Tauromaquia Norte / Sul - Barreira de Sombra - Temporada de 2016 4ª. Crónica
No passado dia 20 deste mês de chuvoso mês de Março, deixei aqui, neste espaço que o meu Amigo António Lúcio me consente, no seu blogue, a minha opinião, de como tinha visto as diferentes corridas das ‘Fallas’ de 2016, em Valência. Uma visão sempre condicionada, ou privilegiada, consoante o ângulo por onde se o queira comentar, uma visão, feita através do Canal Toiros.
Uma opinião, uma visão em que, como é meu timbre, procurei ser o mais isento e o mais sucinto possível, modo de não cansar quem nos lê, destacando assim, o que gostei, ou do que não gostei.
Não referi então nomes, quer dos toureiros, cavaleiros, ganadarias, ou recortadores, sim, que também isso não perdoei de ver.
Perdoei, mas não esqueci, também, algumas manifestações de eloquente e visível preconceito de directores de corrida. E passei por cima de indisfarçáveis posturas de chauvinismo e xenofobia, por parte de alguns assistentes. - Dir-me-ão: - não são todos!? Não são a maioria!?
Pudera!
Num mundo globalizado, isso seria estupidez a mais. Mas que lá, como cá, existem uns sujeitos que se arvoram em ‘donos do patriotismo’, disso não duvidarão os mais atentos. E como a estupidez não é um bem escasso, nem doença endémica… viva a democracia. É em nome dela, da dita cuja democracia, que coisas, atitudes insanas, se têm de consentir. Da democracia e do pluralismo de feitios.
Mas vamos ao que interessa, isto é, vou repetir o que então sobre as Fallas’ de 2016 disse, pois nunca é demais vincar a nossa opinião.
Acabaram hoje as ‘Fallas’, em Valência. Excepcionalmente, a vertente tauromáquica das ‘Fallas’, este ano, tiveram direito a uma corrida de toiros no domingo final.
Foi uma excepção, com um cartel de luxo, aliás, como o foram, para mim, alguns dos muitos cartéis que compuseram esta parte taurina dos festejos de Valência, neste ano da graça de 2016.
Acabaram hoje as ‘Fallas’, e encerrou a feira taurina.
Uma feira que primou pela inovação na composição dos cartéis, dando lugar a que se apresentassem muitos jovens novilheiros e toureiros, e onde se apostou forte em diversificar também nas ganadarias.
As condições climatéricas só muito excepcionalmente também ajudaram. Vento, frio e chuva, foram servidos com perdulária bondade. Os aficionados sentados nas bancadas, mais pareciam adeptos de hóquei sobre o gelo, que de uma corrida de toiros, ainda que numa cidade mediterrânica.
Se a Feira de Olivença já nos tinha deixado de sobreaviso quanto ao bom toureio que este ano se candidata a ser incluído no catálogo à disposição dos aficionados, mostrando gente jovem a medir meças com figuras. Foi esse o saldo final das ‘Fallas’ que hoje terminaram. E se renovamos a subscrição desta opinião, repetimos uma outra que já também aqui escrevemos. A de que os toiros estão cada vez mais gordos, apresentáveis, bonitos de trapio… mas sem forças e algo acomodados. Parece que esta moda de preparem toiros em ‘ginásio’, só lá vai com doping. O exercício nas ‘pistas de tartan’ das herdades, está a provar que não trás nada de melhor na lide, ou na duração dela. Muito pelo contrário.
As ‘Fallas’ de 2016, foram um mostruário de bons toureiros. Mais uma amostra, do que temos em Espanha para ver, desfrutar. Temos toureiros, felizmente, já que quanto aos toiros, matéria prima para lidar… isso vai ficando só figura, pelo muito peso, pelo desencanto.
Por hoje é tudo.
Do Norte com um abraço,
José Andrade