comprido, a sesgo, é de muito boa nota. E com o toiro a escolher a defesa de tábuas foi aí que o atacou em dois ferros que o obrigaram a sair desses terrenos, permitindo depois a Pinto a cravagem de mais dois em sortes frontais bem executadas, quarteio aberto no momento certo para cravar. É um conceito de lide que encaixou perfeitamente nas condições do toiro e onde lhe deu a volta como é comum afirmar-se.

 

Diego Ventura, Moita, 13.09.165

Diego Ventura foi, claramente, o triunfador desta corrida. Recebeu com enorme decisão o seu primeiro com um ferro em sorte de gaiola que rematou

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superiormente com o cavalo a parar-se na cara do toiro após o ferro. E assim continuou com excelentes momentos de brega, de domínio total da montada e do toiro, sempre com a “cara” junto ao estribo. Os ferros que cravou no seu primeiro foram de alto calibre e o público aplaudiu fortemente. E no que foi quinto da tarde/noite, Ventura deu show. A sua actuação é extraordinária do ponto de vista estético, da forma como se colocou de largo para aguentar a investida e cravar como mandam as regras. Sempre a mais na sua lide: na brega, nas sortes, nos remates. Fez com que o público se rendesse por inteiro e, no final, duas voltas á arena. Um triunfo sonoro e importante pelo toureio que fez na arena da “Daniel do Nascimento”.

 

João Moura Caetano, Moita, 13.09.16

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João Moura Caetano, que comemora 10 anos de alternativa, reapareceu na Moita e em grande nível. Uma vez mais “apertado” num cartel com duas figuras, Moura Caetano mostrou decisão e sentiu-se a gosto frente aos dois toiros que teve de lidar. No terceiro da tarde, uma actuação de classe quer na brega quer na forma como abordou as sortes. Toureio de frente, de entradas vibrantes na cara do toiro e ferros bem deixados, superando a aparente sonseria do toiro que teve por diante. E porque “melhor era impossível”, uma grande actuação a encerrar praça. Uma lide que roçou a perfeição. De largo, de praça a praça, aguentou as investidas para cravar os dois primeiros compridos. A brega foi excelente e a série de curtos de elevado quilate no geral. Entradas ao pitón contrário muito bem marcadas, na justa medida para ter o morrilho do toiro à disposição para a cravagem de ferros de muito boa nota. Toiro muito bem colocado, sempre, para que as sortes fossem desenhadas com rigor e as reuniões resultasse templadas, tal como os remates. Uma grande actuação fortemente aplaudida.

 

João Moura Jr, Lisboa, 08.09.16 (por Miguel Dias)

O mais novo entre os três, João Moura Jr, foi a grande estrela da noite. Na sua primeira lide executou um curto de cortar a respiração com batida ao piton contrário, tendo estado francamente bem em todos os ferros que cravou. Apareceu com atitude, deixando um “cheirinho” daquilo que viria a ser a sua segunda

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lide e a actuação da noite neste duelo ibérico. No seu segundo, sexto da ordem, o melhor do lote de Romão Tenório, executou uma actuação que ficará na memória dos aficionados presentes, ao “traduzir” para português o que executa Pablo Hermozo de Mendoza, pondo e dispondo do toiro para cravar a gosto do princípio ao fim. Terminou com dois ferros de palmo.

 

NOTA: fotos de Pablo Hermoso de Mendoza e João Moura Jr, site do Campo Pequeno

Paula Santos recebe “Prémio Temporada 2016” do Conselho Taurino da Moita

27.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

O Conselho Taurino da Moita, reunido no dia 24 de outubro, decidiu, por unanimidade, atribuir o “Prémio Temporada 2016” à Novilheira Praticante Paula Santos.

Paula Santos, aluna da Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita e da Escola de Toureio de Badajoz, toureou 15 festejos entre Portugal e Espanha, tendo triunfado na esmagadora maioria das suas apresentações, sendo de distinguir os êxitos alcançados em Lisboa (Campo Pequeno), Mourão, Moita e Caldas da Rainha, bem como o triunfo clamoroso em La Algaba (Sevilla).

Note-se que Paula Santos foi a primeira mulher portuguesa a tourear a pé em Espanha.

O troféu será entregue no decorrer do jantar de entrega de prémios da Sociedade de Moitense de Tauromaquia, em data a anunciar.

 

Informa: Gabinete de Informação e Relações Públicas Câmara Municipal da Moita

ANÁLISE DA TEMPORADA 2016 DO BARREIRA DE SOMBRA - MATADORES DE TOIROS

25.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Como sempre, e respeitando o nosso lema de que «só falamos do que vemos», iremos abordar o que consideramos terem sido os destaques da temporada 2016 do “Barreira de Sombra”.

Os nossos destaques não podem ser, nem mais nem menos, aqueles que foram titulares das nossas crónicas. E como referimos na introdução, o grande destaque foi o toureio a pé e, em particular, o que teve lugar no Campo Pequeno e que continua a dar que falar no panorama taurino nacional e internacional.

Juan José Padilla

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Escolhemos o matador de toiros de Jerez para iniciar os nossos destaques pelo facto de ter aberto por duas vezes numa temporada a Porta Grande do Campo Pequeno. Aqui ficam excertos das crónicas dessas duas corridas:

“Lisboa, 14.07.16 - PADILLA DÁ 5 VOLTAS À ARENA, PÚBLICO DE PÉ E SAÍDA EM OMBROS PELA PORTA GRANDE

Goste-se ou não… seja um toureio mais virado para o grande público que para o aficionado mais exigente… seja pela simpatia que irradia… pela forma como chega ao público. Goste-se ou não, Juan José Padilla tem uma conexão fantástica com o público, toureia bem e triunfa. E Lisboa não foi exceção numa noite de entrega total como é seu apanágio e que não deixa ninguém indiferente. Goste-se ou não, o público pôs-se de pé várias vezes e para aplaudir quem? Padilla, está claro. O toureio a pé venceu mais uma batalha nesta noite de 14 de Julho em Lisboa.

Juan José Padilla recebeu o seu primeiro com largas cambiadas de joelhos, seguidas de boas verónicas rematadas com meia e não foi muito feliz no tércio de bandarilhas. Mas com a muleta, o arrojo e decisão que o marcam como toureiro, levaram a um bom início com toureio de joelhos em terra, séries pelo lado direito e uns quantos naturais de boa nota, para terminar “montado” no toiro em toureio de cercanias, metido entre os pitóns e com os habituais desplantes.

No que foi sexto da ordem, de melhor nota, repetiu a dose de capote incluindo chicuelinas e uma serpentina de remate. O seu bandarilheiro cravou um par e como o público exigia, deixou 3 bons pares de bandarilhas. A faena de muleta teve intensidade, de novo de joelhos em terra e no centro da arena, para prosseguir com bons derechazos e naturais, alguns deles de muita classe. No final da muleta o habitual toureio mais próximo dos pitóns e que agrada imenso a uma grande faixa de público e que, de pé, se fartou de aplaudir. No final deu 3 voltas a que somaram as 2 dadas no seu primeiro e que lhe permitiram sair

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em ombros no final pela Porta Grande.”

“Lisboa, 29.09.16 - APOTEOSE DE PADILLA NO CAMPO PEQUENO: 5 VOLTAS Á ARENA E SEGUNDA SAÍDA EM OMBROS

A praça estava de pé aplaudindo Juan José padilla após a lide do quinto da noite. Três voltas ao ruedo, uma delas na companhia do ganadeiro Manuel Veiga. O público não se cansava de ovacionar o toureiro de Jerez que, pela segunda vez consecutiva nesta temporada viria a sair em ombros pela Porta Grande da praça lisboeta. Uma grande faena a um bom toiro ao qual fez sobressair as suas melhores qualidades onde se pode ver Padilla num nível muito bom com a muleta por ambos os pitóns e depois de ter cravado 3 grandes pares de bandarilhas e de se ter luzido de capote. Foi um reencontro idílico com a afición lisboeta e de Portugal, em prol da festa de toiros.

No seu primeiro Juan José Padilla havia dado duas voltas á arena depois de ter estado decidido com o capote em 3 largas cambiadas de joelhos, de ter cravado 3 aplaudidos pares de bandarilhas (2 de violino) e uma curta mas boa faena.”

 Morante De La Puebla

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“Lisboa, 30.06.16 - QUE GRANDE NOITE DE MORANTE EM LISBOA: 30 DE JUNHO, UMA DATA PARA A HISTÓRIA

Faltam, quanto a mim, adjectivos para qualificar as duas enormes lides de Morante na noite de 30 de Junho e que ficará para os anais da nacional tauromaquia como mais um triunfo enorme e inequívoco do toureio a pé. Arte, cadência, temple, arte pura, toureio puro, triunfo sério de um génio do toureio que dá pelo nome de Morante da la Puebla.

E se criadores de moda, de perfumes de raras essências e fragâncias únicas, os criadores de vinhos de mais rara e fina qualidade têm um material de base minimamente garantido, a verdade é que no toureio, se o toiro não é partícipe empenhado para que o êxito aconteça, essa arte efémera, de momento e vivências únicas não pode acontecer. Mas em Lisboa estava Morante e fez Arte!

E de novo abriu o frasco daquelas essências a que apenas os poucos eleitos têm acesso para derramar gotas sobre o albero lisbonense e, de novo, colocar o público em alvoroço com as mais extraordinárias e cadenciadas verónicas, de mãos baixas, mandando uma barbaridade e rematando com outra meia que fez muitra gente levantar-se dos assentos. Que dizer da faena de muleta? As paixões que desata, os sentimentos que desperta esse toureio de queixo bem metido no peito, mãos baixas, pés bem assentes no chão, nos muletazos por baixo, nos trincheirazos, nos passes do desprezo, nos remates de peito que pareciam não ter fim, nos derechazos enormes, profundos… Foi Arte, foi Morante, foi Morarte!”

 Finito de Córdoba

“Lisboa, 27.02.16 - FINITO DE CÓRDOBA BORDOU O TOUREIO COM EXCELENTE NOVILHO DE

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PAULO CAETANO

O festival taurino que abriu na tarde de hoje a temporada de 2016 no Campo Pequeno, que comemora 10 anos sobre a data da sua reinauguração, teve em Finito de Córdoba o grande triunfador após uma excelente e artisticamente bela e profunda faena de muleta. Um entendimento perfeito das condições de lide do excelente novilho de Paulo Caetano.

De capote Finito esteve muito bem nas verónicas de cartel de toiros e depois de ter iniciado a faena de muleta com passes junto à trincheira rematados com um soberbo passe de trincheira, desenhou uma faena de muleta onde a profundidade, a suavidade, a classe e a estética foram notas dominantes, fazendo soar olés e aplausos fortes. Momentos por ambos os pitóns que ficarão para a memória e que as imagens recolhidas também ajudarão a perpetuar. Uma faena “cumbre” de Finito de Córdoba.”

“Lisboa, 29.09.16 - Finito de Córdoba teve duas prestações de interesse para o aficionado. Bem com o capote em ambos os toiros (algumas verónicas foram de cartel de toiros), desenhou alguns dos melhores derechazos e naturais da noite, com impacto, templados e profundos ao primeiro da noite. No seu segundo voltou a luzir-se de capote e com a muleta teve bons detalhes e muletazos preciosos por ambos os pitons.”

Juan Del Álamo

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“Lisboa, 14.07.16 - Juan del Álamo recebeu o terceiro da noite com uma larga afarolada de joelhos, verónicas e chicuelinas e teve uma interessante faena de muleta, metendo o toiro na flanela e com alguns bons muletazos pelos 2 lados. O toiro veio a menos, ficando curto, e o toureiro justificou a sua presença com garra a sacar-lhe os passes. No que encerrou praça e onde lanceou de capote apenas a provar investidas, conseguiu uma boa faena de muleta. Conseguiu dar a volta ao toiro que era distraído e saía solto para tábuas, levando bem para os médios, mudando terrenos e sacando boas séries de muletazos, deixando a muleta na cara do toiro para o impedir de se desligar. Bons momentos que foram aplaudidos com força pelo público e que agradou sobremaneira aos aficionados.”

 Manuel Dias Gomes

“Mourão, 31.01.16 - Manuel Dias Gomes teve momentos verdadeiramente extraordinários com o capote com belas verónicas flectindo o joelho e rematando com meia de muito boa nota. Por baixo iniciou a faena de muleta, passes com mando e temple pelo lado direito, bem ligados. Mérito maior ao dar distâncias bem largas ao citar

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para o primeiro passe, trazer a investida bem metida na muleta, aguentar e ligar como o fez em duas vezes pelo lado direito. Os naturais tiveram classe, largos e profundos, rematando a sua actuação com mais passes pelo lado direito, com muito gosto e agradando profundamente aos aficionados. Um bom cartão de apresentação com vista à temporada.”

 

“Lisboa, 29.09.16 - Apresentava-se em Lisboa o nóvel matador de toiros português Manuel Dias Gomes. Cumpriu no seu primeiro toiro e exibiu-se a um nível elevado no que encerrou praça e que foi premiado com volta à arena. Dias Gomes executou uma faena muito sentida (com sentimento), com muitos muletazos de grande expressividade e qualidade, os quais foram aplaudidos pelo público em muitos momentos, sendo premiado com duas voltas à arena, ganadeiro incluído.”

António João Ferreira

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“Vila Franca, 02.10.16 - O terceiro toiro foi destinado ao toureio a pé e muito bem recebido por António João Ferreira de capote com verónicas bem desenhadas e um quite por cingidas chicuelinas. A faena de muleta foi de poderio, aguentando bem as enraças e encastadas investidas do toiro em três tandas de derechazos e outra de naturais, com a muleta sempre bem colocada. A faena manteve o elevado nível durante quase todo o tempo e no final houve umas quantas manoletinas antes de simular a estocada.

O último da corrida também mostrou raça e foi recebido por verónicas e um quite por gaoneras. No que diz respeito à faena de muleta, o toiro exigia que a mesma estivesse bem colocada pois tinha o defeito de derrotar por alto sempre que a muleta estava ao alcance. Houve momentos de muito interesse com muletazos muito bem desenhados, em especial una derechazos que foram largos e profundos.”Juan Leal

 

JUAN LEAL

ARTE E TEMPLE NO TRIUNFO DA TARDE COM DUAS VOLTAS À ARENA

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“Sobral M. Agraço, 25.04.16 - Recebido o quinto da tarde por verónicas de muita classe, de mãos baixas e um bonito e sempre vistoso quite por “lopecinas”. E a faena de muleta foi daquelas para verdadeiros aficionados tal a sua plasticidade, verdade nos muletazos, largos e profundos, com temple e aproveitando a bondade das investidas do eral, permitindo passes de enorme qualidade e sabor, de perfumadas essências, dominando por completo e fazendo com que o público também se rendesse à magia dos voos da muleta de Juan Leal que brindara ao presidente da Câmara Municipal de Sobral de Monte Agraço. Momentos “cumbre” de uma tarde para recordar.”

David Fandila El Fandi

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“Moita, 15.09.16 - Mas a noite foi de El Fandi em especial pelo que realizou frente ao excelente segundo toiro. Um toiro sério, com classe, nobreza e suavidade nas investidas e que foi justamente aplaudido na recolha e motivou a chamada do ganadeiro para volta á arena. Fandi recebeu o toiro com uma largada cambiada de joelhos, seguida de boas verónicas. Após um tércio de bandarilhas bem preenchido e com um excelente segundo par de poder a poder, a faena de muleta teve enorme qualidade, foi variada na forma e execução dos passes pelos dois pitóns, mandando e templando como se exigia. Houve profundidade e alguns muletazos foram largos, enormes na sua expressão, aproveitando ao máximo as boas condições do toiro. Uma faena que parecia não ter fim porque o toiro respondia sempre que lhe colocava a muleta por diante.”

PREMIADOS DA TERTÚLIA TAUROMÁQUICA SOBRALENSE TEMPORADA 2016

24.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

Triunfadores 2016 em Sobral M Agraço:

 

Ganadaria - Calejo Pires

Espada - Juan Leal

Cavaleiro - Luis Rouxinol Júnior

Forcados - Amadores de Lisboa

 

Menções Honrosas:

 

Novilheiro - joão d'alva

Bandarilheiro - Joaquim Oliveira

 

Galardão de Destaque

 

Luis Miguel da Veiga

CAMPO PEQUENO PARTICIPOU NA FEIRA INTERNACIONAL DE MACAU

24.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

A empresa do Campo Pequeno participou de 20 a 22 de Outubro, na Feira Internacional de Macau.

 

A participação, que ocorre pelo segundo ano consecutivo, teve como principal objectivo estabelecer contactos com operadores turísticos locais, com vista à inclusão dos espectáculos tauromáquicos do Campo Pequeno nos programas de viagem e lazer dos turistas chineses que, anualmente e cada vez em maior número, visitam Lisboa.

 

No dia de inauguração do certame, o stand do Campo Pequeno foi visitado pelo Secretário de Estado Adjunto do Comércio Externo e pelo Presidente da Agência para o Investimento e o Comercio Externo de Portugal, respectivamente Paulo Alexandre Ferreira e Miguel Frasquilho, que se inteiraram dos objectivos e motivações que trouxeram o Campo Pequeno a este importante certame.

 

O Campo Pequeno esteve presente na Feira Internacional de Macau, com um stand institucional, coordenado pela Associação de Jovens Empresários Portugal China, sendo representado pela sua Administradora, Paula Resende e pelo Relações Públicas, Paulo Pereira.

 

"SÓ FALAMOS DO QUE VEMOS" - ANÁLISE À TEMPORADA 2016 DO BARREIRA DE SOMBRA

23.10.16 | António Lúcio / Barreira de Sombra

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“Só falamos do que vemos”, é o nosso lema e é sobre as corridas a que assistimos que nos vamos pronunciar e analisar o que de melhor vimos.

 

O ano de 2016, no que á tauromaquia concerne, e ao que foram os espectáculos que acompanhámos, fica marcado pelo triunfo do toureio a pé e pelas paixões que despertou, nomeadamente no Campo Pequeno e com o fenómeno de extrema popularidade que é Juan José Padilla. Duas saídas em ombros em tantas outras corridas no Campo Pequeno, é obra!

 

Mas a nossa temporada de 2016, começou, como tantas outras, no festival de Mourão e onde, uma vez mais, o toureio a pé teve elevado nível. Diminuímos o número total de espectáculos cobertos numa temporada, umas vezes por motivos de saúde outras pelo cansaço da repetição dos nomes nos cartéis. E terminámos a temporada 2016 com uma ida até Vila Boim, simpática localidade do concelho de Elvas, para presenciar um interessante festival taurino.

 

José Andrade voltou a fazer-nos companhia e a trazer até aos nossos seguidores a sua Tauromaquia Norte / Sul, um comentário com um estilo muito próprio e a sua análise a vários espectáculos que se realizaram no Norte do País.

 

Miguel Dias trouxe até nós uma outra visão, a de um jovem jornalista aficionado, acompanhando alguns espectáculos.

 

O Fernando Clemente (www.parartemplarmandar.com)fez-nos chegar, uma temporada mais, magníficas fotos de tentaderos.

 

E como não podia deixar de ser, agradecer a colaboração do João Dinis e da Solange Pinto (www.touroeouro.com) com fotos e crónicas de grandes momentos e grandes espectáculos onde não nos foi possível estar presentes.

 

Foi com estes cinco amigos que levámos até si o melhor da informação e crítica taurina que pudemos da temporada taurina 2016 em Portugal.

 

Quero exprimir ainda os meus agradecimentos às empresas que facilitaram o nosso trabalho, aos artistas e ganadeiros e a todos quantos fazem a Festa Brava despertar tamanhas paixões.

 

E o que se vai seguir em termos de análise da temporada?

 

Primeiro, uma análise ao que foi o toureio a pé nos espectáculos que presenciámos; depois, os cavaleiros e os forcados; e em terceiro lugar as ganadarias.

 

Tudo durante os próximos dias.

 

Autor da foto: João Dinis

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