CAVALEIROS QUE VIMOS ACTUAR EM 2014 (4) - Fotos António Lúcio e José Andrade
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No dia 19 de Novembro, fez-se uma conferência de imprensa no restaurante "La Jarana" para dar a conhecer a primeira corrida de toiros do projeto "El Arte de ser Forcado". A Câmara Municipal de Ixil, Yucatán e a praça de toiros "La Española", convidaram os meios de comunicação para conhecer este importantíssimo projeto de forcados no México.
Foi anunciada a corrida, onde como cabeça de cartaz atuará a figura do toureio em Portugal, João Ribeiro Telles, que lidara toiros que irão ser pegados num "mano a mano" pelos valentes grupos de Forcados Amadores de Lisboa e os Forcados Hidalguenses. A pé, para rematar este importante cartaz, apresenta-se o matador de toiros mexicano Antonio García "El Chihuahua".
Vão ser lidados seis imponentes toiros de Puerta Grande. É importante mencionar que o grupo de Forcados Amadores de Lisboa está em festa, pois este ano comemoram os 70 anos da sua fundação. Como parte das celebrações de aniversário, vão fazer as cortesias em terras aztecas partilhando a sua arte com a afición mexicana.
A corrida irá ser dia 7 de Dezembro as 16:30 Hrs. na praça de toiros "La Española" de Ixil, Yucatán.
Todos os detalhes da campanha do cavaleiro no México podem ser acompanhados em www.joaoribeirotelles.com
Desde que decidi entreter-me lendo os blogs e sites dos "contra", anti taurinos ou anti touradas, sinto logo o desejo de "retaliar",desabafar. Sinto-me satisfeito por o poder fazer.Se concordam ou não com o que escrevo é.... secundário.
Não é a dor psicológica, aquela que se sente mas não se vê. Nem a dor de alma. Ou a que surge quando a pesssoa que se ama nos troca por outro amor, que vou escrever. É sim da dor de cotovelo, bem visível entre a gente dos toiros. Na que se intitula anti tourada. Da que faz do sofrimento do toiro, a sua bandeira, postando chocantes fotografias. Que, na opinião de estudiosos, de gente responsável com a qual a minha experiência pessoal concorda,não correspondem bem à verdade.
O toiro quando atacado, está em tal estado de exaltação, de fúria, que mal sente a dor. Quer retaliar. Castigar quem o provoca - "um animal, quando lhe causam dor, reage para se defender, ou foge quando reconhece não se conseguir livrar de quem o ataca". Com o toiro não é o que se passa. Mesmo com o ferro do "picador" a penetrar-lhe o corpo não desiste de empurrar, de investir. Para acabar esta situação, é necessário irem-no buscar.
Parece-me pois ser de admitir que o toiro, devido ao estado de exaltação em que se encontra. Não sente a tal dor que os "contra", os "anti" imaginam. Aliás, mesmo os humanos, quando concentrados ou entusiasmados por alcançar qualquer objetivo, quase não sentem a dor. Dentro da Tauromaquia e não só, os exemplos são muitos.
Desde o Forcado que, desfeiteado, continua a tentar a pega, parecendo não sentir as dores causadas pelas tentativas falhadas, ao toureiro colhido que não vai para a enfermaria sem primeiro matar o toiro. No box, no raguebi, no karaté, em todas as modalidades em que há confronto físico dá-se o mesmo. O desejo de alcançar o êxito põe a adrenalina em ebulição, tornando-nos quase imunes à dor. Com o toiro, que segundo os "contra", tem reações idênticas às dos humanos, passa-se semelhante situação.
Que autoridade tenho para ter tal opinião? A mesma que os "contra", os anti taurinos e anti touradas, têm para dizer o contrário. Por observação visual, avaliar as dores que o toiro sente, parece-me pouco racional. Ou será que, tendo a estranha faculdade do imaginado dr.Dollite, de conseguir falar com os animais, lhes ouvem os queixumes?
Quanto a mim no entanto, esta preocupação pelo sofrimento dos toiros, não passa de pretexto. Há que desacreditá-los. Chamar a atenção para o verdadeiro motivo que os norteia - O PROTAGONISMO.
VAMOS A ELES!
Carlos Álvares (Chaubet)
O cavaleiro João Ribeiro Telles vai em breve apresentar-se no México fazendo campanha neste país durante o mês de Dezembro.
João Ribeiro Telles contará com o apoio da rejonadora mexicana Mónica Serrano, ficando sedeado na sua herdade durante esta campanha, onde também decorrerão os treinos de preparação.
Os representantes do cavaleiro no México são Henrique Fraga e Ruben Ortega. Neste momento estão já confirmadas 3 corridas estando previsto um conjunto de cerca de seis corridas. Em breve serão anunciados todos os pormenores, incluindo os cartéis e os locais das corridas. João Ribeiro Telles vai partir para o México já no próximo dia 28 de Novembro para iniciar a preparação do seu primeiro compromisso que se realiza no dia 7 de Dezembro.
Todos os detalhes em www.joaoribeirotelles.com
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E, seguindo o tal fatal e incontornável destino, para quem gosta, este foi o tempo da Feira da Golegã. O dia de Todos os Santos, o dia um de Novembro, marcava em tempos passados, o fim 'oficial' da temporada tauromáquica lusa. A Golegã, com a sua Feira do Cavalo, era, mesmo para muitos aficionados do Norte, o lavar dos cestos da vindima taurina. Quem ainda queria sentir um pouco do aroma dos toiros e dos cavalos, este era o tempo que restava para o fazer antes do necessário e imperioso interregno. E ir até a Golegã, era fazer um visita com uma especial vantagem. Comia umas saborosas castanhas, e apreciava, ou como agora se diz, degustava, a água-pé do ano.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, como diz o poeta. Parece que nem a Feira da Golegã é o rito final 'oficial' da temporada, nem a água-pé merece a especial preferência dos frequentadores. E a castanha, com o preço a que é agora por meia-dúzia cobrado, passou de 'iguaria de pobre', a coisa que rico faz contas antes de comer.
Não sou dos que gostam e alimentam o saudosismo. Respeito a tradição, os costumes e a cultura, sem grandes concelebrações tratadistas e com muito gosto. Todavia, como a História tende a repetir-se, perante o frenesim social 'fracturante', um modo que alguns encontraram de poderem fazer valer as suas perturbações sociais, sob a capa de 'direito à diferença', trocando o campo médico pela arena política, o consultório do psicólogo pela praça pública, é licito que me assiste o direito de clamar por contenção e ser bota-de-elástico. Não gosto do abuso, assim como não concebo que se tome o ter respeito, por ter medo ou por cobardia. Assim como não aceito que a Liberdade, possa ser usada como libertinagem, vem como o Direito à diferença, possa ser confundido com o 'direito' a consentimento de exibições muito pouco sociais, para não dizer, aberrações doentias, provocações.
O mundo dos toiros, que eu defenda, não pode, nem deve ser a 'aldeia gaulesa' onde uns tantos ultramontanos portugueses, pensam que reside o alter-ego pátrio, repositório da Tradição e Cultura. Não defendo, e não é. Não é, e nem deve ser. A Cultura é muito mais que tudo o que envolve uma corrida de toiros. A Tradição vai muito para além do que representam os que vivem no, e dos toiros. Não aceitando que a Festa dos Toiros seja altar onde se celebra e propaga a Tradição e Cultura, é todavia, o cadinho onde ainda permanece viva a chama de Valores que nos distingue como Povo, heróico, valente e imortal.
Mas, questionarão os ouvintes e leitores, o que é que a Tradição e a Cultura têm a ver com o modo como agora se organiza e vive a Feira do Cavalo na Golegã? E o que isso tem a ver com as constantes perturbações que certa classe política e social trás para a praça pública?
Tem pouco, tem muito, ou pode não ter nada. Depende do ponto de vista. No meu, e talvez como reflexão, e também por principio, o modo como agora se 'vive', a Feira do cavalo, ou se 'vive', na Feira do Cavalo, na Golegã, tudo ligado, por tudo isso, onde a alteração tradicional do fim 'oficial' da temporada também cabe, oferecem-se-me, como sinais pouco promissores num percurso futuro pouco recomendável.
Esta foi uma temporada, com um calendário tauromáquico de espectáculos, que viveu e conviveu com uma nova legislação reguladora, impensadamente aplicada ao meio de um percurso. Foi uma temporada de mudanças em curso. Boas, más e outras desnecessárias. Uma temporada que por via destas novas regras, que parece ninguém no meio assume como suas, ou com o seu assentimento, acabou sendo uma temporada que decorreu sem grandes perturbações. Foi uma temporada atípica? Penso que sim. Atípica, mas que pela sua tipicidade, se os que gostam da Festa, os que vivem da e na, Festa, não quiserem ou souberem criar condições urgentes de troca de ideias e procura de pontes, a matriz Tradicional, o legado Cultural, o Futuro, acaba já ali.
É que um povo, que não respeita os seus usos e costumes, não enaltece os seus ritos tradicionais, e tem da Cultura a mesma condescendência farisaica e obscena com que trata por igual um mamarracho numa rotunda rodoviária e um quadro de Vieira da Silva, não é digno de ser respeitado como povo, tratado como gente.
A História tem por principio tendência a repetir-se. E as civilizações a desaparecem.
Por hoje é tudo. Até para a semana.
Até lá, do Norte, com um abraço - josé andrade