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Com o arranque da temporada tauromáquica, fatalmente como cogumelos em terreno húmido após a chuva, brotam nos mais diversos meios de informação e comunicação social ligados ao meio taurino, ‘noticias’ sobre os mais incontáveis tipos de ‘casos e acasos’. Não passam de ‘tricas’ é certo, coisa que ‘encanta’ os mentideros, mas em nada recomenda quem com seriedade e responsavelmente vive e gosta da Festa dos Toiros. E, se algumas dessas ‘tricas’, ainda podem entrar no lote de ‘coisa com interesse a informar e divulgar’, outras, pelo caricato e restrito pessoalismo, mostram bem o nível que as formam e enformam, e o que pretendem atingir. Infelizmente são muitos os casos, diversos os campos, incontáveis os factos. E o facto, é que este tipo de ambiente carece de discussão. Assim sendo, hoje gostávamos de o abordar um desses ‘casos’, aquele que nos parece, tem tanto de caricato, como de surreal.
Têm os comentadores, os cronistas dos espectáculos tauromáquicos, a gente que escreve e fala sobre o que se passa numa corrida de toiros, de se preocuparem com o modo como as praças de toiros são geridas? Isto é, têm, ou devem, os comentadores, os críticos, os cronistas, de tomar posição sobre o modo como os cartéis estão organizados, a ganadaria contratada, o numero entradas vendidas?
Penso que não! Se, com o seu trabalho, com as suas crónicas, como o seu peculiar modo de ver e sentir, quem comenta, quem escreve sobre o espectáculo tauromáquico, contribui, e muito, enormemente afirmaria, para a promoção, divulgação, e defesa, da festa dos toiros, não pode, nem deve, em nome da liberdade de informar, e no direito a opinar, entrar ao ‘quite’ que não lhe compete. Do seu ‘burladero’ privilegiado, ou não fosse o cronista e o comentador, o elo de ligação entre a generalidade do público e o ‘mundillo’, só pode, ou deve, sair ao ‘quite’, exigindo o respeito pela Ética, pelas Regras, pelo Bom Gosto e pelas Maneiras. E deve fazê-lo, não por existam ‘Vacas Sagradas’, ou ‘intocáveis’, mas porque são por demais ‘movediças’ os terrenos, e a separação de interesses ordenam que por isso sejam percorridas como gato por telhado de zinco quente, isto é, com cautela, escolhendo bem onde se devem assentar os pés. A Festa dos Toiros já tem quem em seu nome, ou sob a invocação da sua preservação, se comporte como um elefante numa loja de loiça!
Que as ‘forças vivas locais’, as entidades públicas autárquicas se pronunciem, tomem pública posição sobre os tauródromos, o seu arrendamento, o número de festejos, e da qualidade dos cartéis que por ali se apresentarão, isso é normal, faz parte da vida autárquica local, democrática, participativa. Dar voz a essa participação, a essas diferenças de pontos de vista, de opinião, é noticia, é motivo de informação. Enveredar por um dos lados da trincheira, é passar de ‘artista’ a ‘espontâneo’. E o ‘espontâneo’ tem sempre o seu interesse individual á frente dos demais
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Escusado será aqui repetir e reafirmar, que é sempre motivo de satisfação a quaisquer comentador poder destacar na crónica de uma corrida, que a lotação estava esgotada, que estavam mais de três quartos de localidades ocupadas. É bom para o organizador, é gratificante para o artista, é galvanizador para a Festa. E é um bom sinal. E a Festa dos Toiros precisa de bons sinais… para vencer a cruz onde a querem pregar.
Por hoje é tudo.
Do Norte com um abraço,
José Andrade